LIGA DE PSICOLOGIA NA SAÚDE - UNIFAL-MG

Apresentação
A presente proposta caracteriza-se como um programa de extensão universitária sob o preceito da indissociabilidade extensão, ensino e pesquisa com vista a formação profissional e cidadã do estudante universitário. O programa tem como objetivo a criação de um espaço de discussões teóricas, de práticas profissionais e relacionais que abordem a interface Psicologia na Saúde sob o preceito da humanização. Parte da premissa de que os espaços formativos, que se dedicam a formar profissionais, para lidar com formação humana, não investem, ou não consideram devidamente, as dimensões afetivas e emocionais do sujeito, bem como as condições materiais, nas quais se desenvolvem as relações formativas e, sobretudo, de que modo elas influenciam as condutas dos sujeitos e interferem na promoção do desenvolvimento humano sob os prismas pessoais e profissionais.

Objetivos
- Elaborar estratégias de apresentação das temáticas de saúde de acordo com eixos: Saúde; Meio Ambiente; Direitos Humanos e Corpo e Movimento; - Desenvolver recursos e instrumentos de acompanhamento e avaliação dos processos de desenvolvimento na interface Psicologia e Saúde em diferentes facetas (físicas, psicológicas e sociais); - Socializar recursos e ações relacionais que contemplem a interface psicologia e saúde direcionadas para crianças e adolescentes;

Justificativa
A permanente presença de doenças e sofrimento no cotidiano das pessoas tem gerado a tendência natural de compreensão da saúde como apenas “ausência de doenças”, resquício da definição e hegemonia do modelo biomédico ainda presente na maioria das ações e práticas em saúde (TRAVERSO-YEPEZ, 2001). De acordo com a autora, nesta compreensão a doença é vinculada a um problema físico do “corpo”, enquanto as dimensões psicológicas, sociais e ambientais são desconsideradas ou reduzidas a análises fragmentadas e superficiais, o que reforça a análise presente nos programas e ações de atenção a saúde que enfocam a doença em detrimento ao sujeito. A consideração de que o sofrimento e doença não se reduzem a uma evidência física/orgânica apenas, mas sim compreendem uma relação intimamente relacionada com as facetas do contexto sócio-cultural ainda é um desafio pois implica a revisão crítica do desenvolvimento dos processos de significação relacionados à saúde-doença, baseada em uma visão sistêmica e ecológica da vida e desenvolvimento humano. (TRAVERSO-YEPEZ, 2001). Assim, uma questão central de discussão são as propostas de promoção da saúde, com ações que possibilitem a melhoria das condições de vida da população. De acordo com Gonzalez Rey (2011:44) “A transformação das condições de vida deve ser acompanhada da educação da pessoa, única forma de garantir que as pessoas se tornem sujeitos dessas novas condições e sejam capazes de novos níveis de desenvolvimento”. Essa definição contempla a pessoa como sujeito, além da plurideterminação de sua organização. González Rey (2004a) afirma a respeito do conceito de saúde: a) A saúde não deve ser associada a estado de normalidade, é um processo no qual a pessoa participa de forma ativa na qualidade de sujeito; b) A saúde é uma expressão plurideterminada (combinam-se fatores genéticos, sociais, psicológicos), e seu curso não é decidido pela participação ativa do homem de forma unilateral. Ainda de acordo com o autor, a compreensão histórico-cultural dos processos de desenvolvimento humano permite-nos avançar na compreensão sobre os processos de saúde e doença como processos de sentido e de significado configurados de maneira plurideterminada, configurada nos espaços de atuação e reconhecimento dos espaços sociais e individuais diferentes contextos e relações humanas. Neste sentido, a iniciativa da criação de uma Liga Acadêmica de Psicologia na Saúde, defende que o espaço formativo ofertado pela universidade como um contexto e espaço profícuo para a abordagem e solidificação de ações e estratégias que contemplem o desenvolvimento humano sadio, com a proposição de experiências e estruturas que promovam a saúde (EMILIANO, 2008). Entendemos também que a defesa desta premissa esta alinhada a toda e qualquer ação que tenha como cerne a qualificação dos espaços de desenvolvimento formativo, que por meio de suas ações desdobram-se em ações de impacto a realidade social. Assim, considerando o compromisso da Universidade na produção e divulgação do conhecimento científico, com base no contexto social, a fim de que especificidades regionais consideradas, e que sustentem estratégias de mudança, e solidifique os espaços e interações de desenvolvimento como promotoras de desenvolvimento humano saudável, este programa tem como foco o desenvolvimento estratégias que abordem a interface Psicologia e Saúde.

Beneficiário
a) Acadêmicos dos cursos da UNIFAL; b) Crianças com deficiências da APAE Alfenas, c) Usuários do Centro de Convivência Psicossocial Esperança do Munícipio de Alfenas