CERIMONIA DA LÂMPADA – UM RITO DE PASSAGEM

Apresentação
Quando pensamos em enfermagem ou enfermeiro, evocamos códigos, imagens, representações que, dadas a priori, nos permitem reconhecer pessoas, abstrair conceitos, visualizar lugares, paisagens e legitimá-las como tal. A prática do ritual de formatura de curso de graduação é uma manifestação cerimonial do sentimento de respeito entre seres humanos-formandos, para obtenção do grau de bacharel numa profissão, promovida por uma instituição de ensino superior em sessão solene por uma rígida ordem ritualística. Nesse sentido, os rituais de formatura seguem um percurso peculiar, haja vista que possuem um método e uma forma específica de manifestação dos valores coletivos. Uma vez fixada à simbologia um ritual, sua eficácia dependerá da repetição do rito a cada grupo de formandos. A passagem da lâmpada, do tipo grega, foi introduzida enquanto ritual de formatura pela Escola de Enfermeiras do Departamento Nacional de Saúde Pública como símbolo da implantação da Enfermagem moderna no país.

Objetivos
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Justificativa
A enfermagem atualmente é profissão autônoma com valores e conhecimentos científicos próprios (IGOR, 2010), em que a construção de uma ciência e o ensino em enfermagem são fundamentais na formação da identidade da profissão (LUNARDI FILHO, 1997). A lamparina grega ou lucerna, popularmente conhecida como “lâmpada do Aladin”, é utilizada mundialmente como símbolo da enfermagem, e por este simbolismo, este rito institucional no final do curso é considerado um dos momentos mais importantes e emocionantes da Colação de Grau dos alunos da Enfermagem, sendo realizado todos os anos, pois nele a formanda, denominada “Dama da Lâmpada”, que (...), passa a lâmpada acesa, para sua caloura, (...) e durante essa passagem, a Dama da Lâmpada fala em seu juramento: “Entrego-te esta lâmpada, que deverás manter acesa como está mantida acesa a chama dos seus ideais”, e ao recebê-la, a caloura responde: “Prometo fazer tudo o que estiver em meu poder para manter e elevar os ideais da minha profissão” (LUCHESI, 2021). Esse juramento original, foi localizado nos escritos de Ferreira-Santos (1976) e mantém-se idêntico até os dias atuais. O juramento remete ao trabalho de Florence Nightingale durante a Guerra da Criméia. O juramentista pode representar os(as) demais formandos(as) portando uma lâmpada em sua mão esquerda durante o juramento. Esta lâmpada deve ser acesa com auxílio do(a) patrono(a) e/ou paraninfo(a), já que o grau de Bacharel em Enfermagem ainda não foi conferido aos(às) formandos(as), e apagada imediatamente após o juramento. Durante a cerimônia de colação de grau, especificamente durante os atos do acender e do apagar da Lâmpada Mestre, o(a) dirigente da sessão solicita a todos(as) os(as) enfermeiros(as) presentes que permaneçam de pé, em respeito ao momento. Este breve ritual além de nos remeter aos primórdios da História da Enfermagem com Florence Nigthingale, também simboliza o desejo de que a chama ilumine o caminho a ser trilhado pelos(as) novos(as) profissionais enfermeiros(as) que ali concretizam o sonho da conclusão do curso. No ritual de formatura, a Dama da Lâmpada é um emblema atribuído à aluna de maior destaque da turma durante a graduação, tendo-se como parâmetros os trabalhos escritos, atividades práticas perante a avaliação dos professores e colegas de turma. A influência deste emblema reside na propagação da imagem de um modelo de profissional a ser seguido (ARAÚJO, 2002). A passagem da lâmpada, “chama do cuidado”, símbolo da profissão de enfermeiro, é o compromisso firmado para que seja perpetuado ao longo do curso e da vida profissional de mantê-la sempre acesa. O Juramento, construído por Florence Nightingale apresenta o pacto da enfermeira com a profissão, seu compromisso com o indivíduo/humanidade, com a equipe/profissão no sentido de preservar a vida das pessoas sob seus cuidados.

Beneficiário
Alunos do 9º e 6º períodos do curso, Enfermeiros das instituições conveniadas, alunos de pós-graduação e docentes de Enfermagem