ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS E MICROBIOLÓGICAS DE ÁGUA, INSUMOS FARMACÊUTICOS ATIVOS, FORMULAÇÕES FARMACÊUTICAS E COSMÉTICAS.

Apresentação
A ação de extensão proposta visa à garantia da qualidade de insumos farmacêuticos ativos (IFAs), medicamentos e cosméticos comercializados no país, priorizando as necessidades das farmácias de manipulação, empresas dos seguimentos farmacêuticos e cosméticos de Alfenas e região para atendimento de demandas da sociedade na área da saúde. As análises serão realizadas no Laboratório Núcleo Controle de Qualidade, Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Unifal-MG, que possui infraestrutura adequada para execução de ensaios analíticos e pessoal técnico capacitado para realização das análises. Com esta ação, a realização de estágios curriculares dos Bacharelados em Farmácia, Química, Biomedicina e Biotecnologia se tornam viáveis e fortalecidos, pois as amostras se constituem em objeto de estudo dos acadêmicos para vivenciar a realidade da prática profissional. Além disso, oportuniza a realização de projetos atrelados à pesquisa e pós-graduação.

Objetivos
• Executar análises físico-químicas e microbiológicas em amostras de água purificada enviadas pelas farmácias de manipulação, laboratórios clínicos, clínicas e demais empresas; • Emitir laudos técnicos das amostras de água purificada, fornecendo subsídios para que o solicitante possa avaliar continuamente a qualidade da água utilizada nas suas empresas; • Executar análises físico-químicas e microbiológicas em amostras de água potável recebidas por terceiros (provenientes de farmácias de manipulação, poços artesianos, caixas de água, minas de água, etc.); • Emitir laudos técnicos das amostras de água potável, fornecendo subsídios para que os solicitantes possam avaliar se a água é adequada ao consumo humano, ou se pode ser utilizada em processos de purificação. • Executar análises físico-químicas e microbiológicas em insumos farmacêuticos ativos utilizados na manipulação de medicamentos e cosméticos; • Emitir laudos técnicos das amostras de insumos farmacêuticos ativos, fornecendo subsídios para que o solicitante possa, continuamente, tomar decisão sobre a utilização ou não do insumo no processo de fabricação. • Executar análises físico-químicas e microbiológicas em formulações manipuladas e industrializadas (medicamentos e cosméticos); • Emitir laudos técnicos das amostras fornecendo subsídios para que o solicitante possa avaliar a qualidade de seu produto bem como aprimorar a qualidade de suas formulações; • Prestar informações e esclarecer dúvidas do solicitante em relação aos resultados das análises por meio de atendimento telefônico, e-mail e da utilização da ouvidoria disponível no endereço eletrônico do laboratório. • Realizar, de forma integrada com a sociedade, o papel fundamental do cuidado e preservação da saúde humana, contribuindo para melhoria da qualidade de vida da população. • Utilizar a estrutura do laboratório para apoiar o ensino de graduação e pós-graduação e pesquisa, proporcionando treinamentos em estágios de interesse curricular, atividades de iniciação científica, trabalhos de conclusão de curso, projetos de mestrado, doutorado e pós-doutorado, promovendo, dessa forma, suporte na formação e capacitação de recursos humanos. • Fortalecer a imagem da Unifal-MG como universidade pública com ação extensionista de promoção da qualidade de vida a população. • Elaborar relatório da ação e divulgar as informações resultantes das atividades de ensino, pesquisa e extensão realizadas no laboratório.

