PROCURANDO O AEDES - AÇÕES DE VIGILÂNCIA E COMBATE AO MOSQUITO AEDES AEGYPTI NOS CAMPI DA UNIFAL, EM ALFENAS/MG.

Apresentação
O mosquito Aedes aegypti parece um pernilongo comum, mas bem menor, preto, com escamas brancas espalhadas pelas patas e pelo corpo. Como principal característica morfológica apresenta um desenho, feito por escamas brancas, de uma “Lira” (instrumento musical) no dorso do tórax. Costumam picar as pessoas no início da manhã ou no final da tarde, mas isso não é uma regra definitiva, pois tem mudado em alguns casos, quando se pode ver os mosquitos picando em outros horários, principalmente em casos com altas densidades populacionais. Os machos se alimentam de néctar e seiva de plantas. Somente as fêmeas dos mosquitos são hematófagas, picando as pessoas para ingestão de moléculas de ferro, presentes na hemoglobina das hemácias, e de algumas proteínas do sangue para o amadurecimento dos folículos ovarianos e consequentemente maturação de seus ovos.

Objetivos
1- Treinar e orientar alunos de graduação, como estagiários voluntários, para busca ativa de focos larvários; 2- Vistoriar semanalmente todos os departamentos e unidades nos campi da UNIFAL em Alfenas, interna e externamente; 3- Identificar as áreas nos campi da UNIFAL, com mais proporção/ocorrência de focos do mosquito e os criadouros predominantes e notificá-los junto à Secretaria Municipal de Saúde de Alfenas/MG; 4- Instalar armadilhas “Mosquitéricas”, em pontos estratégicos dentro dos campi, com vistoria semanal, com recolhimento de ovos e larvas, a serem encaminhadas ao laboratório para testes e identificação; 5- Produzir e distribuir material informativo ou veicular on line para toda a comunidade universitária; 6- Dimensionar a real situação sobre a incidência do Aedes aegypti para cada membro da comunidade Universitária.

Justificativa
O grau de domiciliação de uma população de vetores é medido pela intensidade da relação entre essa população e a humana. Em uma população em particular, depende do número e das combinações de feições comportamentais controladas geneticamente, tais como habilidade de entrar nas edificações, oviposição e desenvolvimento das larvas em recipientes artificiais no intradomicílio, utilização das casas como abrigo para repouso, acasalamento e repasto com sangue humano, também no intradomicílio. Por outro lado, o comportamento da população humana exerce pressão seletiva sobre a população do vetor no processo de domiciliação. No Estado de São Paulo, estudo realizado com as informações referentes ao conjunto dos recipientes pesquisados (2,6 milhões) para avaliação de densidade larvária, durante os anos de 1993 e 1994, mostrou que 88% dos focos larvários de Aedes aegypti estavam no peridomicílio. Em Santos, três áreas diferentes mostraram resultados semelhantes: 91% dos focos no peridomicílio. No entanto, em investigação realizada em cidade endêmica para dengue no oeste paulista, verificou-se que das 185 fêmeas adultas de Aedes aegypti capturadas, apenas 12,7% encontravam-se no peridomicílio. Ou seja, ao contrário das formas imaturas, as fêmeas adultas predominam no intradomicílio. É necessário investigar o comportamento das populações deste vetor nos seus ambientes de desenvolvimento, tais como, distribuição dos focos larvários e índices de infecção dos mosquitos para a definição das estratégias de combate, em busca do controle. Práticas para combate e controle de insetos são muito antigas. Há registro de seu uso na China há mais de 2.000 anos. Basicamente, eram práticas de controle biológico direcionadas ao enfrentamento das pragas agrícolas. No final do século XIX, descobriu-se que certas espécies de insetos e outros artrópodes eram responsáveis pela transmissão de algumas das mais importantes doenças. Vacinas ou medicamentos efetivos contra a maioria delas ainda não estavam disponíveis e o controle da transmissão era, todavia, fortemente centralizado no combate ao vetor. Os primeiros programas de controle eram baseados em medidas físicas e na aplicação de óleo ou de verde de Paris nos criadouros. Atualmente, muitas doenças contam com vacinas eficazes, caso da febre amarela, ou com medicamentos geralmente eficientes, caso da malária. Todavia, o controle do vetor ainda é imprescindível para prevenir diversas doenças – entre as quais a Dengue, a Chikungunya e Zica, como parte integrante de muitos programas de saúde, como os também dirigidos à prevenção e controle da malária e das leishmanioses. Com os dados do Ministério da Saúde, demonstrando que em 1995 haviam 1752 municípios com o Ae. Aegypti e em 2008 já eram 4006 municípios e sendo Alfenas um destes municípios, as autoridades municipais de saúde estão em alerta, pois em 2016 os casos já aumentaram significativamente. Dados atualizados em Minas Gerais, até 05 de outubro de 2016, apontam para 523 mil casos suspeitos e confirmados de dengue, com 232 óbitos, 15.191 casos suspeitos de zica e 675 casos suspeitos de chikungunya. Em Alfenas foi confirmado um alto número de casos notificados de dengue a partir de 2008, em comparação com os anos anteriores, com um aumento das notificações de mais 60 vezes. Deste modo, justifica-se a participação da Universidade como um reforço às ações de controle e, principalmente, às ações preventivas contra instalação de focos larvários dos mosquitos dentro dos campi em Alfenas (Campus do Centro e Campus do Pinheirinho). Com distintas áreas a serem monitoradas e com grande fluxo de pessoas de origens diversas, possibilitando a circulação viral nestes ambientes.

Beneficiário
Primeiramente a maior beneficiada será a comunidade acadêmica, em seguida a população de Alfenas vizinha aos Campi da UNIFAL. O programa de controle municipal do Aedes também será outro beneficiado pelo Projeto.