COLETIVO DIREITOS HUMANOS, CINEMA E AFETOS

Apresentação
Ao longo dos últimos setenta e um anos, desde que a Declaração Universal de Direitos Humanos foi adotada pela ONU em 1948, foram testemunhadas importantes conquistas quanto aos direitos individuais e coletivos no mundo todo. Contudo, em função do caráter universalista e genérico da emblemática Declaração, uma série de demandas de grupos sociais denominados "minorias" têm sido menosprezadas. A presente proposta de renovação do "Coletivo Direitos Humanos, Cinema e Afetos" visa dar continuidade às ações voltadas a agregar no município de Alfenas e no Sul de Minas Gerais o encontro e a cooperação de pessoas e de instituições que se dedicam aos direitos humanos, além de ampliar e qualificar o estudo, o debate público e possíveis ações que resultem na defesa, no fortalecimento e na promoção de direitos e do respeito à dignidade dos chamados "novos sujeitos de direitos": indígenas, quilombolas e outros povos tradicionais; comunidade LGBTQ+; negras e negros; mulheres, dentre outros.

Objetivos
- Promover estudos, a troca de experiências e de saberes além da construção de conhecimentos com todas as pessoas interessadas sobre as seguintes temáticas, sugeridas pelo público interno e externo à Unifal no primeiro ano do projeto: 1º. negritude e racismo (além de temas afins tais como intolerância às religiões de matriz africanas; quilombolas); 2o. Diversidade de gênero e sexualidade (direitos específicos das várias categorias que compôem a comunidade LGBT+; homofobia, transfobia, etc); 3º. Violência contra a mulher (violência doméstica, feminicídio, legalização do aborto); 4º. Indígenas, quilombolas e povos tradicionais sob ameaça no atual contexto político no Brasil (conflitos territoriais, saberes tradicionais). - Dar continuidade ao ciclo de debates sobre Direitos Humanos e Diversidade por meio de projeções de audiovisuais, dentre e fora da Unifal, no sentido de facilitar a construção de vínculos de cooperação entre pessoas e grupos interessados em criar novas formas de resistência às situações de desrespeito aos direitos humanos. - Organizar a nossa "Segunda Mostra Universitária de Cinema e Direitos Humanos e Afetos" para ampliar a reflexão e a sensibilização de todas as pessoas envolvidas (na organização e do público em geral) de maneira a promover a transformação social e o estímulo a futuras ações que resultem no respeito e no fortalecimento dos direitos de indivíduos e de grupos socialmente excluídos.

Justificativa
No contexto nacional, processos de exclusão e de desrespeito envolvendo grupos sociais e indivíduos que contrastam étnica, racial, cultural e socialmente com a maioria da população têm sido acirrados e se configuram como um dos principais desafios da atualidade. Como enfrentar tais desigualdades sociais e culturais no mundo contemporâneo? É possível ensinar e/ou promover a empatia entre jovens em formação nas diferentes áreas de conhecimento em nossas atuais instituições de ensino? Como pensar políticas públicas que deem conta de enfrentar tais desigualdades e violência? Motivados por essas questões havíamos proposto no edital probext 2019 criar um "Coletivo de Direitos Humanos, Cinema e Afetos" para agregar estudantes, docentes, técnicos administrativos da Unifal além de membros de instituições locais voltadas à promoção e a defesa de direitos humanos. Inspirados em recentes mostras de cinema e de artes em geral que procuram retratam a temática “Direitos Humanos”, um dos diferenciais do Projeto que pretendemos dar continuidade é abordar duas das principais dimensões do ser humano ao tratar da diversidade humana e justiça: a da racionalidade e a das afetos A primeira dimensão (racionalidade) será tratada ao promovermos estudos, trocas de saberes e de experiências, produção de conhecimentos e reflexão crítica e qualificada sobre os direitos de pessoas e de grupos genericamente chamados de "minorias", conforme atividades já propostas acima e já desenvolvidas no primeiro ano do projeto e que resultou na aprovação de duas iniciações científicas aprovadas no edital do PIVIC (Projetos de iniciação científica voluntária) Há, contudo, que salientar que por meio da projeção de audiovisuais, performances teatrais, dança, exposição de fotografias e “rodas de afetos” (atividades que foram realizadas no primeiro ano do Projeto) a racionalidade se conjuga à segunda dimensão proposta: as dos afetos. A dimensão dos afetos é abordada no projeto em suas duas possibilidades analisadas por certos autores na antropologia: no sentido da emoção que escapa da razão, e no sentido do resultado de um processo de afetar. Os afetos serão possibilitados sempre que houver exibição de audiovisuais, mas, especialmente, durante a “Segunda Mostra Universitária de Cinema em Direitos Humanos e Afetos", tal como ocorreu em outubro de 2019. Naquela ocasião, além das exibições de filmes, foram realizadas atividades artísticas apontadas antes (performances teatrais, dança, exposição de fotografias), devidamente registradas em fotografias e pequenos vídeos (consultar em anexos). Os temas tratados na primeira Mostra foram: “negritude/racismo”; “corpo e comunidade LGBTQ+” e “povos indígenas”. Todos constituíram temas geradores de reflexão e francamente "afetaram" as pessoas presentes no auditório da Unifal ao longo dos três dias do evento. Com base nessa experiência bastante elogiada (ver vídeos em anexo), as atividades serão aprimoradas e ampliadas nesse segundo ano do Projeto.

Beneficiário
- estudantes da Unifal; - docentes e técnicas (os) e profissionais terceirizadas (os); - representantes de coletivos e de instituições públicas e ONGs que tratam dos direitos humanos no município; - professoras(es) da rede municipal de ensino e todas demais pessoas e instituições interessadas