REDE PSI

Apresentação
A presente proposta intitulada Rede Psi tem como objetivo fomentar espaço de discussão quanto à atuação do psicólogo escolar e educacional no ensino superior, por meio da consolidação de um espaço crítico-reflexivo para psicólogos e psicólogas que atuam em Instituições de Ensino Superior Públicas localizadas no Sul de Minas Gerais. Esperamos que a Rede Psi possibilite a todas e todos os envolvidos compartilhar experiência que favoreçam a apropriação de premissas que fundamentam essa atuação institucional, por meio de um enfoque de atuação diferenciado diante dos desafios atuais, constituindo-se a partir de um repertório teórico, conceitual e metodológico que contribua para leituras e ações no contraponto às práticas e concepções hegemônicas, tradicionais e excludentes que permeiam o contexto da Educação Superior e a atuação tradicional da Psicologia na Educação.

Objetivos
Objetivo geral: Fomentar espaço de discussão quanto à atuação profissional do psicólogo frente às demandas de acesso, permanência e desenvolvimento de estudantes na Educação Superior. Objetivos específicos: Contribuir para o fortalecimento da identidade profissional do psicólogo escolar e educacional atuante nas IFES do Sul de Minas Gerais. Colaborar para a integração dos profissionais psicólogos escolares e educacionais das IFES do Sul de Minas Gerais. Compartilhar conhecimentos sobre a rotina, os procedimentos e atividades desenvolvidas pelos serviços de apoio psicológico das IFES do Sul de Minas Gerais. Identificar as principais demandas direcionadas aos serviços de apoio psicológico das IFES participantes. Conhecer os desafios e potencialidades experimentados pelos psicólogos nas Instituições de Educação Superior do Sul de Minas Gerais.

Justificativa
A Educação Superior no Brasil tem apresentado um cenário dinâmico de expansão e democratização nos últimos 15 anos. Muitos foram os marcos político-pedagógicos que favoreceram essa massificação, desde o início dos anos 2000. Essas políticas buscaram a promoção do maior acesso para a Educação Superior no Brasil, gerando benefícios, incentivando a formação de profissionais mais qualificados e contribuindo para o desenvolvimento da economia brasileira. Esses aspectos também estão presentes na carta de intenções políticas publicada pelo Plano Nacional de Educação (PNE), vigente desde 24 de junho de 2014, que prevê metas e estratégias para o futuro educacional do país até 2024 (Brasil, 2014). O documento compromete-se com todos os níveis de educação do país, da Educação Infantil até a Pós-graduação, projetando ações específicas para a redução das desigualdades e inclusão de minorias dos diferentes contextos educacionais (Brasil, 2014). No que se refere aos indicadores previstos para a Educação Superior no PNE 2014/2024, duas metas com previsão de conclusão até 2024 se tornam centrais para a temática deste capítulo. A primeira anuncia elevar a taxa de matrícula na educação superior para 50% da taxa bruta de matrículas, e a taxa líquida para 33% da população de 18 a 24 anos, prevendo que, pelo menos, 40% de novas matrículas sejam realizadas na Educação Superior pública [e, a segunda] elevar gradualmente a taxa de conclusão média dos cursos nas universidades federais para 90% (Brasil, 2014). No entanto, ambas as metas encontram-se, ainda, muito distante da realidade em nosso país. O Censo da Educação Superior (MEC & INEP, 2018) apontou que, em 2018, foram ofertadas 13.529.101 vagas; no entanto, dessas foram ocupadas 8.450.755. Atualmente, o país tem esse total de estudantes matriculados em cursos presenciais (6.394.244) e a distância (2.056.511), nas 2.537 Instituições de Educação Superior (IES) – 2.238 privadas (88,2%) e 299 instituições públicas (11,8%) (MEC & INEP, 2018). Além das vagas ociosas, outros indicadores refletem o desafio das metas propostas pelo PNE (Brasil, 2014): o aumento de matrículas está muito aquém do necessário e concentrado na rede privada (6.373.274 de estudantes, pelo Censo de 2018); há muita inadimplência nas IES privadas; a qualidade acadêmica necessária à formação competente e comprometida socialmente nem sempre acompanha a velocidade da oferta. No entanto, o aumento quantitativo de vagas e acesso é apenas uma das faces da ‘democratização’ da Educação Superior; é necessário buscar-se uma inclusão real, com permanência digna, especialmente para aqueles estudantes vulneráveis socialmente. Em nosso entendimento, é importante que se tenha uma análise crítica desse cenário de massificação da Educação Superior, especialmente considerando-o como fértil contexto para o desenvolvimento psicológico. Nesse sentido, defende-se que a atuação da Psicologia Escolar na Educação Superior pode adquirir importante função não só para o acompanhamento dos processos de aprendizagens e desenvolvimento humano adulto, mas, principalmente, para mediar ações intencionalmente planejadas na construção de competentes trajetórias de formação acadêmica e profissional, com autonomia, emancipação, reflexão e exercício político para a participação social. Para tanto, a presente proposta intitulada Rede Psi tem como objetivo fomentar espaço de discussão quanto à atuação do psicólogo escolar e educacional no ensino superior, por meio da consolidação de um espaço crítico-reflexivo para psicólogos e psicólogas que atuam em Instituições de Ensino Superior Públicas localizadas no Sul de Minas Gerais.

Beneficiário
Profissionais psicólogos escolares e educacionais das IFES do Sul de Minas Gerais