CONSULTÓRIO FARMACÊUTICO

Apresentação
Na atual fase em que se encontra a profissão farmacêutica (Fase de Cuidado), a realização de serviços clínicos por farmacêuticos é uma demanda crescente e legítima para a promoção do uso racional de medicamentos. Nesse processo, o farmacêutico interage com o paciente, sua família e a comunidade para a identificação das necessidades em saúde e a partilha de conhecimentos que são necessárias ao empoderamento do usuário de medicamentos. O consultório farmacêutico, ao figurar a representação maior dessa nova proposta de atuação do farmacêutico, emerge também como um símbolo da revolução clínica e da reaproximação desse profissional às demandas reais em saúde da sociedade. Isso posto, este projeto visa a oferta de serviços clínicos a partir da imersão dos estudantes nas necessidades em saúde do paciente e na troca de saberes para seu empoderamento com vistas ao sucesso do tratamento medicamentoso.

Objetivos
a) Identificar necessidades em saúde e empoderar os pacientes em relação à condição de saúde e o tratamento medicamentoso; b) Compartilhar experiências entre profissionais e pacientes sobre condições de saúde prevalentes na comunidade; c) Favorecer a integração ensino-serviço-comunidade; d) Criar momentos de vivência e partilha para que os estudantes, imersos na comunidade, ampliem seus conhecimentos teóricos e práticos e contribuam na promoção do uso racional de medicamentos e qualidade de vida.

Justificativa
Um estudo farmacoeconômico realizado no Rio Grande do Sul mostrou que três em cada cinco problemas relacionados a medicamentos identificados em pacientes atendidos no pronto socorro de um hospital universitário eram considerados evitáveis, o que poderia gerar uma economia de quase R$ 4,5 milhões para o sistema de saúde (Freitas et al, 2017). Estudos anteriores evidenciaram situação semelhante: 36% das visitas aos pronto-atendimentos estão relacionadas a problemas na farmacoterapia e 70% desses problemas são considerados evitáveis com a atuação do farmacêutico clínico (Patel; Zed, 2002; Al Hamid et al, 2014). Nesse sentido, observa-se também que os gastos do Ministério da Saúde com a aquisição de medicamentos têm crescido progressivamente nas últimas duas décadas. Em 2003, por exemplo, investiu-se R$ 1,9 bilhões na compra desses insumos, valor que ultrapassou os R$ 14 bilhões em 2015 (um aumento da ordem de 736%) devido a fatores como o aumento da expectativa de vida, a diminuição da mortalidade infantil, as políticas públicas em saúde e os programas de acesso aos medicamentos (David et al, 2017). Ainda assim, a saúde pública no país permanece sofrendo com a tripla carga das doenças, o desabastecimento das farmácias, a alta demanda de pacientes nas filas à espera de atendimento e com a falta de recursos para a oferta do cuidado integral à população. Sabendo que situação semelhante pode ser observada no município de Alfenas, a presente proposta busca aproximar a academia das demandas apresentadas pela comunidade, numa prática integrativa pela qual há a promoção da qualidade de vida num diálogo entre acadêmicos, equipe de saúde e usuários de medicamentos. As ações do Projeto estão associadas ao Ensino, Pesquisa e Extensão, bem como aos indicadores brasileiros para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas, em especial aos objetivos 3 e 4 que preconizam “Saúde e bem-estar” e “Educação de qualidade”.

Beneficiário
Pessoas que utilizam medicamentos para tratamento de seus problemas de saúde em Alfenas-MG.