MUSEUS DAS REXISTÊNCIAS

Apresentação
O projeto traz em seu nome o neologismo “rexistência”, proposto pelo antropólogo Eduardo Viveiros de Castro e composto pelas palavras resistência e existência, em uma referência a cosmologias outras, como as africanas, afrodiaspóricas e ameríndias, que há muito existem resistindo às formas predatórias de vida impostas pelo processo de colonização. Esta ação de extensão é fruto de um trabalho iniciado em 2020, cuja proposta foi finalista na competição Reimagining Museums for Climate Action e compôs uma exposição realizada no GSC, na Escócia, de junho de 2021 até a realização da COP26, em novembro. Ancorado em noções como as de justiça climática e futuros verdes, o Museus das Rexistências traz à baila uma nova proposta de museu, a partir da qual se pretende promover uma reflexão sobre esses espaços e seus conteúdos. Em 2021, o projeto buscou consolidar suas redes de comunicação com a comunidade e, em 2022, pretendemos promover atividades que fortaleçam esse diálogo.

Objetivos
- Manter os canais de comunicação com a comunidade ativos, fortalecendo a proposta do museu junto ao público em geral; - Fomentar discussões e estudos para ampliação do debate em torno dessa nova proposta museal, sua implementação e possibilidades; - Planejar e realizar, junto às comunidades da região, oficinas e encontros para a efetiva implantação de Museus das Rexistências em diferentes localidades.

Justificativa
A catástrofe climática e ambiental que vivenciamos nos demanda ações urgentes de enfrentamento. Possibilitar a troca de saberes e experiências entre comunidades que têm na sustentabilidade e na relação harmônica e respeitosa com o meio ambiente o fundamento para sua existência é uma forma potente de afetar e transformar este nosso contexto, principalmente em um momento em que a pandemia tem gerado graves fraturas em nossa sociedade. Fazer isso por meio de museus, espaços que tradicionalmente se ocupam de formas, conteúdos e narrativas coloniais, que em muito se distanciam da realidade das comunidades tradicionais com as quais estabelecemos diálogo, tem um poder simbólico enorme. Ao utilizar esse tipo de espaço como ferramenta para a potencialização de saberes ecológicos tradicionais, estaremos colaborando para elevar a importância que têm, além de provocar uma reflexão mais ampla a respeito de questões relativas a patrimônio e cultura canonicamente estabelecidas. Além disso, as discussões e ações que propomos têm potencial para atender aos apelos da Organização das Nações Unidas para erradicação da pobreza e proteção do planeta, como prova a escolha de nosso projeto como finalista da competição Reimagining Museums for Climate Action, por meio do atendimento de diversos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, tais como Educação de Qualidade, Redução das Desigualdades, Consumo e Produção Responsáveis e Combate às Alterações Climáticas.

Beneficiário
Comunidades de Alfenas e região, e público interessado em geral.