OS PASSOS DO ENSINO MÉDIO ATÉ O ENSINO SUPERIOR - 2022

Apresentação
Esta ação de extensão consiste na oferta de oficinas temáticas sobre os passos até o ensino superior. Elas abrangem os meandros desta caminhada: exames admissionais, instituições, mecanismos de acesso, financiamento estudantil, gratuidade, assistência estudantil, vivência universitária, etc. Seus beneficiários são as/os estudantes do ensino médio da Escola Estadual Doutor Emílio Silveira, em Alfenas-MG. Elas se justificam porque as regras do jogo do ensino superior são desigualmente conhecidas entre estudantes do ensino médio. Além disso, muitas vezes o destino pós-ensino médio mais provável é o mundo do trabalho. O objetivo destas oficinas é encorajar os estudantes do ensino médio público a pleitear o acesso à universidade, principalmente àUNIFAL-MG, colaborando, assim, para a democratização do ensino superior.

Objetivos
Com as oficinas temáticas, pretende-se: • estabelecer o ensino superior como alternativa real, independente de combinações de fatores e de casualidades da vida pessoal dos estudantes; • conscientizar os estudantes dos terceiros anos das possibilidades e dos mecanismos inclusivos de acesso à universidade, sobretudo pública, como reserva de vagas, cursos noturnos e assistência estudantil (PEIXOTO, 2004; PEIXOTO e ARANHA, 2008); • apresentar a UNIFAL-MG como algo tangível, concreto e alcançável; • apresentar as/os próprias/os ministrantes das oficinas como “provas”, “testemunhas” do ensino superior público possível; • aumentar o comprometimento das/dos estudantes da UNIFAL-MG com a democratização do ensino superior e com a educação como um direito; • familiarizar os estudantes dos terceiros anos nos seguintes temas: Enem, Sisu, Cotas, UNIFAL-MG, gratuidade do ensino, cursos, assistência estudantil • praticar resolução de questões e redação, pré-vestibular; • assessorar candidatos na inscrição no Enem, na véspera da realização do exame e no ingresso no Sisu; • promover a UNIFAL-MG junto ao ensino médio público local; • combater a concepção de que as universidades públicas não são para elas e eles, • difundir a existência da reserva de vagas para estudantes da rede pública. • publicar uma cartilha impressa a ser adota em novas edições deste projeto, executadas em outras escolas da região. Nesta cartilha, cada oficina se transformará num capítulo, de modo que este projeto possa ser executado por novos parceiros e por outras/os extensionistas.

Justificativa
O ensino superior no Brasil é historicamente caracterizado pela elitização, sobretudo nas universidades públicas. As diferenças de acesso a ele são causa e consequência de desigualdades socioeconômicas e culturais. O próprio grau de conhecimento em relação a universidade é desigualmente distribuído. Para elites econômicas e culturais, por exemplo, o ensino superior é um destino natural. Para filhos de pais escolarizados e/ou pertencentes a estratos médios, os estudos superiores são muito valorizados, pois são uma estratégia de mobilidade e de conservação sociais. Para as camadas populares, é algo remoto, pretensioso ou, muitas vezes desconhecidos dos próprios estudantes, que se autosselecionam e não o buscam. Contudo, uma série de políticas públicas para democratização deste nível de ensino se levaram a cabo no Brasil ao longo do século XXI, com o intuito de expandir e pluralizar o acesso. Para o sistema privado, aprimorou-se o Fies (programa de financiamento) e desenvolveu-se o Prouni(programa de concessão de bolsas). Para a rede federal, instituiu-se o Reuni (programa de expansão das universidades) e promulgou-se a Lei 12.711 (Lei de Cotas). A própria UNIFAL-MG beneficiou-se destas políticas. Sua adesão ao Reuni e às políticas de ação afirmativa tiveram resultados imediatos: aumentou e diversificou significativamente seu alunado, embora a ocupação dos cursos se dê sob condicionamento social (SÁ, 2019; SÁ e CAÑAVERAL, 2017). Fonte: Elaboração própria a partir de ARAÚJO, 2019. No entanto, toda essa abertura segue desconhecida ou desconsiderada por boa parte dos estudantes do ensino médio (em outro projeto de extensão, empreende-se nesta mesma escola parceira um censo escolar, cujo objetivo é, em outros, mensurar essa parcela estudantil que não cogita o ensino superior, bem como apurar suas razões). As razões pelas quais universidade não é buscada após a conclusão do ensino médio podem ser várias: não vêem sentido na escola, não têm referências próximas (amigos, familiares) com escolaridade universitária, já estão (ou aspiram estar) inseridos no mercado de trabalho, desconhecer as oportunidades que o ensino superior oferece (sobretudo público e, nomeadamente, a UNIFAL-MG) ou não crêem que o ensino superior seja para elas e eles. Assim, com estas oficinas temáticas ministradas por estudantes da própria UNIFAL-MG, a universidade e todos os caminhos até a ela se apresentam diante delas e deles, por meio de oficinas semanais, cíclicas, repetitivas e detalhistas sobre as regras, “segredos” e procedimentos até uma vaga num curso superior. Por meio destas oficinas, procura-se orientar, apontar caminhos, inspirar, guiar e assessorar os estudantes nesta caminhada. Visa-se, enfim, a apontar os caminhos do ensino médio até o ensino superior.

Beneficiário
Estudantes do ensino médio das Escolas Estaduais Doutor Emílio Silveira, em Alfenas e Doutor Lauro Correa do Amaral, em Guapé.