INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL APLICADA AO PROCESSO DE ENFERMAGEM NO CUIDADO NO SUS

Apresentação
O projeto APEC-IA integra o Programa “Aplicação do Processo de Enfermagem no Cuidado – APEC”, promovendo a aplicação ética e qualificada da Inteligência Artificial (IA) na prática de enfermagem no SUS. Vinculado ao Grupo de Estudo sobre o Processo de Enfermagem aplicado ao Cuidado (GEPEC/UNIFAL-MG), o projeto visa desenvolver ações de capacitação profissional e letramento digital para profissionais de saúde e usuários do SUS, ampliando a segurança do paciente, a eficiência assistencial e a equidade digital. A iniciativa contempla a implementação do SisAPEC – um Sistema de Apoio à Decisão Clínica – e ações educativas voltadas à transformação digital na saúde, promovendo um cuidado mais sistemático, tecnificado e humanizado.

Objetivos
Objetivo Geral: Desenvolver e implementar estratégias de qualificação profissional e letramento digital por meio da Inteligência Artificial aplicada ao Processo de Enfermagem no SUS. Objetivos Específicos: Promover a capacitação de profissionais de saúde para aplicação do Processo de Enfermagem utilizando taxonomias padronizadas (NANDA-I, NIC, NOC, CIPE). Desenvolver habilidades para o uso ético, seguro e eficiente da IA no apoio à tomada de decisão clínica em enfermagem. Implementar e monitorar o Sistema de Apoio ao Processo de Enfermagem no Cuidado (SisAPEC), facilitando a documentação eletrônica padronizada. Oferecer oficinas e cursos sobre segurança digital, telemedicina e interoperabilidade de sistemas de saúde. Fomentar o letramento digital da comunidade usuária do SUS, ampliando seu protagonismo no cuidado e no uso consciente de tecnologias em saúde. Estimular a interdisciplinaridade e a produção de conhecimento científico aplicado, integrando ensino, pesquisa e extensão.

Justificativa
A crescente inserção da Inteligência Artificial (IA) na área da saúde exige ações sistemáticas de qualificação profissional e letramento digital. No contexto da enfermagem, a adoção de tecnologias que apoiam a tomada de decisão clínica requer preparo técnico, ético e reflexivo dos profissionais, bem como acesso equitativo às ferramentas por parte da população. A Resolução COFEN nº 736/2024 tornou obrigatória a implementação do Processo de Enfermagem (PE) em todos os ambientes de cuidado, destacando a importância do uso de taxonomias padronizadas e da documentação estruturada. Entretanto, muitos profissionais ainda apresentam dificuldades na operacionalização do PE, especialmente em ambientes com baixa integração digital. Nesse sentido, o APEC-IA surge como resposta à necessidade de transformação digital no SUS. Ao promover a aplicação de IA no cuidado em enfermagem, o projeto viabiliza a padronização da assistência, aumenta a segurança do paciente e fortalece a identidade profissional da enfermagem. O projeto também reconhece o papel da comunidade como protagonista na saúde digital. O letramento digital da população é imprescindível para garantir a equidade no uso das tecnologias de saúde, evitando exclusões e ampliando o acesso à informação qualificada. A alfabetização digital favorece o uso consciente de prontuários eletrônicos, teleconsulta, aplicativos de saúde e combate à desinformação. Além disso, o projeto reforça a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, capacitando estudantes da graduação e pós-graduação para atuarem com competência técnica e cidadã frente às inovações tecnológicas. A atuação integrada com profissionais de saúde, serviços e comunidade proporciona uma formação robusta e alinhada às reais necessidades do SUS. Por fim, a criação e utilização do SisAPEC como sistema de apoio à decisão clínica evidencia o compromisso com a inovação segura e com a produção de tecnologias aplicadas à prática assistencial. O APEC-IA posiciona-se como uma iniciativa estratégica para fortalecer a saúde digital, reduzir desigualdades, e consolidar a enfermagem como protagonista no cenário tecnológico da saúde pública brasileira.

Beneficiário
Estudantes e docentes da área da saúde, profissionais da rede SUS (enfermeiros, técnicos, gestores), e a população usuária dos serviços de saúde, especialmente nos territórios da Atenção Primária à Saúde (APS)