Apresentação
Inspiramos-nos no que George Orwell chamou de "senso de injustiça" — o mesmo que o motivou a escrever e que também nos move. Orwell buscava equilibrar "escrita política" e "arte"; nós, por nossa vez, nos dedicamos a revelar, debater e dar visibilidade aos alicerces violentos da sociedade que obras como as dele e de outros grandes talentos confrontaram. Esses criadores atuaram de diversas formas: Como vítimas (como o próprio Orwell, ferido na Guerra Civil Espanhola por um tiro no pescoço — ferida que marcou sua voz, mas não seus ideais); Como testemunhas, observadores críticos ou vozes proféticas. Como disse Octavio Paz, "as épocas mais sombrias produzem os maiores poetas". E, nas palavras de William Blake, "o gênio está sempre à frente de seu tempo".
Objetivos
Objetivos Gerais Contextualizar historicamente a formação dos enredos distópicos, analisando fatores político-sociais que influenciam sua construção. Promover uma revisão crítica de narrativas hegemônicas, através de: Desmistificação de discursos consolidados; Descentralização de perspectivas dominantes; Reavaliação de mitos culturais sobre vida, morte e existência. Objetivos Específicos Detalhar e problematizar declarações e ideias-chave relacionadas a distopias e seus contextos. Investigar as implicações sociais, políticas e culturais das narrativas analisadas. Debater possíveis consequências dessas estruturas narrativas na percepção da realidade. Introduzir camadas de complexidade a discussões frequentemente simplificadas, destacando contradições e nuances ignoradas. Reconhecer o caráter provisório das interpretações, incentivando a contínua revisão e o questionamento crítico. Observação Metodológica Parte-se do princípio de que fenômenos sociais não permitem conclusões absolutas, mas exigem análises abertas a reinterpretações.
Justificativa
Como Cândido, de Voltaire, nos lembra: "É preciso cultivar o jardim" — ou seja, é nosso dever cuidar, questionar e transformar o mundo em que vivemos. Nelson Rodrigues, por sua vez, afirma que "Só os profetas enxergam o óbvio", destacando o papel essencial dos artistas e pensadores em revelar verdades que muitos ignoram. Já Policarpo Quaresma, personagem de Lima Barreto, nos mostra como o amor por um ideal — mesmo que nobre — pode levar à ruína, seja simbólica ou concreta. Personagens e autores como esses funcionam como professores sensíveis, esculpidos em alto relevo na nossa consciência. Este projeto surge como um diálogo com essas "pessoas-mestras" e suas "histórias-mestras", buscando reverberar seus ensinamentos ao revisitar suas obras e ideias.
Beneficiário
As pessoas que forem participar.