REDE DE CAPACITAÇÃO E APOIO EM ROBÓTICA EDUCACIONAL - RECARE

Apresentação
A Rede de Capacitação e Apoio em Robótica Educacional – RECARE é um espaço para capacitar e apoiar professores da rede de ensino fundamental e médio no desenvolvimento de atividades de robótica educacional. O termo robótica educacional caracteriza as atividades de apoio ao ensino curricular e desenvolvimento de habilidades cognitivas e sociais dos estudantes através de trabalhos individuais e/ou em grupo para planejamento, construção e programação de robôs e pequenos projetos de automação voltados a problemas com complexidade adequada aos limites dos estudantes. As principais ações desse projeto estão voltadas aos estudos e desenvolvimento de atividades e estratégias didáticas com robôs, desenvolvimento de robôs de baixo custo, capacitar docentes da rede de ensino e discentes da Unifal através de cursos e oficinas, apoiar as escolas na construção de um laboratório de robótica, e estudos do impacto das atividades de robótica no desenvolvimento dos estudantes do nível fundamental e médio

Objetivos
[Geral] Aprimorar e expandir a rede voltada à capacitação e apoio a professores da rede de ensino fundamental e médio em atividades de robótica educacional. [Específicos] 1) Capacitar estudantes da UNIFAL-MG em robótica, para desenvolvimento e apoio/monitoria das oficinas de capacitação; 2) Desenvolver oficinas para capacitação de professores em robótica voltada para o ensino fundamental e médio; 3) Acompanhar/apoiar os professores durante a realização das atividades de robótica educacional com estudantes das escolas participantes; 4) Buscar apoiadores para a criação de laboratórios de robótica nas escolas públicas; 5) Promover eventos de divulgação dos robôs desenvolvidos pelos estudantes; 6) Obter métricas e indicadores que apontem para a criação futura de uma rede de capacitação e apoio em robótica educacional;

Justificativa
O ensino de tecnologias educacionais baseadas em robótica e programação pode constituir um elemento impulsionador para a melhoria nas disciplinas de ciências, tecnologia, engenharia e matemática, denominadas de forma comum pela sigla STEM (do inglês Science, Technology, Engineering and Mathematics)[1]–[6]. Indicadores reportados em diferentes relatórios [7], [8] que medem a capacidade de jovens em usar os seus conhecimentos e competências em leitura, matemática e ciências para enfrentar desafios da vida real, apontam para uma notável deficiência nestas áreas do conhecimento, com alguns registros ainda não satisfatórios de melhorias aos estudantes dos anos iniciais [8]. Uma formação sólida em STEM está ligada diretamente na formação de cidadãos adaptados a um mundo cada vez mais moderno que exige competências transversais, como pensamento criativo, capacidade de resolução de problemas, criatividade e habilidades de comunicação e trabalhos em equipe. Além disso, esta formação deve dar mais atenção à expressiva velocidade da evolução tecnológica, muito impulsionada pela globalização das tecnologias de informação e comunicação (TICs). Um estudo de 2020 [9] aponta que 13% das escolas públicas e 21% das escolas privadas no Brasil, em síntese, 15% das escolas, realizam algumas atividades relacionadas à linguagem de programação e robótica. Um dos principais entraves para a utilização das TICs na educação brasileira é a falta de conhecimento e domínio dessas tecnologias por grande parte dos professores. De acordo com a referência [5], ainda temos uma formação acadêmica deficiente na inclusão das novas tecnologias e, na maioria dos cursos superiores, as novas tecnologias não estão atreladas aos currículos acadêmicos. No âmbito pedagógico, a robótica tem sido apontada como uma possibilidade de aumentar o envolvimento dos alunos no processo de aprendizagem, uma vez que tem como objetivo levá-los a questionar, pensar e procurar soluções além da teoria. Além disso, o desenvolvimento soluções através da construção de robôs e sistemas automatizados demandam do estudante o aprimoramento de habilidades e competências sócio-cognitivas voltadas ao trabalho em equipe, a capacidade para resolver problemas e difusão digital e tecnológica [10]. Portanto, a implementação de atividades de robótica em uma escola, especialmente as que não dispõem de um de recursos suficientes para a compra de peças e material didático e a construção e/ou adaptação de um espaço para compor um laboratório de robótica, podem envolver alguns desafios notáveis: I. Aproximar a escola de uma instituição que possa capacitar e apoiar as atividades de robótica educacional, por meio da oferta de cursos que apresentem ferramentas com interfaces mais amigáveis e preferencialmente de distribuição gratuita e noções básicas sobre eletrônica analógica e digital, programação de computadores e de robôs e IoT; oficinas para apoiar a elaboração de atividades de desenvolvimento e programação de relacionados com os conteúdos curriculares adequados para cada faixa etária. II. Políticas para incentivar a formação docente através de sua participação nos cursos de capacitação e que, especialmente após a pandemia e seus efeitos negativos, não cause uma sobrecarga ainda maior à equipe de professores da escola parceira. III. Esforço, preferencialmente, conjunto entre a escola, a instituição de apoio, órgãos administrativos e parceiros culturais para reunir recursos para promover a compra dos kits de robótica e adequação de um espaço para comportar um laboratório de robótica e incentivar a participação dos estudantes atendidos pelas práticas de robótica em eventos e competições. O objetivo principal do presente projeto é aprimorar e expandir esta rede de capacitação e apoio em robótica educacional que possa oferecer essas aulas, formar monitores de robótica para suprir demandas da região por este tipo de profissional e apoiar os esforços para reunir recursos para montar os laboratórios de robótica. Este projeto que completou um ano em 2024 capacitou 18 estudantes em robótica educacional, 30 professores do ensino fundamental e médio, atendeu a quatro escolas e apoiou a implementação de dois laboratórios de robótica.

Beneficiário
Serão beneficiados estudantes e professores do ensino médio e discentes da UNIFAL-MG.