COLETIVO DIREITOS HUMANOS, CINEMA E AFETOS

Apresentação
Ao longo dos últimos setenta anos, desde que a Declaração Universal de Direitos Humanos foi adotada pela ONU em 1948, foram testemunhadas importantes conquistas quanto aos direitos individuais e coletivos no mundo todo. Contudo, em função do caráter universalista e genérico da emblemática Declaração, uma série de demandas de grupos socias denominados "minorias" têm sido menosprezadas. A presente proposta de criação do "Coletivo Direitos Humanos, Cinema e Afetos" visa fomentar no município de Alfenas e no Sul de Minas Gerais a reciprocidade de pessoas e de grupos que se dedicam aos direitos humanos, além de ampliar o estudo, o debate público e ações criativas que resultem na defesa, no fortalecimento e na promoção de direitos e do respeito à dignidade dos chamados "novos sujeitos de direitos": indígenas, quilombolas e outros povos tradicionais; membros da comunidade LGBT+; mulheres em condição de violência doméstica; negras e negros, pessoas com deficiência, dentre outros sujeitos.

Objetivos
- Promover estudos sobre as seguintes temáticas elencadas em conjunto com as Coordenadorias de Igualdade Racial e de Direitos Humanos em Alfenas: # Novos e velhos sujeitos (coletivos) de direitos e seus movimentos no Sul de Minas Gerais; # Os conselhos de direitos humanos e a representatividade de grupos historicamente excluídos em Alfenas; # Encarceramento e diversidades subjugadas em Alfenas. - Orientar estudantes, técnicos administrativos e outros membros da comunidade acadêmica a desenvolverem projetos de iniciação científica ou atividades de extensão a serem implantadas no município de Alfenas e na região; - Dar continuidade ao Ciclo de Debates sobre Direitos Humanos, já iniciado na Unifal, por meio da organização de duas mesas-redondas relacionadas aos temas sugeridos acima ou outros que se apresentarem ao longo do período de execução deste Projeto; - Promover duas oficinas de produção de pequenos audiovisuais (clipes e minicurtas) para a comunidade da Unifal, parceiros e sociedade em geral bem como uma "Mostra Universitária de Cinema e Direitos Humanos" com o propósito de sensibilizar a coletividade a respeito da necessidade de desenvolver o respeito e a valorização das chamadas "minorias" - Organizar e promover a cada dois meses projeções de filmes ao ar livre e em praças públicas seguidas de "rodas de afetos", além de outras possíveis atividades lúdicas e interativas sugeridas pela comunidade no sentido de facilitar a construção de vínculos de solidariedade e de empatia entre pessoas e grupos interessados em criar novas formas de resistência às situações de desrespeito aos direitos humanos.

Justificativa
No contexto nacional bem como em muitos outros lugares, processos de exclusão e de desrespeito envolvendo grupos sociais e indivíduos que contrastam étnica, racial, cultural e socialmente com a maioria da população têm sido acirrados e se configuram como um dos principais desafios da atualidade. Como enfrentar tais desigualdades sociais e culturais no mundo contemporâneo? É possível ensinar e/ou promover a empatia entre jovens em formação nas diferentes áreas de conhecimento em nossas atuais instituições de ensino? Como pensar políticas públicas que deem conta de enfrentar tais desigualdades e violência? Motivados por essas questões propomos criar um "Coletivo de Direitos Humanos, Cinema e Afetos" na Unifal para agregar estudantes, docentes, técnicos administrativos da Unifal além de membros de instituições locais voltadas à promoção e defesa de direitos humanos, bem como coletivos de mulheres, de LGBT+, de pessoas com deficiência e outros grupos afins a serem ainda contactados no sentido de promover e fortalecer suas demandas e a dignidade humana dessas pessoas. Inspirados em recentes mostras de cinema e de artes em geral que procuram retratam a temática Direitos Humanos, um dos diferenciais desse Projeto é abordar duas das principais dimensões do ser humano ao tratar da diversidade étnica, racial e social e justiça: a da racionalidade e a das emoções. A primeira dimensão (racionalidade) será tratada ao promovermos estudos, produção de conhecimentos e reflexões sobre os direitos de pessoas das chamadas "minorias", conforme atividades já apresentadas antes aqui. Há, contudo, que salientar que por meio da projeção e de debates de filmes já prestigiados e mesas-redondas a racionalidade se conjuga à segunda dimensão proposta. A segunda dimensão (a das emoções) será abordada ao estimularmos, junto ao público em geral, a produção de microcurtas e de clipes caseiros (de no máximo 3 minutos) sobre a temática direitos humanos e diversidade. Tais vídeos serão selecionados e projetados nos três dias previstos para a realização da "Mostra Universitária de Cinema e Direitos Humanos" constituindo temas geradores das “rodas de afeto” a serem organizadas com as/os participantes. Vale lembrar que, recentemente, após ato racista que ocorreu na Universidade, pessoas deste Coletivo promoveu uma "Roda de Afetos" em conjunto com o Coordenador da Igualdade Racial da prefeitura municipal, Rodrigo Mikelino, ocasião que pudemos presenciar os resultados positivos da ação entre as/os participantes. As pessoas ali presentes sentiram-se acolhidas, respeitadas e foram criados vínculos fortes que certamente ainda trarão bons frutos

Beneficiário
- estudantes da Unifal; - docentes e técnicas (os) e profissionais terceirizadas (os); representantes de coletivos e de instituições públicas e ONGs que tratam dos direitos humanos no município; - professoras(es) da rede municipal de ensino e todas demais pessoas ou grupos interessados