GRUPO DE ESTUDOS "HISTÓRIA E MODERNIDADE EM WALTER BENJAMIN"

Apresentação
Este trabalho de estudos consiste na investigação dos conceito de história e de modernidade de Walter Benjamin (2009). Mostraremos, com o desenvolvimento da grupo de estudos, como Benjamin preenche o seu mosaico histórico/imagético sobre a modernidade. Entre as imagens recolhidas pelo pensador ao longo de sua produção teórica s, tomaremos duas como representantes das principais configurações dos conceitos benjaminianos de história e de modernidade, a saber, a imagem da catástrofe como o contínuo da história e a imagem do poeta francês Charles Baudelaire, ambas consideradas em um viés que prioriza a constituição alegórica do pensamento de Benjamin.

Objetivos
1) a investigação das imagens dialéticas de Paris no século XIX; 2) o entendimento das imagens de nouveatué e o eterno retorno do arcaico. 3) o exame das imagens do sonho coletivo – passagens, techné, intérieurs, fantasmagorias, fetichismo e mercadorias;4) reflexões sobre as imagens baudelairianas - a alegoria, a multidão, o choque, o flâneur, a prostituição e a boêmia; 5) as definições dos conceitos de imagem de sonho e imagem dialética e as suas relações com o processo histórico; 6) examinar os escritos benjaminianos que atuam como aporte reflexivo para as noções de história, memória e linguagem.

Justificativa
Tocando mais pontualmente no aspecto teórico, acrescentamos que a retomada da reflexão sobre o conceito benjaminiano de história e de modernidade é justificável e ressalta a importância dessa proposta de estudos pelo seguinte: No âmbito da teoria da história: a) o embate com noções pouco comentadas da obra do pensador berlinense, como a noção de dialética da imobilidade e o controverso conceito de imagem-dialética; b) a importância do aspecto historiográfico da filosofia de Benjamin, que serviu de base para a consolidação de outras importantes historiografias, como, por exemplo, a do historiador Reinhard Koselleck e as reflexões de Giorgio Agamben sobre o papel da experiência. No âmbito da modernidade: Benjamin investigará o imaginário do século XIX para apontar a criação de um novo modo de percepção da realidade no início do século XX. O novo modo de perceber a realidade caracteriza-se pela modificação do paradigma de percepção da realidade, ou seja, com o avanço do progresso tecnológico é possível avistar a possibilidade de que este nível de progresso suavize a luta pela sobrevivência humana. Mas, ao contrário, o que realmente acontece é o fenômeno de elevação do progresso tecnológico a tal ponto que, ao invés de libertar o ser humano, acaba por escravizá-lo ainda mais, tornando-o refém das máquinas que construiu. Deste modo, caberá aos estudos compreender como o progresso técnico e econômico modificou as estruturas da antiga sociedade, ocasionado uma inflexão radical na forma de ver o mundo, na qual o sujeito do nascente mundo moderno é colocado diante do capitalismo - um sistema auto regulado que o sujeito é incapaz de dominar – e o percebe como visão mística de uma segunda natureza, conforme expressão de Lukács. O mundo da técnica, apropriado pelo capitalismo, alcança um estado de mistificação – fruto da obscuridade de seu processo técnico -, e as relação comerciais mediadas pela mercadoria alcançam status de fetiche.

Beneficiário
Alunos e funcionários da Universidade Federal de Alfenas (Unifal-MG) que se interessem pelo tema. Comunidade Exterior que se interesse pelo tema.