AGRICULTURA URBANA E MEIO AMBIENTE: RESSIGNIFICANDO AS RELAÇÃO COM O ESPAÇO PÚBLICO

Apresentação
A Universidade como polo irradiador de conhecimento pode atuar no sentido do desenvolvimento do saber ambiental tanto do seu próprio espaço como também da comunidade do seu entorno. O reconhecimento do ambiente (objetos e fluxos) no qual se insere o Campus de Varginha é de grande importância para não só despertar para a necessidade de conscientização como também de resgatar o sentido e a relação do ser/sujeito com o meio natural. Esse duplo desafio (conscientização e a ação prática) visa primordialmente a nos colocarmos como sujeito transformador da realidade e do espaço em prol da coletividade a partir de experiências vivenciais. Assim, o presente projeto de extensão procura envolver os alunos, professores, trabalhadores e comunidade em ações de educação ambiental tendo a Agricultura Urbana e Periurbana (AUP) como elemento transversal de conteúdo didático.

Objetivos
1) 2 oficinas de sensibilização em educação ambiental dos trabalhadores e comunidade, 2) 1 oficina: Conhecer para preservar: espaço, plantas e suas funções ambientais, 3) Plantio de espécies de múltiplas funções 4) Compostagem: os ecociclos da vida

Justificativa
Com o rápido processo de urbanização verificado no país as referências e os conceitos sobre o meio ambiente também se alteram drasticamente, a convivência com o ambiente com práticas comuns há 50 anos atrás, hoje se tornam inviáveis como, por exemplo a queima do lixo no quintal, a pesca ou banho em rios próximos a áreas urbanas, etc. Outras transformações também são sentidas no nosso cotidiano, principalmente no que se refere as necessidades de ocupação e compartilhamento dos espaços urbanos. As demandas impostas por modelos e pelas desventuras de uma suposta modernidade com padrões estéticos e assépticos contrariam uma convivência natural com o ambiente, criando condições artificializadas que dificultam a percepção da natureza enquanto um ambiente de troca e de respeito à diversidade. Nesse sentido, Martine observa que até mesmo “a literatura ainda negligencia a importância do espaço nas interações entre população, desenvolvimento e meio ambiente: responde pouco a respeito das vantagens de diferentes padrões de distribuição populacional para a sustentabilidade.” (Martine 2008) A importância de se problematizar a interação entre espaço e população ajuda na compreensão da dinâmica que se estabelece entre o sujeito e as diferentes formas com que a sociedade se relaciona com meio ambiente. Uma primeira aproximação ao tema, nos leva a uma reflexão que Milton Santos (Santos 2006) elabora a partir da diferença entre espaço e paisagem. Para o autor “Paisagem e espaço não são sinónimos. A paisagem é o conjunto de formas que, num dado momento, exprimem as heranças que representam as sucessivas relações localizadas entre homem e natureza. O espaço são essas formas mais a vida que as anima” Nossa capacidade de convivência com o ambiente natural tem sido substituída por processos de urbanização pasteurizados, calcados num tipo de racionalidade muitas vezes “técnica” ou econômica. Assim, a ressignificação do meio ambiente pode contribuir para aumentar a percepção sobre a complexidade do meio ambiente e como podemos nos beneficiar dessa relação de convivência mais harmônica com o ambiente natural. Essa proposta busca introduzir a prática da educação ambiental a partir da leitura do ambiente natural e transformado com o qual convivemos em nosso cotidiano. Elementos se entrecruzam gerando uma dinâmica na qual pouco interagimos organicamente.

Beneficiário
Trabalhadores técnicos administrativos, terceirzados da UNIFAL-MG, alunos do ensino fundamental e médio de escolas públicas e alunos da UNIFAL-MG