INTRODUÇÃO À MUSEOLOGIA E AOS MUSEUS

Apresentação
Oferecido em 2015 e a ser oferecido novamente no segundo semestre de 2017, o presente curso visa iniciar os participantes no universo dos museus e da Museologia, tratando dos seguintes temas: Museologia e sua reivindicação por um espaço específico entre disciplinas; Introdução à história dos museus; Construção de narrativas e discursos dos museus: o caso dos Museus Históricos; Tipologia de museus: dos Museus Tradicionais aos Museus Comunitários; Noções básicas sobre organização e gestão de museus; Museografia, expografia e comunicação; Projeto expositivo; Os museus e seus públicos; e Preservação em Museus. Ainda, o curso contará com visitas técnicas a museus de diferentes tipologias. Esta atividade é uma disciplina optativa oferecida por meio do Curso de História da UNIFAL-MG que, devido à demanda de pessoas atuantes em museus da Região, será promovida em caráter de curso para que esses possam participar, capacitando-os assim nas questões pertinentes aos museus e à Museologia.

Objetivos
Capacitar o participante em conhecimentos básicos para atuação em museus; Reafirmar a relação da Universidade com a comunidade externa; Propiciar aos profissionais de Museologia e Patrimônio da região do Sul de Minas um treinamento de questões relevantes dessa disciplina.

Justificativa
A implantação desta atividade, na forma proposta, atende às seguintes missões do MMP-UNIFAL-MG: apoiar museus e centros culturais da Região do Sul de Minas Gerais que visam à preservação e divulgação de suas Memórias e Patrimônios; e promover e realizar cursos, conferências, seminários e outros eventos de caráter museológico, educativo e de interesse direto ou correlato ao órgão. Ainda, a atividade aqui apresentada se enquadra no Programa Nacional de Formação e Capacitação de Recursos Humanos, pertencente à Política Nacional de Museus do Instituto Brasileiro de Museus - Ibram, que tem como objetivos ampliar a oferta de cursos de graduação e pós-graduação em Museologia, desenvolver cursos técnicos, cursos de extensão e oficinas nas diversas áreas de atuação dos museus; e apoiar a realização e/ou realizar encontros, seminários, congressos e outros fóruns de discussão para divulgação e produção de conhecimentos. Os resultados do Programa Nacional são estimulantes e indicam que, no Brasil, a demanda por formação especializada no campo de museus é crescente e, ao mesmo tempo, sublinham a importância da criação de cursos de graduação e pós-graduação em Museologia e, ao lado de cursos técnicos, recebam e orientem a vocação de jovens brasileiros para o trabalho com os museus, a Memória Social e o Patrimônio Cultural. Este debruçar sobre a Museologia como campo disciplinar, ciência ou conjunto de práticas de museus remonta à segunda metade do século XX, sabendo-se também que a origem do termo seria de meados do século XIX. Segundo os dicionários franceses, o termo “museologia” não aparece antes de 1931. Com relação aos ingleses, o termo demorou a ser utilizado, com exceção de um uso no David Murray’s Museum, 1904 (AGREN, 1992, apud CERAVOLO, 2004, p. 48). Segundo van Mensch, o primeiro a usar o termo Museologia foi P. L. Martin, em Praxis der Naturgeschichte (1869). Poucos anos depois, em 1883, o alemão J. G. Th. Von Graesse escreveu o livro Zeitschrift für Museologie und Antiquitätenkunde sowie verwandte Wissenschaften, destacando o termo Museologia (VAN MENSCH, 1992). Como aponta Scheiner, “Uma das experiências mais emblemáticas do período foi a criação, em 1927, na Escola do Louvre, de um Curso de Museografia (2º. Ciclo), primeiro curso na França com o objetivo de qualificar e formar conservadores para os museus do país. Por este motivo, o ano de 1927 ficou conhecido na França como ‘o ano da Museologia’” (SCHEINER, 2007). Não deve ser esquecida também a experiência da Escola de Museologia (hoje UNIRIO), cuja origem foi justamente o Curso de Museus, primeiro curso regular das Américas no campo da Museologia, criado em 1932 no Museu Histórico Nacional (SCHEINER, 2007) – e que há 85 anos consecutivos vem formando profissionais em museus. No Seminário Regional da UNESCO sobre a função educativa dos museus, ocorrido no Rio de Janeiro, em 1958, a Museologia foi definida como ‘o ramo do conhecimento ligado ao estudo dos objetivos e organização de museus’, definição adotada em 1974, na 11ª Assembleia Geral do ICOM, em Copenhague (Dinamarca). Na década de 1960 houve uma tentativa de vincular a Museologia às ciências humanas e sociais, não como saber específico, porém ligada a áreas como História, Sociologia, Antropologia, Educação e até mesmo à recém-criada Ciência da Informação, como afirma Scheiner. Contudo, outro grupo percebeu a Museologia como ciência independente (SCHEINER, 2005, p. 179). Durante a Mesa Redonda de Santiago do Chile, em 1972, o caráter social da Museologia passou a ser priorizado - e esta, já reconhecida pelos participantes desse encontro como um novo campo do conhecimento, foi oficialmente associada às Ciências Sociais, passando a ser sistematizada a partir da reunião de pessoas com o interesse em discuti-la - situação esta que seria facilitada com a instalação do ICOFOM (Comitê Internacional para a Museologia, do ICOM). Ao refletir sobre trabalhos que discutem Museu e Museologia, principalmente em grupos dedicados a este tipo de reflexão, tais como ICOFOM e ICOFOM LAM , não foi encontrada uma “definição geral” sobre o que vem a ser Museologia. Mas percebe-se uma tendência, entre os autores do campo, a privilegiar uma definição de Museologia que pode ser oriunda da formação do termo: seu objeto de estudo é o Museu. Aqui poderia encerrar-se a discussão, se não nos chamasse atenção também o fato de que o próprio objeto de estudo parece comportar muitas e diferentes definições, especialmente duas que muitas vezes são postas de forma antagônica: instituição e fenômeno - gerando uma discussão em torno da natureza do objeto da disciplina. Em outras palavras, é necessário compreender o princípio da formação da Museologia e como esta vem se constituindo ao longo dos anos, tendo como base seus teóricos e seus resultados, isto é, suas publicações.

Beneficiário
Profissionais e/ou interessados em museus.