VIVÊNCIAS MUSICAIS 2019

Apresentação
O projeto “Vivências Musicais”, componente do Programa "Toda música para todos!", reúne ações de intercâmbio de experiências, conhecimentos e elementos de formação relacionados à execução das atividades dos projetos “Camerata Theophillus”, “Madrigal Renascentista Unifal” e “Orquestra Popular”. Tem como principal objetivo integrar os três projetos, seus componentes e estes com o público em geral, por meio do compartilhamento de saberes musicais decorrentes do desenvolvimento de suas atividades e de sua interação com membros das comunidades com que se relacionam.

Objetivos
Cada um dos seguintes objetivos norteia as atividades a serem desenvolvidas, visando à promoção de uma interação entre os integrantes dos projetos componentes do Programa e destes com a comunidade, seja por meio da participação ativa de todos nas atividades ora propostas, seja através das apresentações musicais e concertos: 1 – Possibilitar um maior conhecimento sobre os instrumentos, repertório e estilos musicais de cada um dos projetos envolvidos no Programa, como forma de ampliar sua relação com a música e, consequentemente, sua valorização; 2 – Aprimorar os conhecimentos e habilidades musicais dos integrantes dos três projetos e público interessado, com o objetivo de agregar conhecimento técnico ao uso dos instrumentos utilizados no desenvolvimento de suas ações; 3 – Desenvolver a expressão corporal e postura no palco, como forma integrar técnica e estética; 4 – Divulgar técnicas de regência, a fim de possibilitar ao público o entendimento dessa linguagem e uma melhor apreciação das peças executadas; 5 – Compartilhar conhecimentos adquiridos por meio das pesquisas relacionadas aos estudos que o desenvolvimento dos três projetos demandam.

Justificativa
Para a formação teórica do público, a ação, em si, ou seja, os efeitos esperados devido ao contato com o gênero musical escolhido por um dos projetos, tem como base científica os estudos de Schullian e Schoen (1948) que destacam: "Há grande diferença entre o efeito psicológico da música cujo apelo é essencialmente voltado para a sensação e a que provê genuína experiência estética. A música que agrada somente aos sentidos não acrescenta coisa alguma ao conhecimento, à destreza ou à percepção da beleza por parte do indivíduo. Por outro lado, a música que tem valor não agrada somente aos sentidos, mas também ao intelecto. Isto proporciona uma experiência que é cumulativa e transmissível; sua repetição, devido ao envolvimento da mente, produz um indivíduo mais sensível e informado musicalmente. Cumpre notar que quanto mais abstrata for a música, tanto maior será a necessidade de educação para torná-la significativa ao indivíduo. Por exemplo: Grande parte do significado da música absoluta (concertos, sinfonias, etc.) tenderia a afastar o ouvinte inexperiente até que ele aprendesse algumas das fundamentais relações sintáticas na música. Por outro lado, pode ser demonstrado que o conhecimento teórico não é um requisito prévio para a fruição. Mediante audições repetidas, qualquer adulto ou criança isento de receio ou preconceito pode desenvolver profundo e duradouro apreço por uma enorme quantidade de música "clássica". Naturalmente, o conhecimento sempre aumenta o interesse. Entretanto, mesmo que o significado musical não seja compreendido pelo indivíduo não adestrado musicalmente, tem-se demonstrado que a reação da disposição de espírito é deveras universal. É o privilégio de todo indivíduo formar seu próprio gosto musical. No entanto, em vista das evidências científicas do efeito da música sobre a mente, é necessário suscitar uma questão ética e moral com respeito a todos que se empenham em fornecer ao público qualquer espécie composição musical. Pelo ensino, por execuções ao vivo pela preparação de música gravada, os que assim se acham empenhados estão moldando o gosto e as atitudes de milhares de crianças, jovens e adultos." (SCHULLIAN; SCHOEN, 1948, pp.270-271). Embora o conhecimento teórico não seja um requisito prévio para a fruição, conforme afirmam Schullian e Schoen (1948), esta depende de uma condição de educação muito específica, que permita ao indivíduo seu desenvolvimento musical pela repetição ou pela ausência de preconceito. Ambas opções não são facilmente detectáveis em nossas escolas, em nossos lares ou em nossa sociedade, de maneira geral. Vivemos sob o domínio de uma indústria fonográfica que atende, exclusivamente, a interesses comerciais que não, necessariamente, agregam cultura universal ou conhecimentos "clássicos". Os indivíduos não têm à sua disposição um leque de opções variadas, que possibilitem um conhecimento amplo e genuíno. Torna-se, portanto, de fundamental importância, ações que ofereçam preencher esta lacuna, como no caso dos projetos componentes do Programa "Toda a música para todos!". A oportunidade de acesso aos estilos musicais oferecidos já é "per se" uma importante contribuição na busca por uma mudança deste cenário. Neste, o projeto "VIVÊNCIAS MUSICAIS" vem agregar a iniciação a uma formação teórica em um formato de concretude, tendo por base uma troca de experiências entre os músicos envolvidos, convidados atuantes na área musical e o público que já vem sendo formado pelos projetos, ampliado para aqueles que estão se iniciando nesta fruição. Por outro lado, é de fundamental importância atentar para a formação do instrumentista ou cantor que integra as equipes executoras dos projetos componentes do Programa "Toda a música para todos!". Para ilustrar essa necessidade, tomemos as palavras de Swan (1988), com relação ao canto coral: "Se uma composição é cantada corretamente, se as notas estão certas em altura e duração, tal procedimento garante automaticamente um som bonito? Estranhamente essa curiosa linha de pensamento vem rejeitar o uso de procedimentos similares [utilizados] por um grupo instrumental, pois todos concordam que alguma habilidade é necessária para se tocar algum instrumento. Igualmente, um cantor não precisa de um considerável conhecimento técnico para usar sua voz adequadamente? Infelizmente, cantar é fácil demais, embora cantar bem seja uma tarefa difícil. Parece sensato acreditar que uma condição especial de ensinar e aprender é essencial para o desenvolvimento de uma sonoridade coral que seja adequada para as exigências de qualquer composição musical." (SWAN, 1988, p.09). Da mesma forma que um cantor precisa de conhecimentos técnicos para o uso adequado da voz, o instrumentista precisa conhecer as técnicas de seu instrumento e, mais além, conhecer as peças que irá executar e os espaços onde se dará tal execução. Nesse sentido, "VIVÊNCIAS MUSICAIS" propõe oferecer a oportunidade de aprofundar ou formar tais conhecimentos aos integrantes dos projetos.

Beneficiário
Além dos integrantes das equipes executoras dos projetos componentes do Programa, serão beneficiários das ações desta proposta, membros da comunidade que tenham interesse por aprimorar ou formar conhecimentos básicos de conceitos musicais.