Apresentação
O beneficiamento de gemas é considerado qualquer procedimento realizado, que não seja a lapidação e/ou polimento que vise melhorar a durabilidade, aparência, cor e brilho destes minerais, de forma a adquirir maior valor de mercado. Este valor de uma amostra tratada depende da influência de fatores extrínsecos (exposição às condições naturais de pressão, temperatura e luminosidade) e intrínsecos (presença de inúmeros elementos químicos responsáveis pela cor de um mineral e estrutura cristalina, principalmente), fazendo com que amostra seja única. A falta do entendimento de como os minerais gemológicos podem ter a sua cor melhora ou intensificada ou até uma nova cor, ocasiona a realização indevida do procedimento de beneficiamento de uma gema, podendo até inutilizá-las. É bastante comum que minerais como berilo e quartzo apresentem elevados percentuais de perdas devido às falhas no procedimento de tratamento, resultando em perdas econômicas significativas para o produtor/comerciante.
Objetivos
- Definir os processos aplicados para a mudança e/ou melhoramento da cor em berilo, através de processos de tratamento físico;
- Definir os processos aplicados para a mudança e/ou melhoramento da cor em howlita, através de processos de tratamento físico e químico (tingimento).
Justificativa
A grande maioria dos materiais gemológicos produzidos no estado de Minas Gerais referem-se a produtos naturais que não apresentam a aplicação de nenhuma técnica de tratamento físicoquímico além da lapidação. Entretanto, é notável que tanto para a indústria joalheira como também para o consumidor final que o fator que mais interfere na beleza, raridade e escolha do mineral como gema (substâncias naturais usadas como adorno pessoal) seja a sua cor. Gemas que têm a sua cor modificada e/ou realçada, ou até mesmo que apresente uma nova cor, são denominadas de gemas "tratadas". Esse processo de tratamento (ou beneficiamento) das gemas é importante pois agrega valor comercial à mesma, fazendo com que um material sem nenhuma aplicação comercial passe a ser comercializado em função da combinação de processos físicos e químicos aplicados a minerais específicos. O estado de Minas Gerais é internacionalmente conhecido pela produção de gemas naturais, tais como esmeralda, água marinha, topázio, diamante, turmalina, alexandrita, crisoberilo, heliodoro, morganita, olho-de gato, kunzita, andaluzita, granada, ametista e citrino, perfazendo cerca de 25% da produção mundial (FAPEMIG, 2000). Entretanto, parte dessas gemas mineiras são incolores em seu estado natural e necessitam de tratamentos especiais para adquirir cor, beleza e valorização no mercado. Não existem dados oficiais que comprovem qual o volume de gemas que são tratadas, mas sabe-se que este número é infinitamente reduzido e que poderia sofrer expresso aplicados para sua viabilidade comercial. Por este motivo, a cor das gemas exerce influência direta no seu valor de mercado. A melhoria da cor dos minerais gemológicos brutos, por inúmeros processos de tratamentos físicos e químicos, certamente agregam valor ao produto e representam importante parcela para esse nicho econômico. Outra questão relevante é que os comerciantes esperam prever se o resultado do tratamento é estável ou não, pois alguns tratamentos podem gerar cores não duradouras quando expostas às condições de luz e temperatura naturais, o que é bastante prejudicial para a aceitação de certos beneficiamentos de gemas no mercado. Para esta proposta, serão aplicados processos físicos e químicos em minerais gemológicos procedentes do estado de Minas Gerais (principalmente das cidades de Teófilo Otoni, Araçuaí, Diamantina, Padre Paraíso, Corinto, dentre outras), exclusivamente em minerais que não apresentam valor comercial elevado e que, por isso, não são utilizados como gemas.
Beneficiário
Os beneficiários diretos serão os comerciantes de pedras preciosas do estado de Minas Gerais, que poderão agregar valor aos minerais gemológicos comercializados.