MODULADOR

Apresentação
A IASP (Internatinal Association for the Study of Pain – 1986) define a dor como uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada com o atual ou potencial dano em tecidos, acompanhando o ser humano desde o início da civilização. Melzack (1971) afirma que há fortes influências culturais sobre a dor e sua representação, compreendendo um mecanismo sensorial importante para o ser humano, com finalidade protetora e de preservação para o corpo, fazendo com que o indivíduo reaja para remover o estímulo álgico. O projeto de extensão objetiva-se ao atendimento especializado à população portadora de dor crônica, na Universidade Federal de Alfenas em área de fisioterapia, farmácia, nutrição, enfermagem e medicina, abrangendo-se as atividades tanto de extensão como pesquisa e ensino. O Projeto ModulAdor vincula o ensino, pesquisa e extensão à medida que coloca em prática os conhecimentos teóricos adquiridos em sala de aula para o atendimento especializado da comunidade.

Objetivos
I- Colaborar a para a concretização de uma educação em saúde e dor, criando uma estrutura funcional, protocolos clínicos de avaliação e de tratamento. II- Sugerir discussões sobre noções básicas de dor no sentido da inclusão de alunos da área da Saúde (medicina, enfermagem, odontologia, fisioterapia, nutrição e farmácia), . III- Qualificar e habilitar profissionais de saúde, na área de dor.

Justificativa
Dentre vários compromissos do Projeto ModulaDor, está o de disseminar os conhecimentos, criar e desenvolver métodos de avaliação e tratamento mais adequados para cada patologia, incentivar as pesquisas e a assistência aos portadores de dor. Qualquer intervenção que promova melhora na condição patológica do paciente será monitorada e utilizada, com os devidos preceitos éticos, em trabalhos apresentados em simpósios e congressos relacionados à área. Deve se apontar que esse projeto atende uma demanda não contemplada nos cursos da Saúde da UNIFAL-MG do ponto de vista de teoria e prática e é vinculada também a uma disciplina optativa do curso de fisioterapia, Dor em Graduação para Fisioterapia. A experiência com a dor crônica pode ter sérias repercussões para o bem-estar psicológico, social e econômico dos pacientes. A prevenção da dor e a busca imediata pela sua causa são fundamentais para evitar a sua cronicidade. Da mesma forma, o controle da dor crônica não depende somente do tratamento dos sintomas, mas também da identificação e modificação das condições que favorecem o seu aparecimento. Essas condições referem-se aos fatores emocionais, ambientais e comportamentais, caracterizando o estilo de vida de cada indivíduo. Diante disso, é de grande importância a formação de uma equipe interdisciplinar para o seu tratamento, de forma a contemplar essa abrangência, onde o paciente e os profissionais das diversas áreas compartilham as decisões e a responsabilidade sobre o seu andamento. A dor é uma entidade sensorial múltipla que envolve aspectos emocionais , sociais , culturais , ambientais e cognitivos. Essa "entidade" possui um caráter muito especial , que vai variar de pessoa para pessoa , sob influência do aprendizado cultural , do significado atribuído à situação em experiências anteriores vividas e recordações destas, bem como nossa capacidade de compreender suas causas e conseqüências. A dor invoca emoções e fantasias, muitas vezes incapacitantes , que traduzem o sofrimento , incerteza , medo da incapacidade, da desfiguração e da morte , preocupação com perdas materiais e sociais são alguns dos diferentes componentes do grande contexto dos traços que descrevem a relação doente com sua dor. Por sofrer dessas várias e essencialmente individuais influências, não se pode traçar uma relação constante e previsível entre a dor e lesão orgânica, apesar de essa relação parecer, geralmente, tão evidente. Há muitas situações onde a relação entre a intensidade da dor e a gravidade de uma lesão não existe , ou a lesão pode ocorrer sem dor ou a dor sem lesão orgânica notável. Observa-se casos , por exemplo , de lesões sem dor onde o valor adaptativo da dor é perdido , porque não se consegue assegurar as reações necessárias para se prevenir inflamações e/ou infecções . Pacientes que não sentem dor adicionam freqüentemente novas agressões às suas lesões, chegando não raro a mostrar quadros clínicos extremamente graves. Apesar do grande desenvolvimento observado , nos últimos anos , no campo do conhecimento sobre a fisiopatologia da dor , alguns estudos revelam que, em várias situações clínicas, o fenômeno doloroso não é adequadamente controlado pois , frequentemente , muitos dos componentes não-nociceptivos do sofrimento (limitações nas atividades diárias , profissionais, sociais e familiares, o comprometimento do ritmo do sono, do apetite e do lazer) não são enfocados e tratados.

Beneficiário
Acadêmicos da UNIFAL-MG, funcionários terceirizados e servidores da UNIFAL-MG encaminhados via CIAS-UNIFAL. Comunidade externa da UNIFAL-MG através do encaminhamento pelo ambulatório de neurologia da Santa Casa de Alfenas e Unidades de Saúde.