PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Apresentação
O PROGRAMA FORMAÇÃO DE PROFESSORES tem como propósito central estabelecer uma relação dialógica entre a universidade e as escolas públicas de educação básica da região Sul mineira, tendo como eixo central a formação de professores e a atuação docente, com vistas à constituição de um sistema educacional inclusivo, democrático e de qualidade. Em outras palavras, o Programa propõe uma relação dialógica entre os conhecimentos teóricos e as experiências escolares com o protagonismo dos professores da rede pública da região Sul mineira, de modo a contribuir para a organização das escolas públicas para a implementação de ações efetivas para se superar os impasses pedagógicos/sociais frente a pluralidade de demandas e características dos agentes sociais que compõem a comunidade escolar.

Objetivos
- Identificar os problemas concretos enfrentados pelos sistemas de ensino da rede pública; - Contribuir para a reflexão crítica e a mudança de atitudes por parte de professores e demais profissionais da educação; - Oportunizar espaços para se pensar e teorizar sobre os problemas identificados, com vistas a busca de soluções e alternativas pedagógicas e institucionais; - Estimular a integração e a participação consciente de discentes, docentes e servidores técnico-administrativos em educação nos processos educativos da região; - Oferecer os recursos teóricos e práticos para que os profissionais da educação da região estabeleçam metas e estratégias de ação por meio da elaboração de um plano de ação municipal; - Divulgar e publicizar os avanços, conquistas, as experiências e desafios enfrentados no transcurso do programa, por meio do seminário e mostra para compartilhamento de saberes e fazeres.

Justificativa
As pesquisas realizadas sobre a educação brasileira apontam para uma realidade que podemos perceber empiricamente: os sistemas de ensino ainda encontram enormes dificuldades e obstáculos para a consolidação de uma educação que seja boa e justa para todos que nela se encontram: alunos, profissionais, família, comunidade. De acordo com a Avaliação Nacional da Alfabetização - ANA (BRASIL, 2015), realizada em 2014 com mais de 2 milhões de estudantes brasileiros matriculados no 3º ano do ensino fundamental, em escolas públicas urbanas e rurais, o desempenho dos estudantes nas áreas de leitura, escrita e matemática é mediano. Em se tratando da leitura, 22% apenas "leem palavras com estrutura silábica canônica, não canônica e, ainda, que alternem sílabas canônicas e não canônicas". No que se refere à proficiência em Escrita, 12% dos estudantes atingiram somente o nível 1 da escala proposta pelo instrumento de pesquisa, ou seja, “...provavelmente não as escrevem [nem] estabelecem algumas correspondências entre as letras grafadas e a pauta sonora, porém ainda não escrevem palavras alfabeticamente. Em relação à produção de textos, os estudantes provavelmente não escrevem o texto ou produzem textos ilegíveis.” (BRASIL, 2015, S/P) E na matemática, 24% dos estudantes atingiram o nível 1 de proficiência, sendo capazes de: “Ler horas e minutos em relógio digital; medida em instrumento (termômetro, régua) com valor procurado explícito; Associar figura geométrica espacial ou plana a imagem de um objeto; contagem de até 20 objetos dispostos em forma organizada ou desorganizada à sua representação por algarismos; Reconhecer planificação de figura geométrica espacial (paralelepípedo); Identificar maior frequência em gráfico de colunas, ordenadas da maior para a menor; Comparar comprimento de imagens de objetos; quantidades pela contagem, identificando a maior quantidade, em grupos de até 20 objetos organizados. Outro aspecto a ser considerado é a taxa de aprovação, reprovação e abandono, que, à medida que se avança para níveis mais elevados de ensino, o percentual de reprovação e abandono aumentam. É o que mostram os dados apresentados pela NOTA TÉCNICA Nº 8/2017/CGCQTI/DEED (INEP, 2017, s/p), que avaliam as taxas de transição do Brasil por série do ensino fundamental e médio, no período 2014/2015: “a taxa de promoção no primeiro ano do ensino fundamental é de 95,1%, mas no terceiro ano do ensino fundamental há uma queda brusca na taxa de promoção, que passa para 85,7%, o mesmo ocorrendo no sexto ano do ensino fundamental e na primeira série do ensino médio, onde as taxas de promoção são de 78,7% e 69,2%”. Ainda de acordo com este instrumento, “a migração para a EJA começa a ocorrer com maior força a partir sexto ano do ensino fundamental, etapa na qual se verifica uma taxa de migração de 2,2%...” Quando se trata do Ensino superior os dados revelam que, muito embora tenhamos avançado em direção a uma universidade pública mais acessível e plural, com programas como o REUNI, Incluir, PNAES e outros, esta é uma etapa da educação que ainda apresenta índices preocupantes de exclusão e abandono. Em se tratando dos índices de distorção idade-série (TDI), o censo de 2016 destaca: no 1º ano a TDI é de 3,4 e no 2º ano é de 5,4. No entanto, deste ponto em diante, há um crescimento expressivo da TDI, saltando para 13,9 no 3º ano, para 17,7 no 4º, no 5º vai a 20,5, no 6º 28,0, no 7º 27,3, no 8º 26,2 e no 9º ano há uma pequena queda para 23,2. Isso posto, a Unifal-MG, como instituição federal de ensino superior – IFES, sediada na cidade de Alfenas, é um referencial regional no que tange à formação de profissionais nas diferentes áreas do conhecimento, aptas para a inserção nos diversos campos de atuação, contribuindo para o desenvolvimento da sociedade. É sua responsabilidade, na condição de instituição pública federal, contribuir para a melhoria da qualidade de vida do seu entorno, desenvolvendo e disseminando atividades extensionistas, investigativas e de inovação que busquem soluções para os problemas sociais e culturais, em nível nacional, regional e local. Especialmente os cursos de licenciatura têm papel relevante no sentido de contribuir para a identificação, estudo e solução de problemas sociais detectados no âmbito da educação. De acordo com a Resolução CNE/CP Nº 02/2015 que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior e para a formação continuada, é necessário “… possibilitar a reflexão sobre as relações entre a vida, o conhecimento, a cultura, o profissional do magistério, o estudante e a instituição” (BRASIL, 2015b). Enfim, os desafios da educação brasileira não são poucos, mas por meio da ação conjunta, o pensar sobre a realidade e a construção coletiva de alternativas, vislumbramos a possibilidade de instaurar uma nova configuração para as escolas dos municípios partícipes deste programa.

Beneficiário
Se beneficiarão da ação os professores da Educação Básica da rede municipal, as Auxiliares de Desenvolvimento Humano, professores especialistas em Atendimento Educacional Especializado e demais profissionais da educação.