ABELHAS NATIVAS SEM FERRÃO (HYMENOPTERA: APIDAE: MELIPONINAE): CONSERVAÇÃO

Apresentação
Os insetos são os polinizadores de cerca de 70% dos vegetais consumidos direta ou indiretamente por humanos, sem eles, teríamos forte impactos na disponibilidade de alimentos. Este projeto visa ter o foco nas abelhas nativas sem ferrão do grupo dos meliponíneos via acesso da diversidade de abelhas da região e como está sua conservação. Desmatamentos, monoculturas, uso de fogo na agricultura são eventos muito impactantes na vida dos meliponíneos, por isso visamos acessar o grau de conservação e estabelecer métodos que viabilizem o estabelecimento de uma população viável destas abelhas. Há vários meliponicultores no Brasil e vemos que eles têm um papel muito mais de extrativismo predatório de de extrativismo conservacionista, essa mudança de paradigma é o foco central deste projeto.

Objetivos
Propor um projeto de meliponicultura que aproxime a população da conservação ambiental, do uso dos agrotóxicos e da observação da natureza, mesmo em ambientes urbanos (há várias espécies resilientes ao ambiente urbano e que podem ser facilmente cultivadas mesmo dentro de cidades). Este projeto também visa ampliar o olhar de agricultores para novas possibilidades de ramos de atuação dentro da própria propriedade e repensar o uso de agrotóxicos, aproximar dos sistemas de cultivo orgânico e entender como o controle biológico de pragas é feito e como pode se tornar eficaz dentro de um cultivo simples. As abelhas nativas sem ferrão podem ser cultivadas comercialmente para venda de mel, o que vemos são poucos meliponicultores por falta de acesso a informações que até pouco recentemente eram restritas ao ambiente acadêmico. É objeto também levar esse conhecimento às escolas de ensino fundamental e médio e trabalhar vários assuntos tangentes (português com os nomes em tupi das abelhas; matemática com cálculos de entrada e saída de abelhas por um determinado tempo; Geometria com os tipos do construção de ninho e potes de mel e pólen; Geografia com o cálculo da área onde as abelhas atuam de forma efetiva e distribuição de espécies pelo Brasil).

Justificativa
É notório o declínio da diversidade no planeta, com a redução das abelhas e seu papel na polinização de várias plantas (cerca de 70% das plantas tem algum polinizador animal), corre-se o risco de haver uma diminuição da oferta de alimentos ao mesmo tempo em que a população humana cresce. Este projeto tem como foco o entendimento da importância das espécies no planeta e sua coexistência de forma equilibrada. Atualmente, o proponente tem duas disciplinas optativas aprovadas pelo colegiado que visam justamente Conservação Ambiental (DCBT324: Educação Ambiental e Projetos de Conservação Ambiental; DCBT341: Jardinagem como forma de Conservação Ambiental) e levar essa informação para as escolhas onde diversos professores podem agir conjuntamente, por exemplo, podemos propor trabalhos na área de Geografia com áreas de ocorrência de determinada espécie; podemos propor trabalhos em matemática contando quantas abelhas saem e quantas voltam durante algum limite de tempo e ver se há preferência por algum horário de atividades; podemos propor projetos em biologia em que identificamos operárias, rainha, zangões, potes de mel e favos de cria, podemos propor trabalhos de filosofia com base nos princípios de emergência (quanto vemos que a colmeia não é só a soma das partes, ela necessita da interação entre as partes); o tema é bastante atrativo também para questões linguísticas em que podemos ver a influência do tupi na nomenclatura das abelhas (mandaçaia, iraí, borá, manduri, tubuna, mandaguari etc). Como estamos num cenário de pandemia, nosso maior desafio é contornar o isolamento social ao mesmo tempo em que queremos gerar interesse e interação, por isso, neste primeiro momento, vamos gravar as atividades de uma colmeia de abelha marmelada que está em caixa de acrílico, vamos ensinar como fazer armadilhas de coleta de enxames e como manter colmeias saudáveis em ambiente doméstico. Esse projeto é destinado a população não-acadêmica interessada no assunto e despertar o interesse de crianças e jovens dos ensinos fundamental e médio para a importância da polinização dos alimento que consumimos (cerca de 70% dependem de agentes biológicos, enquanto que somente 30% é feita pelo vento). Propomos também tratar da importância do sistema de colônias para a sobrevivência das abelhas, incentivando esses alunos a estudarem mais o tema e levarem para dentro de casa. As alternativas na educação são várias, como exposto acima (Biologia, Geografia, Matemática, Línguas).

Beneficiário
População no geral e escolas de ensino fundamental e médio pois estaremos trazendo uma possibilidade de cultivo de abelhas que irá despertar algumas ações de conservação A ideia é manter o isolamento social sem perder informação de qualidade neste processo. Para isso, usaremos as redes sociais.