PROJETO DE EDUCAÇÃO EM DOR - PED

Apresentação
A dor é um fenômeno perceptivo complexo, subjetivo e multidimensional, e a Sociedade Internacional de Estudo da Dor (IASP) considera a dor como quinto sinal vital, sendo avaliada através de escalas de dor, de modo a torná-la objetiva. A educação em dor é uma atividade que faz parte das competências dos profissionais de saúde (médicos e enfermeiros) por ser indispensável à excelência dos cuidados de saúde. Contudo, ainda existe alguma resistência por parte de alguns profissionais (fisioterapeutas, enfermeiros, médicos) a esta mudança. A dor é um desafio quer para o doente, quer para os profissionais de saúde, principalmente quando se trata de dor crônica. Melzack (1987) refere que a dor é um desafio para o doente, uma vez que se deve encontrar meios médicos, científicos e financeiros para controlar ou prevenir, da melhor forma possível a sua dor.

Objetivos
Aumentar o conhecimento da educação em dor:  Neurofisiologia da dor (sem referências a modelos anatômicos ou anatomopatológicos)  Neurônios, sinapses, potencial de ação  Dor Aguda X Dor Crônica  Nocicepção e vias nociceptivas  Fenômenos de inibição e facilitação na medula espinhal  Sensibilização periférica e central  Plasticidade do sistema nervoso  Fatores psicossociais e crenças que contribuem para a dor

Justificativa
A Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP) escolheu-o para seu ano global de 2018, resumindo em um dos seus folhetos educativos: “Muito trabalho permanece: a apropriada educação em dor é essencial para todos os profissionais de saúde (e para os pacientes), e o trabalho em equipe multidisciplinar é fundamental para o sucesso do controle da dor. A educação em dor deve ser incluída, para fins de competência, nos currículos e exames dos alunos de graduação e pós-graduação em saúde, e ser incorporada aos programas de educação continuada”. Os alunos de graduação, de pós-graduação, os pesquisadores de área básica e os profissionais das diversas áreas da saúde continuam interessados em conhecer, reciclar e discutir a questão da dor. Atualmente, vemos a necessidade de modificar o modelo tradicional e recorrer à um modelo mais abrangente (biopsicossocial). Esse modelo é a base da Educação em Dor. O objetivo da educação em dor é identificar as percepções, pensamentos e crenças do paciente a respeito da sua dor e auxiliá-lo nas suas modificações. Na educação em dor são abordados conceitos sobre a neurofisiologia da dor por meio da utilização de metáforas, exemplos, imagens e outros recursos acessíveis ao paciente. Essa intervenção permite que o profissional da saúde desenvolva um processo de aprendizado, respeitando o contexto e a subjetividade do paciente e incentivando aspectos como autoconfiança, auto eficácia, aceitação, modificação de comportamentos dolorosos e prática de exercícios. A intervenção de educação em dor tenha sucesso é a relação terapeuta-paciente. Nessa relação a escuta, tanto por parte do paciente quanto do profissional de saúde desempenha papel importante. O paciente deve deixar de ser espectador e ser protagonistas no seu tratamento. Assim, poderá ter autonomia para intervir e questionar as informações que lhe são apresentadas, o tratamento que está sendo oferecido e as crenças e comportamentos que já possui. O profissional de saúde deve desenvolver aspectos interpessoais sendo amigável, interessado e participativo durante a abordagem do paciente. É fundamental apresentar uma explicação numa linguagem acessível, para que possa ser melhor compreendida por eles. Objetivo é transformar a ideia da “educação em dor” em ações necessárias à nossa comunidade. O desafio da educação é gigantesco. E em um país como o nosso, em que a educação é muito criticada em todos os níveis, incluindo o universitário, é preciso ação. Consequências da falta de informações dos profissionais: Informações atuais e precisas sobre a neurofisiologia da dor não formam a base teórica do tratamento e não são apresentadas para os pacientes, como parte de um programa de gestão dos casos da dor crônica. A falta de informações sobre a dor é barreira primária para a reconceituação do problema da dor crônica, tanto para profissionais da área da saúde quanto para leigos. A falta de informações provavelmente limita a eficácia de qualquer intervenção terapêutica. Diversas são as hipóteses para explicar essa barreira que os profissionais de saúde poderão encontrar que vão desde a inflexibilidade psicológica até a inabilidade do profissional. No entanto, uma outra possibilidade pode envolver uma situação comum em nosso país, a baixa escolaridade. A baixa escolaridade vem se mostrando relacionada ao baixo letramento em saúde, que é a capacidade que a pessoa tem realizar tarefas cognitivas simples e também de cuidar da própria saúde. Dessa forma é necessária as ações que aumentem a educação em dor na comunidade e nos agentes de saúde.

Beneficiário
Fisioterapeutas da rede municipal de Alfenas e a comunidade atendida pela Rede de Saúde do Município de Alfenas.