FITOCONSCIÊNCIA: O RESGATE DO TRADICIONAL E A APLICABILIDADE RACIONAL

Apresentação
O programa “FITOconsCIÊNCIA: o resgate do tradicional e a aplicabilidade racional” apresenta dois projetos articulados (“Plantas medicinais: Folhas que Curam” e “Horto medicinal no campus: interface entre o ensino em fitoterapia e o saber popular”) e um curso, que integram saberes e práticas ligados às ciências da saúde e ciências da natureza. A base do programa é resgatar o uso racional de plantas medicinais e a sua aplicabilidade de modo seguro, eficaz, sustentável e de modo a apoiar a biodiversidade local. O objetivo do programa é ampliar o acesso a saúde, bem-estar e cuidado com o meio ambiente, impactando positivamente na qualidade de vida de diferentes públicos. O programa contará com profissionais, servidores, estudantes e docentes de diferentes formações, visando associar práticas populares e tradicionais do uso de plantas medicinais com a ciência; compartilhar técnicas de cultivo e coleta dessas plantas, baseadas na sustentabilidade; desenvolver estratégias de comunicação.

Objetivos
O objetivo geral do Programa é proporcionar o conhecimento do uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos aos diversos públicos (acadêmicos, servidores, profissionais de saúde e comunidade) como prática integrativa e complementar à assistência à saúde feminina. Os projetos propostos nesse programa se conectam em uma dimensão conceitual, teórica e técnica, aplicada às Ciências da Saúde e Ciências da Natureza. As ações propostas nos projetos apresentam linhas complementares e sinérgicas, relacionando aspectos de saúde física e mental da mulher e o uso das plantas medicinais como opção terapêutica. Os projetos propostos são: i) “Horto medicinal no campus: interface entre o ensino em fitoterapia e o saber popular.”, com o intuito de promover a conscientização sobre a saúde da mulher, sobretudo as condições envolvendo mudanças hormonais, como menarca, menopausa e câncer de mama, e como as plantas medicinais podem modular os parâmetros alterados nessa situação; ii)”Plantas medicinais: folhas que curam”, com a abordagem do uso das plantas medicinais para promover melhoras na saúde da mulher, sobretudo nas doenças infecciosas, como clamídia, gonorreia; HPV (Papilomavírus Humano); e candidíase; iii) 4° Curso de Fitoterapia, que busca integrar o papel das plantas medicinais na modulação da saúde e doença das mulheres. Em todos os projetos e cursos o objetivo é propiciar aos acadêmicos integrantes uma formação profissional mais cidadã, sustentada na indissociabilidade entre ensino/pesquisa/extensão e também trazer conhecimento para a sociedade, especialmente a população alfenense.

Justificativa
A saúde da mulher tem se destacado como uma questão central em saúde pública, sendo impactada por fatores biológicos, hormonais e sociais específicos. Ao longo da vida, as mulheres enfrentam diferentes fases e desafios, como menarca, gravidez, menopausa e o envelhecimento, todas marcadas por mudanças hormonais e maior vulnerabilidade a doenças. Problemas de saúde mental, como estresse e ansiedade, afetam desproporcionalmente as mulheres e estão intimamente ligados a doenças físicas. O estresse crônico, por exemplo, contribui significativamente para o desenvolvimento de condições como disfunções menstruais, infertilidade, e doenças cardiovasculares, devido à ação de hormônios como o cortisol, que alteram o funcionamento do organismo feminino. Além de problemas como estresse e ansiedade, que se ligam a condições físicas, infecções como as do trato urinário, doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e outras condições infecciosas também representam riscos importantes à saúde feminina. A biologia feminina pode torná-las mais suscetíveis a infecções como vaginoses bacterianas e candidíase, com a detecção precoce sendo crucial para evitar complicações graves. Nesse contexto, as plantas medicinais se destacam como uma opção terapêutica integrativa para a promoção da saúde da mulher, oferecendo benefícios tanto no alívio de sintomas físicos quanto no equilíbrio emocional. Espécies como Vitex agnus-castus têm sido amplamente utilizadas para regular o ciclo menstrual e aliviar sintomas da tensão pré-menstrual (TPM), enquanto Melissa officinalis e Passiflora incarnata são reconhecidas por suas propriedades calmantes e ansiolíticas, contribuindo para a redução de estresse, melhora do sono e promoção do bem-estar. O projeto propõe esclarecer para a comunidade acadêmica e local a importância do uso de plantas medicinais como ferramenta complementar e segura no cuidado à saúde da mulher, tanto na prevenção quanto no tratamento de condições relacionadas às alterações hormonais e doenças infecciosas leve. Vale ressaltar que o objetivo do projeto não é fazer a substituição dos tratamentos convencionais, mas sim complementar os já existentes. Além disso, objetiva compartilhar técnicas manuais que utilizem as plantas medicinais como matéria-prima, promovendo a saúde e o bem-estar, contribuindo para a redução dos altos níveis de ansiedade e estresse que fazem parte da rotina moderna. A execução desse projeto proporcionará aos estudantes uma experiência prática e direta com a comunidade, permitindo que eles apliquem o conhecimento adquirido em sala de aula em situações reais, consolidando uma formação profissional mais cidadã e alinhada à indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.

Beneficiário
Comunidade de Alfenas-MG, acadêmicos do curso de Nutrição, Farmácia, Biomedicina, demais cursos das Ciências da Saúde e das Ciências da Natureza, e servidores da UNIFAL-MG.