PROGRAMA AÇÕES DIALÓGICAS EM SAÚDE, EDUCAÇÃO E JUSTIÇA: APAC E SISTEMA PRISIONAL

Apresentação
O presente programa é resultado de projetos anteriormente desenvolvidos no presídio de Alfenas e na APAC pela UNIFAL desde 2017. Com a experiência acumulada, o atual formato propõe a consolidação de aspectos que ficaram incipientes no desenvolvimento doe projetos e versões anteriores. Nesta proposta, apresentam-se os Projetos: 1) Histórias de vida de sujeitos privados de liberdade e o paradigma da justiça restaurativa: um encontro com a literatura Universal; 2) Bioquímica e saúde com pessoas privadas de liberdade; 3) Saúde da mulher e violência: ações de reparação; o curso Economia solidária e formação profissional e o evento Encontro Nacional em Saúde, Educação e Justiça: diálogos com o sistema prisional e a APAC. Trata-se de uma ação de intervenção socioeducativa na penitenciária de Alfenas e na APAC que visa contribuir para a inclusão social desses sujeitos previstas em Lei; além disso, entende-se a real necessidade de recriação de sentido para muitos que já perderam a essência da q

Objetivos
Contribuir para a diminuição da desigualdade social; Assegurar o acesso à Educação e bens culturais; Assegurar o acesso à Saúde coletiva; Colaborar para a instauração de uma convivência mais harmônica entre os reeducandos.

Justificativa
O panorama da situação atual do sistema penitenciário brasileiro é alarmante. Segundo o levantamento Nacional de Informações Penitenciárias de junho de 2017, havia 726.354 pessoas privadas de liberdade no Brasil. Em relação ao número total de vagas, havia um déficit de 303.112 mil vagas, perfazendo uma taxa de ocupação de 171,62%. Do total de pessoas privadas de liberdade no Brasil, 74.981 estavam no estado de Minas Gerais (BRASIL, 2019). Desses, cerca de 700 pessoas encontram-se no presídio de Alfenas. Torna-se ainda mais grave ao se constatar que a maior parte dos custodiados é composta por jovens, pretos, pardos e com baixa escolaridade (ensino fundamental incompleto). O crime de roubo e de tráfico de drogas são os responsáveis pela maior parte das prisões (BRASIL, 2019). A população encarcerada tende a aumentar quanto maior for a desigualdade social. O perfil dos encarcerados nos mostra pessoas em vulnerabilidade socioeconômica, já alvo de preconceitos de classe e cor, recebendo mais o estigma de criminoso ao adentrar para a prisão (ANDRADE; FERREIRA, 2015). Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública (BRASIL, 2019), o cerceamento temporário da liberdade não é uma medida simplesmente punitiva, torna-se essencial a reinserção social dos apenados e como base primordial para isso, o acesso à educação no sistema prisional, conforme estabelecido na Lei de Execução Penal -LEP (BRASIL, 1984). O acesso ao sistema educacional garante, além da remição da pena, novas perspectivas para o detento após sair da prisão. Contudo, o acesso à educação dentro das unidades prisionais no Brasil é irrisório. Pouco mais de 10% dos custodiados frequentam atividades educacionais (BRASIL, 2019), que contribuem substancialmente, para a escolarização e geração de renda. Dessa forma, o acesso e a ampliação a bens culturais, como estudos em educação e saúde, tornam-se elementos fundamentais para a proposta de ressocialização dos apenados.

Beneficiário
População em restrição de liberdade do presídio e APAC de Alfenas-MG