Apresentação
O projeto Educação Midiática e Ações de Combate à Desinformação objetiva desenvolver ações voltadas às escolas e à comunidade, visando o desenvolvimento da consciência crítica por meio do aprendizado de competências de leitura, que auxiliem na identificação e minimização dos efeitos da desinformação. A proposta envolverá ações de formação de estudantes universitários, comunidade e estudantes do ensino médio (EM). Com os universitários, será criado um grupo de pesquisa para realizar estudos sobre educação midiática e elaborar materiais para utilização na escola receptora do projeto. Pretende-se realizar um estudo de revisão sistemática da literatura acerca de iniciativas práticas de educação midiática. No que tange à ação voltada à comunidade, será criada uma página no Instagram intitulada “O que eu faço na universidade pública?”, para divulgação de vídeos de projetos desenvolvidos na UNIFAL-MG. Para os estudantes do EM, serão realizadas palestras em uma escola estadual de Varginha-MG.
Objetivos
Objetivo Geral: Propor ações e atividades que estimulem o desenvolvimento de conhecimentos e competências relativas ao acesso, uso e análise crítica das mídias sociais, especialmente no que tange à identificação e combate de informações falsas. Objetivos Específicos: - Criar um grupo de pesquisa para estudos e divulgação de conhecimentos e ações sobre educação midiática; - promover a reflexão acerca do papel das mídias na produção e disseminação de desinformação, especialmente nos ambientes escolares; - desenvolver um espaço de divulgação de conhecimento, valorização do conhecimento científico e combate a fake news acerca do ambiente universitário; - propor atividades educativas voltadas ao desenvolvimento de habilidades críticas de leitura e ao entendimento de que as mídias sociais, especialmente, estão abrigadas em plataformas que se pautam em modelos de negócios e têm implicações econômicas (Buckingham, 2022); - contribuir para o fortalecimento de ações pautadas no tripé ensino, pesquisa e extensão.
Justificativa
A crescente proliferação de desinformação nas plataformas digitais, tem trazido fortes preocupações acerca das consequências desse fenômeno para a vida das pessoas e para a democracia. Cenários políticos são influenciados pelas notícias falsas, a ciência e os espaços de produção do saber científico, como as universidades públicas no Brasil, são constantemente questionados e atacados, pessoas deixam de se vacinar, discursos contra direitos historicamente adquiridos proliferam nas mídias sociais. Frente a esse cenário, a preocupação com o combate à desinformação tem sido uma preocupação que ultrapassa as fronteiras, como revela o relatório da Unesco “Alfabetização midiática e informacional: currículo para formação de professores”, publicado em 2011 e, no Brasil, em 2013. Trazendo essas preocupações para território nacional, a BNCC, ainda que não empregue especificamente a expressão “educação midiática” em seu bojo, traz, como competência geral 5 a ser desenvolvida, a compreensão, utilização e criação de “tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva” (Brasil, 2021). Como argumento adicional para a defesa de práticas de educação midiática no Brasil, a pesquisa Trust Quest, realizada, em 2024, pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com 21 países – dentre eles, Brasil, Colômbia, Finlândia, Japão, Portugal, Estados Unidos – revelou que os brasileiros foram os piores em identificar notícias falsas. Enquanto na média global as pessoas conseguem identificar 60% das notícias falsas, no Brasil, esse número cai para 54%. A diferença pode parecer pequena, contudo, o Brasil também tem a maior taxa de pessoas que obtêm informação pelas mídias sociais, ficando acima de 50%, que é a média mundial. No Japão, por exemplo, apenas 25% das pessoas buscam informações nas redes sociais. Nesse contexto, promover ações que visem o desenvolvimento de competências em educação midiática, leitura crítica das mídias sociais e minimização dos efeitos da desinformação, torna-se extremamente relevante para o aprendizado de habilidades críticas e uso responsável e ético da informação no espaço digital.
Beneficiário
Comunidade externa, formada por estudantes do ensino médio de uma escola pública de Varginha e usuários de mídias sociais, por meio da criação de um perfil no Instagram para divulgação de conteúdos relacionados à ação “O que eu faço na universidade pública?”.