DE OLHO NO PRODUTO

Apresentação
Em uma era de "digital influencers", diversos produtos chegam até o consumidor modificando seus hábitos de consumo. Em muitos casos, o "cientificamente comprovado" é usado de maneira perversa influenciando a decisão de compra. Contudo, a mesma ciência usada de forma a angariar lucros para uns, também pode ser usada para definir a qualidade ou não de um determinado produto. E um excelente lugar para iniciar a junção entre ciência, qualidade e produtos são os espaços não formais de ensino, que podem ajudar a contextualizar os conhecimentos de química e dissemina-los para as famílias. O projeto "De olho no produto" visa essa junção: os produtos que consumimos no dia a dia no passado e que estão no mercado atualmente serão analisados por meio de conhecimentos e experimentos químicos, despertando nos alunos o senso crítico, poder de escolha consciente além de motivar o estudo da ciência pela correlação entre o que se estuda com o cotidiano que se vive, focando a saúde e a sustentabilidade.

Objetivos
São objetivos específicos deste projeto: • Desenvolver em um espaço não formal de ensino temáticas que motivem os alunos à aprendizagem de conteúdos químicos; • Identificar junto aos professores em formação (alunos de licenciatura que aplicarão as práticas) conteúdos com maior dificuldade de aprendizagem pelos alunos; • Identificar junto aos alunos os aspectos que influenciam suas decisões de compra e como eles acreditam que a ciência pode ou não influenciar estas decisões; • Planejar e elaborar com os licenciandos, uma proposta de atividade, na forma de minicurso, que atenda aos dispostos nos itens anteriores; • Aplicar o minicurso desenvolvido junto as escolas visitantes; • Avaliar a potencialidade das ações desenvolvidas quanto à formação cidadã: • Colaborar com um desenvolvimento mais saudável e sustentável; • Contribuir para a formação docente dos acadêmicos dos cursos de licenciatura que atuarem no projeto.

Justificativa
Segundo os documentos oficiais, a abordagem dada ao conteúdo de Química deve ser no sentido de “letrar” o aluno de modo a fazer uma leitura de mundo a partir dos conceitos aprendidos na escola. Em muitos destes documentos, defende-se uma educação cientifica tecnológica crítica que significa fazer uma abordagem com uma perspectiva CTS, com a função social de questionar os modelos e valores de desenvolvimento cientifico e tecnológico em nossa sociedade. Uma pessoa letrada tecnologicamente tem condições de usar seus conhecimentos para examinar os pros e contra do desenvolvimento tecnológico, seus benefícios e seus custos e perceber o que esta por trás das forças políticas e sociais que orientam este desenvolvimento. Isso vai além do conhecimento técnico especifico sobre o uso da tecnologia que também se torna importante no mundo atual, dominado por tantos aparatos tecnológicos. Pode-se observar que, mais do que ensinar conteúdos, a escola deve ir além deste conhecimento, onde os alunos possam transportá-lo ao seu cotidiano, levando o aprendiz ao desenvolvimento de uma visão crítica, com capacidade de tomada de decisões e análise de tantas novas tecnologias em um mundo em constante transformação. O mesmo pode ser observado quando se analisa também os documentos oficiais do Governo do Estado de Minas Gerais (CBC 2007) também observa-se a menção de que a Química deve ser apresentada sobre o tripé: transformações químicas, materiais e suas propriedades e modelos explicativos. A este tripé agrega-se a contextualização que dê significado aos conteúdos e que facilite o estabelecimento de ligações com outros campos de conhecimento. A aprendizagem de Química, nessa perspectiva, enfatiza situações problemáticas reais de forma crítica, permitindo ao aluno desenvolver capacidade como interpretar e analisar dados, argumentar, tirar conclusões, avaliar e tomar decisões. Não se procura uma ligação artificial entre o conhecimento e o cotidiano, restringindo-se a exemplos apresentados apenas como ilustração ao final de algum conteúdo; ao contrário, o que se propõe é partir de situações problemáticas reais e buscar o conhecimento necessário para entendê-las e solucioná-las. Baseado nisso, percebe-se uma tendência ao abandono do ensino tradicional, com conteúdos informativos dando lugar a conteúdos formativos. Pretende-se desenvolver no aluno uma formação crítica, atenta a realidade que o cerca, capaz de fazer uma leitura deste mundo em transformação, tomando decisões conscientes sobre as diversas e crescentes “modas” que o atinge diariamente. Entretanto, o ensino praticado nas nossas escolas e os materiais didáticos utilizados tem evoluído para atender esta demanda? Além disso, será que os temas abordados nestes materiais didáticos realmente motivam e estão alinhados aos interesses de nossos alunos? Espaços não formais de ensino/aprendizagem não poderiam ser utilizadas com maior frequência para complementar e motivar a maneira tradicional de ensino? Uma proposta que responsa estas questões é um dos objetivos desta ação de extensão, assim como, contribuir de maneira significativa para a formação docente dos licenciando das UNIFAL-MG envolvidos no projeto.

Beneficiário
Os beneficiários serão especialmente alunos e familiares que estarão diante de um ensino que priorize uma formação crítica, reflexiva e questionadora tão necessária nos dias atuais mas também, todos os licenciando que atuarão no projeto devido a possibilidade única de pratica docente com atendimento