DIGIATLAS: ATLAS DIGITAL AMBIENTAL EM DISPOSITIVO MOBILE PARA ANDROID

Apresentação
Muitas das informações locais sobre o ambiente acabam por se encontrar fragmentada e de difícil acesso, nesse sentido, projeto DigiAtlas (Atlas Ambiental Digital Colaborativo) foi desenvolvido nos últimos três anos, com apoio da FAPEMIG, para auxiliar nesse processo educativo, oferecendo a educadores e aprendizes um aplicativo para dispositivos móveis que, integrado a um servidor de dados, permitindo o compartilhamento de dados encontrados em diferentes lugares, situações e momentos. Este projeto foca no aprimoramento do aplicativo web e mobile do DigiAtlas e em sua divulgação para uso pela comunidade de Alfenas e outras regiões do Brasil, propiciando a extensão tecnológica que poderá trazer diversos benefícios para a sociedade.

Objetivos
- Fortalecer os vínculos internos e externos entre pesquisadores de diversos grupos de pesquisa da universidade que tem como objeto de estudo a questão ambiental e o uso das tecnologias educacionais. - Promover a aproximação da comunidade e escolas com a Universidade por meio das atividades de desenvolvimento de material didático digital e das metodologias para uso deste. - Oportunizar aos graduandos da Unifal-MG a vivência de uma postura pedagógica diferenciada, por meio dos Projetos de Trabalho. - Oportunizar aos acadêmicos participantes o desenvolvimento de ações que promovam a cidadania plena do público alvo. - Estimular a expansão da consciência e sensibilidade ambiental entre os participantes do projeto. - Estimular o uso das novas tecnologias da informação e educação no âmbito escolar.

Justificativa
O projeto propõe-se a desenvolver ações no âmbito da educação socioambiental e da inclusão das tecnologias digitais no ensino, focando a fragmentação ambiental da região do sul de Minas Gerais. A temática socioambiental foi eleita para a realização desse projeto por dois motivos: primeiro, porque é reconhecida como um grave problema global na contemporaneidade; segundo, porque é uma temática socialmente relevante, especialmente na atualidade, quando a relação homem-natureza vem sendo pautada por valores antropocêntricos e utilitaristas, e promovendo o consumismo exagerado e o desenvolvimento econômico desenfreado, que constituem uma marca de nosso tempo. Embora esta temática seja contemplada na escola pelos currículos do ensino fundamental, sua abordagem em geral não ocorre de maneira transversal e interdisciplinar, como recomendado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais. Sabe-se que na escola, em geral, esta abordagem restringe-se ao ensino de ciências, biologia e geografia, o que empobrece a multiplicidade de olhares possíveis sobre essa temática. Para além de uma visão biologicista do ambiente, esta proposta está baseada no paradigma ecossistêmico, que pressupõe um dinamismo intrínseco envolvendo os elementos da natureza, os instrumentos da cultura e a própria sociedade (Moraes, 2002). Sabe-se que o modo pelo qual as pessoas se relacionam com o meio ambiente deriva de suas percepções acerca do mesmo. A percepção define-se como o processo de organizar e interpretar dados sensoriais recebidos (sensações) para desenvolvermos a consciência do ambiente que nos cerca e de nós mesmos. A percepção implica interpretação, daí o sentido em se propor uma hermenêutica ambiental (Carvalho, 1998). Problematizar o modo como cada indivíduo ou segmento concebe a natureza e o meio ambiente pode contribuir para uma percepção mais crítica da realidade ambiental, na qual os elementos culturais e naturais possam ser vistos como indissociáveis, uma vez que não há como descolar o ambiente do sujeito e, consequentemente, de suas condições de vida. Daí decorre nosso interesse em atuar junto a crianças e adolescentes das escolas, procurando construir um conhecimento junto a esses sujeitos sociais, que permita problematizar suas representações acerca da natureza e do meio ambiente, com vistas a desenvolverem uma postura crítica diante da relação ser humano/natureza. Para além da problematização, faz-se necessário um trabalho de sensibilização ambiental junto aos sujeitos envolvidos no projeto. Um processo corrente de “sensibilização ecológica” na opinião pública brasileira foi mencionado por Grün (1996), e será explorado em algumas atividades do projeto. Há, de fato, na educação ambiental, o reconhecimento de que o ser humano é mais do que razão e cérebro, mas também emoção, coração, corpo. Nesta perspectiva, diversos projetos vêm procurando sensibilizar e emocionar seus praticantes “para a beleza, a paz, a harmonia do natural” (Viégas e Guimarães, p.57). Para o educador Genebaldo Freire Dias, a educação ambiental deve atingir o coração do indivíduo. “Não há outra linguagem mais eficaz”.

Beneficiário
Professores, alunos e pesquisadores da UNIFAL-MG; professores e alunos do ensino fundamental e médio; comunidade em geral.