MUSEUS E PATRIMÔNIOS: EXPERIÊNCIAS DA UNIFAL-MG

Apresentação
Desde 2009, com o inicio das atividades do Museu da Memória e Patrimônio da Universidade Federal de Alfenas – MMP-UNIFAL-MG, ações de extensão tem sido desenvolvidas, tanto a nível de programas, projetos, cursos e eventos relativas ao tema dos museus e patrimônios. Atualmente, o Prédio A da UNIFAL-MG tem abrigado o Museu da Memória e Patrimônio – que possui três projetos de extensão e um evento anual regular – onde são desenvolvidas variadas atividades como cursos, exposições, e demais eventos vinculados as áreas de cultura e educação. A proposição desse programa visa dar continuidade as ações que já vem sendo desenvolvidas no museu conforme já apontado. Portanto, dando continuidade a todas as atividades desenvolvidas no MMP, a presente proposta tem como objetivo confluir tais ações de extensão visando potencializá-las em seu gerenciamento, cujo resultado é fomentar a importância dos museus e patrimônios para a cidade de Alfenas e Região, tendo como referência para tal a UNIFAL-MG.

Objetivos
- Propiciar um espaço de intercâmbio e trocas de saberes geradas pelas distintas ações museais e patrimoniais da UNIFAL-MG; - Promover a importância dos museus e patrimônios da UNIFAL-MG tanto para a comunidade acadêmica quanto externa.

Justificativa
Como Bourdieu aponta, por meio de investigações, a prática cultural de frequência a museus está associada aos níveis de instrução, primeiramente, e em segundo plano à origem social (BOURDIEU, 2013, p. 9). Apesar de o autor considerar a premissa de que museus fazem parte dos nossos costumes, a classe dominante via essa forma de museu tradicional como “seu privilégio exclusivo” e, “torna-lo mais acessível é, portanto, retirar-lhes algo, uma parcela do mérito dessas pessoas, uma parcela de sua realidade” (2007, p. 20; 2013, p. 215). No entanto, quando a classe dominante (que para Bourdieu é a classe burguesa) que reivindicava a posse dos museus aceitou todas as mudanças que visaram à entrada ou apropriação de outras classes sociais, o fizeram se dispondo a “entregarem aos outros seu museu [...] já que eram as únicas pessoas capazes de reivindicar sua posse”. Esse privilégio está inserido em um sistema educativo que reforça a importância dos museus como algo inerente a uma “necessidade cultural” (BOURDIEU, 2007, p. 69). Tanto a forma como as funções dos museus sofreram significativas mudanças ao longo de sua trajetória e isso tem se dado por uma demanda das diferentes sociedades ou comunidades que se apropriam desse fenômeno social. Apesar de o museu ser reivindicado primordialmente por um modelo de sociedade e um determinado estamento social, como apontamos acima, outros grupos e comunidades reivindicaram o museu para si. Na atualidade diferentes coletividades possuem seus próprios museus: grupos indígenas, quilombolas, comunidade LGBTQIA, entre outras; e os museus universitários: que de coleções científicas, reconhecidas mundialmente por sua importância, também tem dado um viés comunitário às suas ações. Nesse viés comunitário, os museus universitários têm promovido ações que visam não simplesmente à proteção de seus patrimônios ou sua difusão para a sociedade, mas a apropriação por parte da sociedade dessas coleções. Em outras palavras, intentamos transmitir às diferentes comunidades – externas e internas – que os museus universitários e seus patrimônios pertencem a elas, das quais poderão usufruir da melhor forma. Nesse sentido, ações de extensão têm sido primordiais não somente para fazer tal ponte, mas também para permitir que a comunidade participe na produção de novos conhecimentos museais e patrimoniais. No caso da UNIFAL-MG, ações de extensão voltadas para os museus e patrimônios têm sido realizadas desde 2008, por meio de cursos de capacitação (Oficinas de Educação em Museus, Elaboração de Projetos Museológicos, Expografia, entre outras; Curso de Introdução aos Museus e à Museologia); eventos (doze edições da Semana Nacional de Museus na UNIFAL-MG e seis edições da Primavera dos Museus); projetos de extensão que propiciam a participação comunitária na preservação e difusão de suas coleções (projeto “Planejando o Museu da UNIFAL-MG: a relação dos discentes com o Patrimônio e a Memória da UNIFAL-MG"), além da construção dos conceitos de museu e patrimônio no Sul de Minas Gerais (Projeto “Museu de cada um, patrimônios de todos nós: brincando de construir ideias sobre Museus e Patrimônios no Sul de Minas Gerais”). A intenção principal do programa aqui proposto é a de unir forças de ações que tem como objetivo em comum a participação das diferentes comunidades no (re)conhecimento e apropriação dos museus e patrimônios pertencentes à UNIFAL-MG, potencializando tais ações que são essencialmente extensionistas. Além da participação que tivemos no último ano do projeto “Museu das Rexistências”, que visa dar andamento ao projeto submetido à competição internacional em 2020 (Reimagining Museums for Climate Action), institucionalizando-o e fortalecendo, por meio de redes de contato e comunicação, sua constituição e concretização no Sul de Minas Gerais e além, este ano teremos um importante projeto na área de História oral, dimensão fundamental da memória e do resgate de parte da história institucional.

Beneficiário
Servidores, colaboradores e discentes da UNIFAL-MG; membros da comunidade externa, incluindo visitantes pertencentes a grupos agendados previamente, como instituições de ensino públicas e privadas, de todos os níveis de ensino, desde educação infantil até superior, da cidade de Alfenas e região.