MUSEU DE CADA UM, PATRIMÔNIOS DE TODOS NÓS: BRINCANDO DE CONSTRUIR IDEIAS SOBRE MUSEUS E PATRIMÔNIOS NO SUL DE MINAS GERAIS

Apresentação
O presente projeto consiste em desenvolver atividades de Educação Patrimonial com o público infanto-juvenil (05 a 18 anos) de escolas públicas e particulares e ONGs dos municípios da região Sul Mineira. Ainda, visamos elaborar propostas de educação patrimonial para a comunidade acadêmica da UNIFAL-MG, ainda não realizadas. Nossa proposta é explicitar, na prática, como todo tipo de museu e de patrimônio são importantes, sejam os constituídos pela UNIFAL-MG ou pelas próprias crianças, adolescentes ou comunidade da UNIFAL-MG. Visamos reforçar que patrimônios estão em todos os lugares, bastando que alguém reconheça e tome como seu.

Objetivos
- Propiciar aos discentes e demais colaboradores um envolvimento com a Cultura, Memória e Patrimônios da Região Sul Mineira; - Trabalhar de forma crítica e reflexiva os conceitos de Patrimônio e Museu, a partir de reflexões e discussões teóricas sobre o campo; - Apresentar ao público os resultados das reflexões teóricas acima apresentadas, porém privilegiando sempre a subjetividade e interpretação de cada um sobre os conceitos.

Justificativa
A educação patrimonial pode ser aplicada no âmbito de processos educativos formais e não formais que tem como foco distintos patrimônios, e usada como recurso para a compreensão da história e da cultura em todas as suas manifestações. Tal ação pode despertar, no participante, o interesse em resolver questões significativas para a sua própria vida pessoal e coletiva. E é nesse âmbito que entra o local. Segundo Scheiner (2005), é na esfera local que cada grupo humano designa e define sua identidade. Não há, portanto como falar de indivíduo sem considerar que é na esfera local que os indivíduos se constroem, principalmente, enquanto tais – seja esse local um bairro, uma família, uma escola, uma igreja e/ou outro tipo de comunidade. Como aponta Maffesoli (1996, p. 305), “o indivíduo só pode ser definido na multiplicidade de interferências que estabelece com o mundo circundante”. É a nível local que nos definimos, em primeira instância, como ‘culturas’, articulando nossas singularidades biológicas e culturais no construtor simbólico que nos irá identificar como ‘presença’, e também onde são desenhadas as formas culturais, produto das relações de parentesco ou de laços de vizinhança: “[...] torna-se imperativo examinar a importância das identidades e dos patrimônios, a nível local – onde as trocas individuais ainda têm lugar” (SCHEINER, 2005). Entre as “coisas históricas” que perduram, algumas vem a receber o estatuto de patrimônio. Tal fato acontece apenas quando uma coletividade decide explicitamente conservá-las e transmiti-las, ou então, quando essas chamadas “coisas históricas” fazem referência a tal comunidade, inscritas em sua “memória viva”, podendo ser reconhecido nelas uma herança (BRULON SOARES, 2006). José Reginaldo Gonçalves ressalta que são muitos os estudos que identificam como início da constituição da categoria “patrimônio cultural” fins do século XVIII, concomitantemente com as formações dos Estados Nacionais. Segundo esse mesmo autor, a noção de patrimônio é confundida com a de propriedade e, em sua maioria, com uma propriedade que é herdada, em detrimento de uma propriedade adquirida. No entanto, podemos afirmar que até no senso comum patrimônio é associado com bens adquiridos, não somente herdados. Esses bens especiais nem sempre possuem “atributos unicamente utilitários” – mas, simultaneamente, “significados mágico-religiosos e sociais”, constituindo-se, como declara, “verdadeiras entidades, dotadas de espírito, personalidade” (GONÇALVES, 2007, p. 214). Segundo aponta, as ênfases na categoria patrimônio na atualidade tem ressaltado seu caráter “construído” ou “inventado” que, para o autor, é decisivo na compreensão dessa categoria. Assim, é possível inferir que, por meio do projeto aqui proposto, que visa trabalhar os conceitos de Museu, Patrimônio (nas dimensões material e imaterial), tanto por meio da apresentação dos conceitos quanto da verificação deles em atividades lúdicas, o Museu da Memória e Patrimônio se torna ator no processo de construção e identificação de patrimônios – sejam os patrimônios já reconhecidos (tombados ou registrados pelos órgãos competentes) quanto os identificados pelos próprios participantes (a escola, os objetos de família etc). Isso se dá nos três encontros que estabelecemos com os participantes, conforme apresentado a seguir: 1. Primeiro contato e apresentação dos conceitos de Museu e Patrimônio - Nesse momento, trabalhamos com as crianças e adolescentes a premissa de que as instâncias museu e patrimônio não estão além deles: eles mesmos constroem, identificam e percebem seus patrimônios. Ainda, visamos o entendimento de que museu está além do senso comum de "lugar de coisas velhas”. Ele pode ser visto, em sua concepção macro, como o próprio mundo em que vivemos; 2. Aplicação do conceito de Museu e Patrimônio - No segundo encontro, o objetivo é entender, na prática, como se constitui um museu. Museus, em sua maioria, são constituídos por objetos que 'contam' mais sobre nossas histórias pessoais do que sobre si mesmos. Faz-se necessário entender que Museu se constitui exatamente nesta relação que estabelecemos com nossas identidades e memórias, a partir destes fragmentos de nossas relações – nossos patrimônios pessoais; 3. Aplicação do conceito de Museu, Patrimônio Material e Imaterial - Neste momento explicitamos, na prática, como todo tipo de museu e de patrimônios são importantes, sejam os constituídos pela UNIFAL-MG ou por eles próprios. Visamos reforçar que patrimônios estão em todos os lugares, bastando que alguém reconheça e tome como seu. Para o ano de 2018 estenderemos nossa atuação para a comunidade acadêmica da UNIFAL-MG, por meio de novas propostas a serem construídas pelo coletivo de atuantes do projeto. Nos anos de 2013, 2014, 2015, 2016 e 2017 o projeto teve auxílio da Pró-Reitoria de Extensão em bolsas. O projeto foi aprovado pelo PROEXT/MEC 2015 e recebeu a quantia de R$ 61.083,00 para desenvolvimento de suas atividades.

Beneficiário
Poderá envolver docentes, discentes e demais funcionários da UNIFAL-MG; e membros da comunidade externa. Público-alvo: crianças e adolescentes de 05 a 18 anos das redes públicas, particulares e projetos sociais; e comunidade acadêmica da UNIFAL-MG.