A CARTOGRAFIA SOCIAL COMO FERRAMENTA PARA EDUCAR ANTE A CRISE CLIMÁTICA

Apresentação
A crise ambiental tem provocado impactos cada vez mais significativos em nosso sistema socioeconômico. Nos últimos anos, os eventos climáticos têm se intensificado no Brasil, afetando as condições de vida e desafiando a sustentabilidade. Os processos de educação ambiental podem contribuir para a construção de conhecimentos e ampliar a compreensão sobre os fenômenos climáticos. Nesse contexto, a cartografia social constitui uma ferramenta importante para a educação ambiental, pois facilita a construção de saberes contextualizados e promove a reflexão dos participantes sobre sua realidade. As atividades educativas planejadas visam fomentar o diálogo de saberes, a solidariedade, a criatividade e a participação democrática. O programa busca promover a integração entre a universidade e a comunidade externa por meio de ações de extensão, ensino e pesquisa, além da articulação de iniciativas educativas voltadas para a sustentabilidade.

Objetivos
Objetivo geral: Promover ações de educação ambiental em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Varginha, que favoreçam a compreensão da crise climática e incentivem a conscientização individual e coletiva sobre a relação entre sociedade e natureza. Dessa forma, busca-se um diálogo capaz de atribuir significados e influenciar diretamente questões sociais e ambientais, além de transformar a maneira de agir e refletir sobre o contexto socioambiental. Objetivos específicos: a) Desenvolver ações de cartografia social nas escolas de Varginha com uma visão sistêmica do meio ambiente, para compreender sua complexidade em todas as dimensões. A construção dos mapas será realizada de forma interdisciplinar, com um tratamento dinâmico do conhecimento, de maneira coletiva e participativa. A metodologia será implementada por meio do diálogo, promovendo uma reflexão sobre as possíveis interfaces entre cultura, crise climática e o papel da sociedade. b) Promover uma rede de atores em Varginha interessados em agenciar práticas sustentáveis que contribuam a mitigar os efeitos do aquecimento global. A traves da rede se propiciara o intercâmbio de saberes e promoção de boas práticas e assim favorecer a transformação social e ambiental, estimulando o exercício da cidadania ativa. c) Desenvolver um curso de extensão para dialogar sobre os desafios relacionados com a crise climática e assim promover reflexões críticas e engajar ativamente os participantes na busca por soluções sustentáveis e transformações sociais diante dos desafios climáticos. d) Contribuir com a formação dos discentes da UNIFAL mediante a disciplina “Crise Ambiental. Desafios para o desenvolvimento sustentável” a través da mesma se promove a realização de projetos de extensão na questão ambiental que proporcionem experiências enriquecedoras tanto para a comunidade acadêmica quanto para os atores externos à universidade. e) Realizar ações de cartografia social em CRAS de Varginha e por meio do processo formativo, contribuir com a formação e transformação dos participantes em relação ao tema da crise climática, também desvelar as injustiças climáticas que sofrem as pessoas mais vulnerabilizadas, e assim conhecer às demandas por direito de aqueles que mais sofrem com eventos climáticos extremos.

Justificativa
A emergência climática está se agravando e é percebida como preocupante pela população. Segundo Artaxo (2020), as mudanças climáticas no Brasil têm exercido influência sobre o regime de chuvas, as temperaturas, o nível das águas costeiras e o funcionamento dos ecossistemas, entre outros aspectos. O pesquisador também destaca que o Brasil mostra vulnerabilidades importantes nas áreas ambiental e climática, explicando que tem sido observado um aumento na frequência e intensidade de eventos climáticos extremos que impactam significativamente a população, a economia e o funcionamento dos ecossistemas. A realização do projeto de extensão pretende trazer a discussão e reflexão acerca da crise climática para o interior dos espaços educativos, pois os processos formativos podem contribuir para mitigar os impactos desse fenômeno global e imprimir um olhar crítico e complexo do problema, nem sempre presente nas salas de aula. Segundo Lima & Layrargues (2014) a inclusão do educando no debate, nas ações cotidianas e na participação em movimentos orientados à questão climática pode ampliar a compreensão do fenômeno climático. Através da implementação da educação ambiental é possível contribuir para a busca pela sustentabilidade da vida, bem como promover o desenvolvimento de um pensamento crítico, transformando os envolvidos em cidadãos capazes de reavaliar os valores presentes em sua realidade. Conforme Leff (2004), a educação ambiental se configura como um campo de batalha e uma atitude teórico-prática, baseados na formação cultural e ética dos indivíduos, desafiando os princípios homogeneizadores da modernidade racional e industrial. Abordar o tema da crise climática permite tornar visível e aprofundar a discussão sobre as disparidades causadas pelos riscos climáticos, que vulnerabilizam algumas pessoas mais do que outras. A justiça climática busca compreender como os efeitos da crise climática afetam com mais força aqueles que menos exploram a natureza. Robsinson (2021) afirma que a mudança climática é injusta, já que, paradoxalmente, aqueles que menos impactam o meio ambiente são os que mais sofrem com isso, como ribeirinhos, quilombolas, negros, indígenas, crianças e moradores de morros e favelas. As transformações urgentes não se limitam apenas à descarbonização da economia global, mas também à mudança do estilo de vida predominante. Portanto, a crise climática deve ser abordada por meio do ensino, da extensão e da pesquisa, reconhecendo e problematizando a complexidade do problema, com a participação e a construção de práticas e saberes que visem a uma civilização mais justa para todos os seres que habitam o planeta.

Beneficiário
Escolas de Varginha, Secretaria de Meio Ambiente, EMATER, agricultores(as); educadores(as) e gestores(as) ambientais; professores(as) e estudantes, Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) de Varginha membros da comunidade acadêmica UNIFAL; cidadãos.