ARTE E EDUCAÇÃO: FORTALECENDO O VÍNCULO ESCOLA-COMUNIDADE

Apresentação
O presente projeto se caracteriza como uma ação de intervenção em estresse ocupacional, baseada em diagnóstico prévio, cuja proposta é promover o fortalecimento do vínculo entre escola e comunidade, por meio da realização de eventos periódicos que conjuguem arte e educação de forma lúdica, trazendo a família para o ambiente da escola e desenvolvendo discussões e práticas de conscientização acerca do papel dos atores envolvidos no processo educativo e da importância da educação para a vida em sociedade. Os eventos terão periodicidade mensal e a cada edição será proposto um tema relacionado à educação para as rodas de conversa com os pais e realizada uma exposição artística relacionada aos conteúdos trabalhados na escola, sendo desenvolvidas pelos alunos, sob a orientação dos docentes. Os eventos ainda contarão, em sua abertura, com apresentações musicais por membros da comunidade na acolhida aos participantes e com a realização de coffee break ao final das atividades.

Objetivos
- Trabalhar a concepção da escola como um espaço público e aberto à participação da comunidade; - Promover a conscientização das famílias em relação ao papel da escola e da educação para a vida em sociedade; - Divulgar, no âmbito dos eventos realizados, os avanços dos alunos no processo de ensino-aprendizagem, por meio da exposição de atividades por eles construídas sob a orientação dos docentes; - Gerar, a partir das exposições dos alunos nos eventos, uma ambiência de reconhecimento por seus esforços e avanços conquistados; - Estimular o envolvimento das famílias no processo educativo desenvolvido na escola; - Aprimorar a qualidade das relações estabelecidas entre pais, alunos e docentes, contribuindo para a melhoria das condições de trabalho em educação.

Justificativa
Nas últimas décadas, tem se observado um crescente interesse no estudo do estresse no trabalho (e.g. ARAÚJO; GRAÇA; ARAÚJO, 2003; FARO; PEREIRA, 2013; ZANELLI, 2015), dada a dimensão que essa problemática vem assumindo nas sociedades. A título de exemplo, os dados nacionais disponibilizados no Boletim Quadrimestral sobre Benefícios por Incapacidade de 2017 (INSS, 2017) mostram que os transtornos mentais, dentre eles os ocasionados por altos níveis de estresse, foram a terceira maior causa de incapacidade para o trabalho no período de 2012 a 2016. Os estudos da área têm encontrado evidências de que em certas profissões há maior probabilidade de que os trabalhadores se mostrem vulneráveis a esse problema (JOHNSON et al., 2005; GOMES et al., 2006; TOSTES et al., 2018). Dentre elas, destaca-se a docência, uma profissão em que se observa um crescimento das demandas e pressões sobre o trabalhador, acompanhadas por um processo de precarização e desvalorização da atividade, que contribuem para situá-la entre as chamadas ocupações de “alto risco” e para a ocorrência de agravos à saúde psíquica desses profissionais (VALE; MACIEL; CARLOTTO, 2015; JOHNSON et al., 2005). Tal problemática se reveste de ainda maior relevância quando se considera que o profissional de educação desempenha um papel de relevada significância no contexto social por ter como principal função a condução dos processos de ensino-aprendizagem, desde a alfabetização até a formação completa do indivíduo, que representa, muitas vezes, a profissionalização. Portanto, além do estresse afetar a saúde do professor, indiretamente prejudica a educação recebida pelo aluno, evidenciando ser um fenômeno prejudicial para a sociedade, uma vez que alcança duas áreas ligadas com a qualidade de vida do ser humano. Dado que a falta de investimentos em busca de prevenção e promoção da saúde desencadeia mais adoecimento ao trabalhador, por torná-lo exposto ao mesmo ambiente estressor e às mesmas fontes de sofrimento, é possível perceber a centralidade que assume a demanda por processos de intervenção na realidade em questão. Ao discutir esse assunto, Zanelli (2015) explica que a intervenção pode ser realizada em diferentes âmbitos, seja individual, grupal ou organizacional. Entretanto, como apontam, Silva e Silva (2015), ainda são relativamente escassas as iniciativas de desenho e implementação de ações de intervenção com o trabalhador em estresse e dentre as experiências desenvolvidas nesse sentido, têm predominado as intervenções em nível individual, não obstante a comprovação de que os efeitos de intervenções no nível organizacional tendem a ser mais duradouros. Cumpre, ainda, acrescentar que, conforme Gomes e Puente-Palacios (2018), são pertinentes as intervenções que incentivem comportamentos colaborativos, dado que o suporte social no ambiente laboral é uma variável central, cuja ausência deteriora as condições de trabalho e a presença atua como mecanismo de prevenção das vivências de estresse nas organizações. Assim, a partir das considerações aqui levantadas e dos esforços de delineamento de uma ação de intervenção em estresse ocupacional no nível organizacional, que vem sendo, desde as suas discussões iniciais, ancorada numa lógica de construção coletiva de soluções, justifica-se a proposta aqui apresentada. Entende-se que a sua execução apresenta relevância social pelos aspectos de compromisso ético da universidade em relação à sociedade, perpassando a contribuição para a melhoria das condições de trabalho, especialmente no que se refere à saúde do trabalhador e, consequentemente, para a qualidade do seu desempenho, que se reflete, nesse caso, sobre a própria qualidade da educação básica em uma escola da rede pública.

Beneficiário
Serão beneficiários do projeto tanto os docentes atuantes na escola, quanto os alunos e famílias que se predispuserem a participar dos eventos realizados. Por essa razão, não há como estimar exatamente o número de beneficiários e a indicação apresentada abaixo é uma aproximação do número esperado.