PRÁTICAS COMPLEMENTARES E INTEGRATIVAS

Apresentação
Dentre as mudanças fisiológicas do envelhecimento, está a alteração no padrão de sono, o qual se torna mais superficial e fragmentado na pessoa idosa, resultando em uma qualidade de sono reduzida e menos eficaz. Disturbios do sono podem contribuir para um aumento no risco de quedas, deterioração cognitiva, comprometimento das funções respiratória e cardiovascular e consequente aumento da mortalidade. O uso de Oleos essenciais pode ser um tratamento de baixo custo, não invasivo, seguro e eficaz para reduzir o uso excessivo de medicamentos prescritos e/ou o risco de distúrbios do sono que afetam a saúde do corpo no curto ou longo prazo, o que é claramente útil para pesquisas clínicas e científicas. Em 2006 foi publicada uma Política Nacional específica sobre as PICs (PNPIC) (BRASIL, 2006). A Aromaterapia foi incluída na PNPIC através da Portaria 702/2018, definida como o uso intencional de Óleos Essenciais (OEs) a fim de promover ou melhorar a saúde, o bem-estar e a higiene (BRASIL 2018)

Objetivos
Investigar o impacto da aromaterapia com óleo essencial de Citrus aurantium na qualidade do sono em pessoas idosas com distúrbios do sono.

Justificativa
A população de pessoas idosas continua a expandir-se rapidamente para uma projeção de 2 bilhões até 2050, o que representará um quinto da população mundial (OMS, 2015). Nessa população, do ponto de vista fisiológico, o processo de envelhecimento está associado a mudanças progressivas na quantidade e qualidade do sono (GEIB et al., 2003). A qualidade do repouso é um fator de suma importância para a sustentação da vida de todos os seres humanos, caracterizando-se como uma necessidade fisiológica fundamental. O sono representa um processo biológico intrínseco ao corpo, desempenhando um papel vital na recuperação das demandas diárias e na preservação do equilíbrio biopsicossocial do indivíduo (GIORELLI et al., 2012). Pessoas idosas frequentemente enfrentam a utilização de medicamentos e condições médicas que impactam negativamente na qualidade do sono. Diversos fatores, como problemas de saúde, tratamentos medicamentosos, questões relacionadas à saúde mental e desconforto físico, podem interferir na obtenção de um sono restaurador (PATEL; STEINBERG; PATEL, 2018).Para tratamento, existe a intervenção farmacológica que deve ser considerada em pacientes que apresentem quadros agudos de insônia com urgência na cessação dos sintomas. Para controle da insônia, os benzodiazepínicos são os medicamentos mais utilizados, devido a sua capacidade de reduzir a latência e a fragmentação do sono, causando aumento do tempo total e alteração da arquitetura do sono. Esses medicamentos podem causar insônia de rebote, sedação diurna, comprometimento cognitivo e psicomotor (RIBEIRO, 2016). Dentre os tratamentos não farmacológicos estão as Práticas Integrativas e Complementares que podem solucionar os problemas de distúrbios do sono (BRASIL, 2020). Em 2006 foi publicada uma Política Nacional específica sobre as PICs (PNPIC) (BRASIL, 2006). A Aromaterapia foi incluída na PNPIC através da Portaria 702/2018, definida como o uso intencional de Óleos Essenciais (OEs) a fim de promover ou melhorar a saúde, o bem-estar e a higiene (BRASIL, 2018). Os OEs são metabólitos secundários voláteis e lipossolúveis de plantas aromáticas que podem ser sintetizados a partir de todas as partes da planta e são caracterizados por seu odor forte (GUSHIKEN et al., 2016). Uma revisão sistemática com metanálise (TANG et al., 2021), mostrou que a aromaterapia tem um efeito significativo na melhoria da qualidade do sono.O principal mecanismo de aromaterapia está relacionado ao sistema límbico do cérebro. Os componentes do aroma estimulam as células olfativas, que transmitem sinais ao cérebro e afetam o sistema nervoso autônomo e a secreção hormonal (KAGAWA et al., 2003). Citrus aurantium, popularmente conhecido, como laranja amarga, possui um OE amargo de forte aroma (MANUCCI, 2018). Tradicionalmente utilizado como medicina alternativa em alguns países para tratar ansiedade, insônia e anticonvulsivante, sugerindo ação depressiva sobre o sistema nervoso central (SNC) (CARVALHO-FREITAS; COSTA, 2002). Os ingredientes do OE de Citrus aurantium incluem compostos como linalol, acetato de linalol, limoneno, cumarina e uma variedade de flavonóides. Esses compostos ativam o sistema GABAérgico (MOHAMMADI et al., 2022). O ácido gama aminobutírico (GABA) é considerado um neurotransmissor inibitório nas sinapses nervosas sendo um dos mediadores químicos inibitórios mais cruciais no sistema nervoso e acredita-se que esteja entre os neurônios envolvidos no sono (CHRISTEN-ZAECH et al., 2003). O linalol e o acetato de linalila têm efeitos sedativos e narcóticos, respectivamente, os subprodutos flavonóides e fenólicos exercem seus efeitos hipnóticos e ansiolíticos através do receptor GABA, os quais são conhecidos como benzodiazepínicos naturais (CHHIKARA et al., 2018). Um ensaio clínico randomizado conduzido por Abbaspoor et al. (2021) para investigar o efeito do OE de Citrus aurantium na qualidade do sono de mulheres na pós-menopausa revelou no grupo de intervenção todas as dimensões do PSQI melhoraram significativamente.

Beneficiário
Trabalhadores idosos da UNIFAL-MG