PROJETO INTRODUÇÃO A FINANÇAS DA VIDA COTIDIANA

Apresentação
Este projeto leva em consideração a necessidade constante da busca por meios pelos quais os direitos humanos e fundamentais possam ser efetivos e não somente garantidos, dentre eles o direito a cidadania. Para tanto, entende-se que trabalhar práticas financeiras da vida cotidiana contemporânea, com instrumentos de educação financeira crítica, impacta significativamente na melhoria da condição de vida das famílias e indivíduos, buscando a realização do que modernamente podemos chamar de cidadania financeira em um contexto de financeirização. O Brasil apresenta altos índices de marginalização financeira e analfabetismo financeiro e é carente de iniciativas multissetoriais que possam contribuir com a formação de cidadãos financeiramente educados e capacitados.

Objetivos
1. Elaborar oficinas de leitura especializada em educação financeira crítica e economia comportamental; 2. Confeccionar material didático sobre produtos e serviços financeiros, como crédito, seguros, tipos de investimento em renda fixa e variável, com foco na educação financeira crítica, explorando direitos e deveres do consumidor em um contexto de elevada instabilidade e risco financeiro, agravado pelo atual período de crises macroeconômicas (apostilas, planilhas e trilhas de educação financeira); 3. Gerenciar canal no Instagram e Youtube para divulgação do material produzido possibilitando a interação com outras pessoas e instituições a fim de aproveitar a recepção de demandas envolvendo a temática de educação financeira e auxiliando pessoas e pequenos empresários a passar pela crise atual de forma mais equilibrada financeiramente; 4. Ministrar oficinas, cursos e treinamentos online com o material produzido para a comunidade acadêmica e sociedade do entorno da UNIFAL-MG, aqui inseridos os próprios alunos e professores da UNIFAL-MG, associações de bairro e micro e pequenos empresários do entorno da UNIFAL; 5. Promover a UNIFAL-MG por meio da divulgação das competências e habilidades desenvolvidas pelos alunos nos cursos oferecidos no Campus Varginha.

Justificativa
Dados divulgados mensalmente pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), conduzida pela Confederação Nacional do Comércio, apontam para taxa de endividamento e inadimplência recorde das famílias brasileiras em junho e julho de 2020. Apesar de ligeira queda, a trajetória desses indicadores voltou a subir nos dois primeiros meses de 2021, apontado para um quadro preocupante em um ano que deve ser marcado por impactos negativos da dupla crise pandêmica e macroeconômica. Este processo de endividamento e inadimplência tem origens também diversas e passa por questões relacionadas a economia, emprego, saúde, mas também pela educação e pela forma como lidamos com o dinheiro e o orçamento familiar, “por isso é tão importante aprender a lidar com o dinheiro. Isso faz parte da formação cidadã” (ANNUNCIATO, 2018). Dados publicados pela Folha de São Paulo indicam que, no Brasil, de cada 3 adultos, 2 são analfabetos financeiros (FOLHA DE SÃO PAULO, 2019). A necessidade de discutir educação financeira na escola é uma antiga demanda da sociedade brasileira, vez que por questões diversas “somos de uma geração em que os nossos pais tinham vergonha de dizer que não tinham dinheiro e viam como único caminho se endividar.” (ANNUNCIATO, 2018). Desde os Parâmetros Curriculares Nacionais dos anos iniciais e dos anos finais do ensino fundamental, como é o caso dos de Matemática, (BRASIL, 1997, 1998), já se menciona a necessidade de trabalhar situações problemas envolvendo educação financeira. Esta demanda se mantém na BNCC (BRASIL, 20019, p. 267), que preconiza “o estudo de conceitos básicos de economia e finanças, visando à educação financeira dos alunos” e pode ser reforçada pelo endividamento dos brasileiros. No entanto, não é algo que precisa ficar restrito às escolas e até mesmo às disciplinas de matemática, como aponta a ENEF. Uma formação cidadã e voltada para tomada de decisões, financeiras, por exemplo, extrapola o contexto escolar disciplinar, ela se relaciona com o direito fundamental a cidadania, razão pela qual entendemos que o presente projeto se insere na área temática direitos humanos e justiça. Outrossim, entendemos que atender a esta demanda social passa por diversas iniciativas entre elas informar e disseminar conhecimentos sobre educação financeira nas escolas e na sociedade em geral, como forma de esclarecer às famílias sobre os riscos presentes nas práticas financeiras contemporâneas. Para atender a estes fins propomos o presente projeto, já no seu terceiro ano, pretende abordar alguns temas de educação financeira crítica.

Beneficiário
Beneficiários de forma imediata serão os alunos da UNIFAL-MG e das escolas de ensino médio, além de membros de associações e cooperativas do entorno interessados na temática educação financeira e a comunidade em geral.