PLANTAS TÓXICAS: BELAS E PERIGOSAS

Apresentação
As plantas tóxicas, devido a seus compostos metabólicos, têm potencial para desencadear uma gama de sintomas, indo de leves desconfortos a riscos de vida em humanos e animais. No Brasil, um cenário alarmante é que a maioria dos casos de intoxicação por plantas afeta crianças menores de nove anos, muitas vezes devido à presença dessas espécies em espaços públicos, escolas e residências. No entanto, a intoxicação por plantas tóxicas não se restringe a crianças. Adultos também estão suscetíveis, especialmente devido ao uso incorreto de plantas medicinais que podem ser confundidas com as tóxicas, bem como ao consumo de plantas alucinógenas e abortivas. Assim, é fundamental implementar ações de conscientização na população de Alfenas e região, com foco no manuseio seguro de plantas tóxicas, a fim de prevenir a intoxicação. Geralmente, a principal causa desse problema está relacionada à falta de conhecimento sobre o uso adequado dessas plantas. Portanto, promover a educação é crucial.

Objetivos
-) Continuar a elaboração de uma lista com as principais espécies tóxicas descritas na literatura; -) Capacitar um conjunto de alunos, de graduação e de Pós-Graduação (de vários cursos ofertados pela UNIFAL-MG), a respeito das plantas tóxicas descritas na lista (capacitação: conhecimento para identificação e reconhecimento de espécies tóxicas e medicinais; conhecimento da composição química das espécies tóxicas; problemas de toxicidade causada pela espécie; possíveis tratamento da intoxicação); -) Elaboração de materiais de divulgação (pequeno livro informativo); -) Estabelecimento de ciclos de palestras entre os participantes do projeto e entre outros alunos dos cursos de graduação e Pós-Graduação da UNIFAL-MG e de outras Instituições de Ensino da cidade de Alfenas; -) Promover a divulgação dos conhecimentos e dos materiais de divulgação (panfletos) para as pessoas residentes na cidade de Alfenas-MG e Região, em locais de grande circulação; -) Coletar novos dados de espécies com potencial tóxico trazido e/ou informado pela população participante do projeto e agentes que atuam no sistema de saúde das cidades; -) Informar o setor de paisagismos e plantio do município de Alfenas, a respeito de informações sobre o plantio de espécies tóxicas, no intuito de alertá-lo sobre o risco dessas plantas em locais públicos na cidade.

Justificativa
O consumo de plantas medicinais aumentou notavelmente nas últimas duas décadas. As pessoas consideram os produtos fitoterápicos seguros devido à sua origem natural, sem levar em consideração se essas plantas contêm um princípio tóxico (toxicante). Isso representa um sério problema de saúde pública (Alonso-Castro et al., 2017). As plantas tóxicas possuem substâncias que, por suas propriedades físico-químicas e químicas, alteram o conjunto funcional orgânico humano, pois elas são incompatíveis com a reações biológicas que ocorrem no organismo vivo. O grau de toxicidade depende da dosagem da substância e do indivíduo intoxicado. Na natureza existem substâncias tóxicas que, em dosagens mínimas, ocasionam sérios efeitos deletérios podendo levar a morte. Os dados mais recentes do SINITOX (Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas) datam de 2016 a 2017, no qual foram identificados 2.028 casos de intoxicações por plantas, 1,17% do total das intoxicações no mesmo período por todas as causas registradas, com 4 óbitos (0,20%), das quais o público infantil de 1 a 9 anos foi o mais afetado com 121 casos (52,51%), seguido por adultos 490 casos (24,16%), adolescentes com 121 casos (5,97%0, idosos com 119 casos (5,87%), em sua maioria no meio urbano 1.459 registros (71,94%) segundo relato pelo trabalho de autoria Melo e colaboradores publicado em 2021. Fica evidente que de cada dez casos de intoxicações por plantas no Brasil, seis são de crianças menores de nove anos. As intoxicações das crianças ocorrem, geralmente, com plantas cultivadas em vasos em ambiente domiciliar. Já as intoxicações de adultos, também são frequentes, sendo causadas principalmente, pelo uso inadequado de plantas medicinais (aqui há a confusão na identificação), plantas alucinógenas e abortivas. A intoxicação por plantas acontece, geralmente, por desconhecimento do potencial tóxico dela. Segundo Pinillos et al, (2003), a cultura e a desinformação da população, além da quantidade ingerida pelo acidentado são fatores que dificultam o diagnóstico e o tratamento em casos de envenenamento por plantas tóxicas. O município de Alfenas-MG não apresenta levantamentos estatísticos referente a intoxicação relacionada com espécies tóxica. Lacuna essa que a ação visa sanar, incentivando a secretaria de saúde a implantar levantamento relacionado com o tema. Acreditamos que com esses dados catalogados pelo órgão responsável, poderemos ampliar e direcionar de forma mais efetiva as ações futuras a serem desenvolvidas em novos projetos. Por isso iremos incentivar e auxiliar na implantação desse base de informações relacionadas a intoxicação. Os dados e a demandas foram trazidos pelos agentes de saúde que trabalham e atuam no Sistema Público de Saúde, que relatam os frequentes atendimentos de crianças, adolescentes e adultos intoxicados com espécies tóxicas. Sendo assim, o trabalho educativo-social referente ao conhecimento de plantas com potencial tóxico, se mostra de suma importância para prevenir os casos de intoxicação ocasionados pelo uso incorreto das espécies, principalmente para populações mais vulneráveis. Portanto, para o desenvolvimento da ação, adotaremos a tendencia apresentada pelo SINTOXI (órgão científico que desenvolve pesquisa e estudo relacionados a toxicantes no Brasil) e a problematização encontrada diante de intoxicações da população de Alfenas e Região com espécies tóxicas. Como benificiários do desenvolvimento da ação, teremos: Trabalhos educativos que serão realizados em locais públicos da cidade de Alfenas-MG. Pretende com o desenvolvimento do trabalho, formar pessoas (adolescentes e adultos), capazes de reconhecer plantas com potencial tóxico. Além da capacidade de reconhecimento, pretende-se formar agentes disseminadores. Para isso os possíveis receptores das informações transmitidas pelo desenvolvimento da ação: adultos pertencentes a população; adolescentes em idade escolar; crianças em idade escolar; comunidades acadêmicas e agentes de saúde que atuam no sistema público de saúde. As escolas apresentam uma grande importância para o desenvolvimento da ação, pois os próprios funcionários das escolas desconhecem informações imprescindíveis para manter a segurança das crianças nos espaços verdes. A grande maioria das escolas apresentam um jardim escolar, alguns mais estruturados que outras e em todos os jardins, encontramos plantas com potenciais riscos à saúde das crianças. Todos os jardins escolares apresentam condições de serem utilizados como material de construção do conhecimento. Assim, pretendemos beneficiar, também, a população escolar para disseminar informações relevantes sobre as plantas nocivas à saúde humana. Vale enfatizar que a substituição desses exemplares é o último recurso. Devemos sempre pensar em como utilizá-las como meio de estudo e divulgação de informações e assim prevenir acidentes.

Beneficiário
Os possíveis beneficiários da ação serão: adultos pertencentes a população geral; adolescentes em idade escolar; crianças em idade escolar; comunidades acadêmicas; agentes de saúde que atuam no sistema público de saúde; escolas do ensino básico e fundamental da cidade Alfenas-MG.