II MOSTRA DA PRÁTICA PEDAGÓGICA EM EDUCAÇÃO INCLUSIVA: A PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO ACESSÍVEL E A EXPERIÊNCIA FORMATIVA.

Apresentação
A II Mostra de Prática Pedagógica é uma ação que tem como princípio a indissociabilidade entre o ensino, pesquisa e extensão, pois, como componente curricular da disciplina de Educação Inclusiva dos cursos de licenciatura, a prática pedagógica tem como proposta teórico-metodológica a elaboração de projetos investigativos em interface com a extensão, cujo foco é a criação de materiais didáticos que contribuam com o processo de aprendizagem e acesso ao conhecimento dos estudantes com deficiência, tanto da Educação Básica quanto do Ensino Superior. Realizado pelos estudantes dos cursos de Geografia, História e Pedagogia, apresenta à comunidade acadêmica, aos professores da rede de Alfenas e região e demais profissionais, os resultados deste trabalho. Foram desenvolvidos materiais didáticos atendendo aos princípios de desenho universal: os materiais foram concebidos para serem usados por todas as pessoas, como preconiza a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (BRASIL, 2015).

Objetivos
Preenchimento não necessário

Justificativa
O conceito de educação inclusiva encontra-se em um limbo. Por um lado, avançamos do caráter de exceção presente na educação “especial”, que diz respeito a uma condição especial, extraordinária. Por outro, seu uso nos mostra que ainda nos distanciamos da educação democrática, pois o foco no “incluído” dá tanta luz a ele que denuncia uma inclusão ainda pela metade. A Declaração de Salamanca nos ajudou a expandir o conceito de necessidades educacionais especiais para todo estudante que demandasse da escola repensar suas funções, suas formas de organização, seu projeto pedagógico para que suas necessidades fossem atendidas e a escolarização, assim, pudesse se encaminhar. É a partir desse marco que a educação inclusiva vai se popularizando, partindo sim da educação especial, mas vislumbrando uma nova concepção de educação: a escola precisa incluir não apenas os “especiais”, mas todos os alunos. Não queremos com isso esquecer as diferenças. E muito menos tratar todas as diferenças de forma igual. Partimos do pressuposto de que existem diferenças significativas. Por exemplo, usar óculos não é o mesmo que ter uma deficiência visual. Porque com o uso dos óculos é possível corrigir a falta de funcionalidade visual. Nesse sentido, a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (BRASIL, 2015) define que pessoas com deficiência devem ter assegurados, “em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais, visando à sua inclusão social e cidadania”. Um dos elementos basilares para este fim é a acessibilidade, ou seja, a “possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida” (BRASIL, 2015). Com este conceito, reconhece que a deficiência é uma diferença significativa, mas que na ausência da acessibilidade, pessoas com deficiência podem ter obstruída sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.  No âmbito da educação, sobretudo no cotidiano da sala de aula, o processo de escolarização se dá por meio da relação entre o estudante e o conhecimento, mediados pelo professor. Este último corporifica a cultura escolar, o currículo, as estratégias de ensino, as suas concepções e experiências sobre o aluno, dentre outros. Assim, o planejamento das aulas, utilizando recursos e materiais didáticos que atendam ao conceito de desenho universal e a acessibilidade favorece participação plena e efetiva, em igualdade de condições com os demais estudantes, nas atividades educacionais, enfim com o processo inclusivo desses estudantes. Por isso, em nossos cursos de licenciatura nos dispomos a pesquisar e a criar projetos investigativos em interface com a extensão para que possamos compartilhar nossas experiências e construir mutuamente saberes sobre o tema. Entendemos que o debate do que são as diferenças significativas e qual espaço social elas têm, nos ajudarão a tirar a educação inclusiva do limbo.

Beneficiário
Discentes, docentes e TAE's dos cursos de graduação da Unifal-MG; Professores e Gestores da rede pública municipal e estadual de Alfenas e região; bem como todas as pessoas interessadas no tema.