VIVÊNCIA AMBIENTAL

Apresentação
Esta proposta teve início com uma experiência piloto em 2019, sendo registrado inicialmente como uma ação de extensão e agora pretende evoluir para a condição de Programa e contar com bolsistas para o desenvolvimento das atividades. Os resultados dessa primeira fase foram bastante animadores, uma vez que se conseguiu, num curto espaço de tempo, realizar diversas atividades com a comunidade interna da UNIFAL-MG como o plantio de algumas espécies como o feijão Guandu, cerejeiras do Japão, entre outras PANCS (Plantas Alimentícias Não Convencionais). Além disso, foi dado início ao processo de compostagem de alguns materiais orgânicos descartados dentro do próprio campus (restos vegetais, pó de café, etc.). Com isso, o projeto tem se consolidado na educação ambiental tendo a agricultura urbana como elemento transversal de conteúdo, possibilitando à UNIFAL-MG expandir suas conexões com a comunidade externa, firmando parceria com a Escola Estadual São Sebastião.

Objetivos
1) Realização de 4 oficinas de Vivência ambiental: Conhecer para preservar: espaço, plantas e suas funções ambientais, com alunos de 5ª e 6ª séries da Escola Estadual São Sebastião (Varginha) 2) Plantio de espécies de múltiplas funções 4) Realizar oficinas para compreensão da compostagem como ecociclos da vida

Justificativa
Com o rápido processo de urbanização verificado no país as referências e os conceitos sobre o meio ambiente também se alteram drasticamente, a convivência com o ambiente com práticas comuns há 50 anos atrás, hoje se tornam inviáveis como, por exemplo a queima do lixo no quintal, a pesca ou banho em rios próximos a áreas urbanas, etc. Outras transformações também são sentidas no nosso cotidiano, principalmente no que se refere as necessidades de ocupação e compartilhamento dos espaços urbanos. As demandas impostas por modelos e pelas desventuras de uma suposta modernidade com padrões estéticos e assépticos contrariam uma convivência natural com o ambiente, criando condições artificializadas que dificultam a percepção da natureza enquanto um ambiente de troca e de respeito à diversidade. Nesse sentido, Martine observa que até mesmo “a literatura ainda negligencia a importância do espaço nas interações entre população, desenvolvimento e meio ambiente: responde pouco a respeito das vantagens de diferentes padrões de distribuição populacional para a sustentabilidade.” (Martine 2008) A importância de se problematizar a interação entre espaço e população ajuda na compreensão da dinâmica que se estabelece entre o sujeito e as diferentes formas com que a sociedade se relaciona com meio ambiente. Uma primeira aproximação ao tema, nos leva a uma reflexão que Milton Santos (Santos 2006) elabora a partir da diferença entre espaço e paisagem. Para o autor “Paisagem e espaço não são sinónimos. A paisagem é o conjunto de formas que, num dado momento, exprimem as heranças que representam as sucessivas relações localizadas entre homem e natureza. O espaço são essas formas mais a vida que as anima” Nossa capacidade de convivência com o ambiente natural tem sido substituída por processos de urbanização pasteurizados, calcados num tipo de racionalidade muitas vezes “técnica” ou econômica. Assim, a ressignificação do meio ambiente pode contribuir para aumentar a percepção sobre a complexidade do meio ambiente e como podemos nos beneficiar dessa relação de convivência mais harmônica com o ambiente natural. Essa proposta busca introduzir a prática da educação ambiental a partir da leitura do ambiente natural e transformado com o qual convivemos em nosso cotidiano. Elementos se entrecruzam gerando uma dinâmica na qual pouco interagimos organicamente.

Beneficiário
A ação será desenvolvida diretamente com turmas de estudantes do 6º e 7º ano do ensino fundamental da Escola Estadual São Sebastião, localizada próximo ao campus da Unifal-MG/Varginha, beneficiando também indiretamente os seus familiares e os professores.