PROGRAMA DANDARA: DESENVOLVENDO AÇÕES NEGRAS, DECOLONIAIS E ANTIRRACISTAS

Apresentação
No Programa de Extensão DANDARA temos o objetivo de (i) dar visibilidade à produção literária (acadêmica, técnica e cultural) de autores negros e/ou temática negra, (ii) consolidar diferentes saberes e introduzir o pensamento crítico decolonial na Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG) e na comunidade externa e (iii) trabalhar assuntos relacionados à negritude em escolas públicas de Varginha-MG. Nesse sentido, por meio das ações extensionistas aqui previstas, bem como aquelas que poderão eventualmente se desdobrar a partir deste programa, fomentaremos a consolidação de ações integradas que se perpetuem no tempo, visando a construção coletiva com as comunidades interna e externa à universidade. Assim, cabe ressaltar que em nosso horizonte as ações extensionistas que serão desenvolvidas no âmbito deste programa são antirracistas, consolidando-se através de práticas educacionais e dialógicas.

Objetivos
Objetiva-se especificamente: Organizar uma coleção literária que abarca valores e pensamentos do movimento negro no Brasill escrito por autores negros por meio do projeto “Biblioteca preta”; Fomentar discussões teóricas que relacionam assuntos pertinentes a Ciências Sociais, Ciências Sociais Aplicadas e Ciências Humanas, atravessados por temas relevantes da negritude por meio do projeto “Rádio Malês”; Promover ações de acolhimento com discentes matriculados em cursos do Ensino Superior e ingressantes neles; Tal objetivo específico resultou no evento “A coisa ficou preta, A coisa ficou Boa!”, o qual ocorrerá paralelamente a este programa, porém não dentro dele. Promover ações educacionais junto a escolas públicas de Varginha-MG, em que trataremos de assuntos pertinentes à negritude e ao pensamento crítico decolonial por meio do “Projeto Respira”. Promover formação complementar junto aos professores do ensino fundamental e médio visando recuperar a memória da escravidão e de africanos escravizados na região do sul de Minas por meio do curso “Malungos”.

Justificativa
Para decolonizar o pensamento acadêmico e cumprir a RESOLUÇÃO Nº 1, DE 17 DE JUNHO DE 2004 do Conselho Nacional de Educação, um dos mecanismos práticos é dar acesso à produção literária e técnica de autores negros. Além disso, na perspectiva de construir coletivamente respostas ao pensamento decolonial, traduzindo-o em ações práticas, é necessário incluir ações culturais junto às comunidades interna e externa à Unifal-MG. Nesse sentido, a história não pode ser contada apenas por um ponto de vista, de acordo com Djamila Ribeiro (2019), pois “é danoso que, numa sociedade, as pessoas não conheçam a história dos povos que a constituíram” (RIBEIRO, 2019, p.65). Adichie (2019), o perigo da história única é incorrer em desumanizar o outro e impossibilitar a alteridade. Por conta disso, há necessidade de dar voz e visibilidade para produção autores negros, além de discutir o que produzem em contraponto com a literatura acadêmica já utilizada. Assim, diferentes falas, diferentes perspectivas trazem contrapontos importantes à produção intelectual e combatem o apagamento epistemológico das minorias, além de cumprir determinações normativas advindas do Ministério da Educação e Cultura (MEC).

Beneficiário
Comunidades interna (discentes e servidores) da UNIFAL-MG e externa a ela (membros da sociedade civil e discentes e docentes de outras instituições de ensino público ou privado).