CICLO DE DEBATES A EJA NA UNIVERSIDADE: INTERPELANDO O ENSINO, A PESQUISA E A EXTENSÃO

Apresentação
O Ciclo de Debates “A EJA na universidade: interpelando o ensino, a pesquisa e a extensão” consiste em uma atividade envolvendo a Universidade Federal de Alfenas, Universidade Federal de Lavras e Universidade Estadual de Minas Gerais (unidades Passos e Poços de Caldas). Pretende-se com sua realização, promover reflexões acerca do modo como a universidade contempla a educação de pessoas jovens, adultas e idosas e contribuir com o (re)conhecimento e mapeamento de ações de ensino, pesquisa e extensão realizadas nesse campo haja vista a importância da universidade colocar-se a serviço da melhoria das condições de vida de segmentos populacionais vulneráveis bem como contribuir para a efetivação de direitos já instituídos. A primeira, de uma rodada de três lives, ocorrerá no dia 20 de maio de 2021, às 19:00, com emissão de certificado aos participantes. A transmissão ocorrerá pelo canal UNABEM UEMG, no endereço https://www.youtube.com/channel/UC0vHP0WuzO1i5LA-VAYuy1Q

Objetivos
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Justificativa
A enorme dívida social que o Brasil possui – e segue alimentando – no tocante à não-efetivação do direito à educação para todas as pessoas, independentemente da idade resulta na permanência do paradigma compensatório, pelo qual a Educação de Jovens e Adultos é entendida como mecanismo de compensação da escolaridade não adquirida na chamada idade regular. Com isso, as múltiplas possibilidades formativas que a modalidade encerra ficam subsumidas na não compreensão de sua pertinência ao campo abrangido pela modalidade. Conforme disposto nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos, a função reparadora da EJA deve ser complementada pela função equalizadora – garantia de escolarização para além da alfabetização, de forma equânime – e pela função qualificadora que se destina à atualização de conhecimentos a todas as pessoas, por toda a vida (BRASIL, 2000). Trata-se do reconhecimento de que à urgência de reparar o não atendimento, de forma plena, ainda que tardiamente, do direito à educação, soma-se, no âmbito da Educação de Jovens e Adultos, o reconhecimento da necessidade e importância de proporcionar a todas as pessoas oportunidades formativas que lhes possibilitem, tanto responder aos imperativos do mundo do trabalho e da vida social quanto adquirir conhecimentos e desenvolver habilidades que agreguem mais qualidade às suas vidas, ao longo de toda a vida. A previsão de a modalidade vir a contemplar, em seu âmbito, ações educativas que transcendam os espaços formais da escolaridade insere a EJA no horizonte das infinitas possibilidades que a educação não formal encerra, o qual se caracteriza, entre outros, pela diversificação de modalidades de intervenção formativa e de agentes ofertantes, afirmando a compreensão da educação como prática social (SEVERO, 2015). Conceber a modalidade a partir de tal perspectiva permite alinhá-la ao paradigma da Educação Permanente que, originalmente, segundo Licínio Lima (2012), sinalizava a garantia de continuidade temporal/diacrônica e espacial/sincrônica das experiências educativas vivenciadas pelos indivíduos, de modo que, à educação inicial formal, se articulassem os demais processos formativos a eles disponíveis, resultando em uma educação “verdadeiramente multidimensional”. Tal entendimento converte a modalidade em campo propício à atuação da universidade que pode – e deve – no estabelecimento do diálogo e da interação extramuros, associar suas ações de ensino, pesquisa e extensão, concebidas pela diretriz da indissociabilidade, à comunidade, propondo e realizando intervenções formativas no âmbito da EJA. Mais que expectativa, a atuação da universidade no sentido de contribuir para o pagamento da dívida que o Estado possui para com uma parcela significativa de sua população e, ainda, da atuação das IES no sentido de proporcionar oportunidades para que as pessoas possam seguir permanentemente se educando, consiste em uma orientação das políticas públicas para área, tendo sido apresentada como um dos objetivos do Plano Nacional de Educação 2001-2011 nos seguintes termos: 21. Garantir, nas instituições de educação superior, a oferta de cursos de extensão, para atender as necessidades da educação continuada de adultos, com ou sem formação superior, na perspectiva de integrar o necessário esforço nacional de resgate da dívida social e educacional. (BRASIL, 2001) Esse entendimento revela que o dimensionamento do que as universidades têm feito nesse âmbito representa um importante ponto de partida para o conhecimento do que se poder vir a fazer. E é exatamente com tal propósito que a ação aqui apresentada foi pensada: analisar as ações de EJA que se desenham nas instituições partícipes e promotoras do Ciclo de Debates – UNIFAL-MG, UFLA E UEMG (Passos e Poços de Caldas) e nas regiões geográficas sobre as quais suas ações se estendem, com vistas à compreensão desse campo de distintas práticas e perspectivas diante das realidades sociais, culturais e políticas que marcam a região do Sul de Minas Gerais. Uma perspectiva multidimensional permitirá conhecer e compreender o que a universidade fez e faz no âmbito da educação de pessoas jovens, adultas e idosas, dando subsídios para o planejamento futuro de ações integradas, interinstitucionais, pautadas pela intencionalidade explícita de colocar a universidade e seus fazeres em favor desta causa.

Beneficiário
A ação tem como destinatários discentes e docentes das IES promotoras e outras IES convidadas, professores da educação básica e demais interessados na temática.