Justificativa
O setor farmacêutico possui um amplo propósito, objetivando a prestação de um serviço de qualidade no setor de saúde. A resolução 357, de 20 de abril de 2001 do Conselho Federal de Farmácia, define a farmácia como: “estabelecimento de prestação de serviços farmacêutico de interesse público e/ou privado, articulada ao Sistema Único de Saúde, destinada a prestar assistência farmacêutica e orientação sanitária individual ou coletiva, onde se processe a manipulação e/ou dispensação de produtos e correlatos com finalidade profilática, curativa, paliativa, estética ou para fins de diagnósticos” (BRASIL, 2001). Dentro da área farmacêutica, as farmácias de manipulação apresentam inúmeras vantagens para população, tais como: formulação individualizada, valorização do profissional prescritor, individualização de dose, possibilidade de atenção farmacêutica, evita desperdícios, rótulo personalizado, diminui automedicação, e possui viabilidade financeira superior para o usuário, quando comparado com os demais setores farmacêuticos (MIGUEL et al., 2002; REZENDE et al., 2003; PEREIRA, SERVILIERI, 2005). Vale ressaltar que a maior viabilidade financeira não se restringe a questões econômicas, pois, dentro do conceito do uso racional de medicamentos, verifica-se a importância do acesso pela população de baixa renda aos medicamentos essenciais, desde que possuam segurança, eficácia e qualidade comprovados (BRASIL, 2000). Ainda nos dias de hoje, o setor magistral enfrenta como obstáculo a falta de credibilidade do produto manipulado, pela suposta ausência de controle da qualidade das matérias-primas e produtos acabados, ausência de controle do processo de produção, e de sua reprodutibilidade (FERREIRA, 2008). Entretanto, os requisitos mínimos para a manipulação de medicamentos são estabelecidos pela Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) nº 67/2007, que dispõe sobre boas práticas de manipulação de medicamentos para uso humanos em farmácias. Dentre as inúmeras questões abordadas na resolução, consta a obrigatoriedade do controle de qualidade de água, matérias-primas, e de formulações, através da realização de inúmeros ensaios físico-químicos e microbiológicos (BRASIL, 2007). Tais análises por apresentar alto custo decorrente da necessidade de adequação de área física, aquisição de equipamentos e treinamento contínuo de pessoal dificultam a execução do controle de qualidade nas farmácias de manipulação, que em muitos casos não dispõem de recursos suficientes, em contraste com o setor industrial farmacêutico (BONFILIO et al., 2010, (MARTINELLI et al., 2005). Outra questão de grande relevância relacionada à saúde pública é a qualidade da água potável, pois a água está se tornando um bem cada vez mais escasso, e sua qualidade se deteriora cada vez mais rápido (FREITAS, BRILHANTE, ALMEIDA, 2001). Os crescentes desmatamentos, os processos de erosão/assoreamento dos mananciais superficiais, os lançamentos de efluentes e detritos industriais e domésticos nos recursos hídricos têm contribuído para tal situação (BRASIL, 2006). Segundo o Ministério da Saúde, as ações de controle e vigilância da qualidade da água têm sido extremamente tímidas. Muitos municípios e localidades não dispõem de pessoal e de laboratórios capazes de realizar o monitoramento da qualidade da água, do manancial ao sistema de distribuição (BRASIL, 2006). A Organização Mundial de Saúde, estabelece procedimentos adequados de controle e garantia da qualidade de todas as atividades ligadas à produção de água potável devem ser implementados (WHO, 2011). Neste contexto, as demandas analíticas de grande relevância do ponto de vista de saúde pública, advindas de setores externos, nos faz entender que o Núcleo Controle de Qualidade da Unifal-MG, por possuir infraestrutura adequada para execução de ensaios físicos, físico-químicos e microbiológicos de água potável, água purificada, insumos farmacêuticos ativos e produtos acabados, com cumprimento de Boas Práticas de Laboratório pela norma ISO/IEC 17.025 (ABNT, 2005), poderá prestar serviço de análises com a qualidade necessária para a sociedade.

Beneficiário
Conveniados: farmácias de manipulação, indústria de cosméticos e laboratórios de análises clínicas (enviam água potável, água purificada, insumos farmacêuticos ativos e produtos acabados). Não conveniados: pessoas físicas e jurídicas (enviam água potável).