Apresentação
O presente projeto visa ampliar o conhecimento a respeito das plantas medicinais, seus fito constituintes e como esses parâmetros podem modular as condições presentes na síndrome metabólica. A aliança criada entre o saber popular e o embasamento científico a respeito dos seus efeitos biológicos/farmacológicos e as suas potencialidades e possíveis toxicidades são a chave para o esclarecimento dessa faceta plantas medicinais – estado de saúde e doença. Assim, serão ofertadas oficinas didáticas, cursos de atualização e capacitação, integração com escolas e, sobretudo, a abertura desses conteúdos para a comunidade externa à Unifal. Acreditamos que ações didáticas envolvendo o horto medicinal, no contexto de exposições dialógicas com a comunidade acadêmica e externa, proporcionarão a partilha dos saberes e o fomento do uso racional e seguro das plantas medicinais.
Objetivos
Proporcionar a compreensão acerca dos efeitos biológicos/farmacológicos e riscos das plantas medicinais, principalmente aquelas espécies que estão relacionadas com a modulação de diversos parâmetros presentes na síndrome metabólica. Para que esse grande objetivo seja cumprido, serão realizadas palestras e mini-cursos com oficinas para o público acadêmico, onde os estudantes de todas as áreas, sobretudo os da saúde, professores e demais servidores poderão compreender as definições de síndrome metabólica e o papel das plantas medicinais nesse contexto. Além disso, serão realizadas feiras para a comunidade externa, de forma que o conteúdo científico sobre plantas x síndrome metabólica seja abordado de forma leiga, acessível e por meio de interações dialógicas.
Justificativa
A síndrome metabólica (SM) tem se destacado como importante problema de saúde pública, apresentando uma prevalência na população mundial de 25%. Além disso, a SM está relacionada a uma mortalidade geral duas vezes maior que na população normal e mortalidade cardiovascular três vezes maior. A SM refere-se à co-ocorrência de vários fatores de risco cardiovasculares conhecidos, incluindo resistência à insulina, obesidade, dislipidemia aterogênica e hipertensão. Estas condições estão inter-relacionadas e partilham mediadores, mecanismos e vias subjacentes. Parâmetros como hipertensão arterial, dislipidemia aterogênica (níveis elevados de triglicerídeos e níveis reduzidos de HDL), glicemia elevada e obesidade central são os principais componentes da SM e estão entre os principais critérios para o diagnóstico de SM (Organização Mundial da Saúde, 2023). Embora o mecanismo exato para a patogênese da SM seja complexo e ainda não tenha sido totalmente elucidado, está bem estabelecido que o estilo de vida é um fator chave e que, nesses indivíduos, há um desequilíbrio entre as necessidades calóricas e a ingestão, ou seja, ocorre mais consumo do que gasto energético. Nesse sentido, a adoção de um estilo de vida mais saudável, envolvendo alimentos in natura, redução de ultra processados e adoção de atividade física poderiam contribuir enormemente para redução dos agravos da SM. Além disso, as plantas medicinais e seus extratos têm demonstrado diversos benefícios no tratamento de pacientes com SM, com efeitos colaterais mínimos. É importante ressaltar ainda que algumas plantas medicinais têm a capacidade de melhorar a sensibilidade à insulina, diminuir os níveis de glicose no sangue, os níveis plasmáticos de colesterol, triglicerídeos, LDL, percentual de gordura corporal e pressão arterial. Dentre as principais espécies estudadas com essa finalidade destacam-se Cinnamomum verum, Curcuma longa, Allium sativum, e Hibiscus sabdariffa (Ahmed et al., 2022). Diante o exposto, fica evidente que as plantas medicinas podem contribuir para melhorar diversos parâmetros desregulados na SM. Portanto, esse projeto objetiva esclarecer a importância da utilização de plantas medicinais como uma forma de prevenir e auxiliar no tratamento da SM, de forma segura e eficaz.
Beneficiário
Comunidade de Alfenas em geral, acadêmicos do curso de Farmácia, Nutrição, Medicina, e de demais cursos da área da saúde e servidores da UNIFAL-MG.