LIVRES E CONECTADOS: COMPREENDENDO AS PILHAS E BATERIAS RESPONSÁVEIS POR ESSA LIBERDADE.

Apresentação
O atual mundo dinâmico não permite que paremos nossos afazeres para nos comunicar. A telefonia fixa foi aos poucos sendo substituída pela telefonia móvel onde mesmo viajando, podemos nos comunicar, fazer negócios, estudar etc. Mas como ocorre essa liberdade? As novas tecnologias demandam aparelhos mais robustos, rápidos, leves, e com baterias duradouras. Assim, muitas pesquisas buscam por componentes mais eficientes, sustentáveis e baratos. Mas será que todos conhecem as pilhas e baterias que usamos? E as que compramos por um preço menor, mas com qualidade duvidosa? E em relação ao descarte: As pessoas sabem como fazê-lo? O projeto "Livres e conectados" visa essa junção: Compreender, por meio de conceitos e experimentos químicos, as pilhas e baterias que usamos, ao mesmo tempo despertar nos alunos o senso crítico, poder de escolha consciente além de motivar o estudo da ciência pela correlação entre o que se estuda com o cotidiano que se vive, focando a saúde e a sustentabilidade.

Objetivos
O objetivo desse projeto é construir junto aos alunos os conceitos químicos e tecnológicos de pilhas e baterias, abordando aspectos ligados a composição, descarte, meio ambiente, segurança, etc. São objetivos específicos deste projeto: • Desenvolver em um espaço não formal de ensino, temáticas que motivem os alunos à aprendizagem de conteúdos químicos; • Identificar, a partir dessa temática, conteúdos com maior dificuldade de aprendizagem pelos alunos; • Identificar junto aos alunos e visitantes aspectos que influenciam suas decisões de compra e como eles acreditam que a ciência pode ou não influenciar estas decisões; • Planejar e elaborar com os licenciandos, as propostas de atividade, que atenda aos dispostos nos itens anteriores; • Aplicar a atividade desenvolvida junto às escolas e visitantes; • Avaliar a potencialidade das ações desenvolvidas quanto à formação cidadã: • Colaborar com um desenvolvimento mais saudável e sustentável; • Contribuir para a formação docente dos acadêmicos que atuarem no projeto.

Justificativa
Segundo os documentos oficiais, a abordagem dada aos conteúdos de Ciências – ao qual inclui a Química – deve ser no sentido de “letrar” o aluno para que este possa fazer uma leitura de mundo a partir dos conceitos aprendidos na escola. Em muitos destes documentos, defende-se uma educação cientifica tecnológica crítica que significa fazer uma abordagem com uma perspectiva CTS, com a função social de questionar os modelos e valores de desenvolvimento cientifico e tecnológico em nossa sociedade. Uma pessoa letrada tecnologicamente tem condições de usar seus conhecimentos para examinar os pros e contra do desenvolvimento tecnológico, seus benefícios e seus custos e perceber o que está por trás das forças políticas e sociais que orientam este desenvolvimento. Isso vai além do conhecimento técnico especifico sobre o uso da tecnologia que também se torna importante no mundo atual, dominado por tantos aparatos tecnológicos. Pode-se observar que, mais do que ensinar conteúdos, a escola deve ir além deste conhecimento, onde os alunos possam transportá-lo ao seu cotidiano, levando o aprendiz ao desenvolvimento de uma visão crítica, com capacidade de tomada de decisões e análise de tantas novas tecnologias em um mundo em constante transformação. O mesmo pode ser observado quando se analisa também os documentos oficiais do Governo do Estado de Minas Gerais (CBC 2007) também observa-se a menção de que a Química deve ser apresentada sobre o tripé: transformações químicas, materiais e suas propriedades e modelos explicativos. A este tripé agrega-se a contextualização que dê significado aos conteúdos e que facilite o estabelecimento de ligações com outros campos de conhecimento. A aprendizagem de Química, nessa perspectiva, enfatiza situações problemáticas reais de forma crítica, permitindo ao aluno desenvolver capacidade como interpretar e analisar dados, argumentar, tirar conclusões, avaliar e tomar decisões. Não se procura uma ligação artificial entre o conhecimento e o cotidiano, restringindo-se a exemplos apresentados apenas como ilustração ao final de algum conteúdo; ao contrário, o que se propõe é partir de situações problemáticas reais e buscar o conhecimento necessário para entendê-las e solucioná-las. Por outro lado, considerando documentos mais recentes como a Base Nacional Comum curricular (BNCC, 2022) recentemente implementada, tem-se em trecho deste documento: "é preciso levar em conta as vivências cotidianas dos estudantes do Ensino Médio – impactados de diferentes maneiras pelos avanços tecnológicos, pelas exigências do mercado de trabalho, pelos projetos de bem viver dos seus povos, pela potencialidade das mídias sociais, entre outros". Isso nos indica que a interrelação entre o que se estuda na escola, com as aplicações no cotidiano destes saberes escolares foi e tem sido um norte que se espera para a formação em Educação básica praticada em nossas escolas. Diante disso, percebe-se uma tendência ao abandono do ensino tradicional, com conteúdos informativos dando lugar a conteúdos formativos. Pretende-se desenvolver no aluno uma formação crítica, atenta a realidade que o cerca, capaz de fazer uma leitura deste mundo em transformação, tomando decisões conscientes sobre as diversas e crescentes “modas” que o atinge diariamente. Entretanto, o ensino praticado nas nossas escolas e os materiais didáticos utilizados tem evoluído para atender esta demanda? Além disso, será que os temas abordados nos materiais didáticos realmente motivam e estão alinhados aos interesses de nossos alunos? Espaços não formais de ensino/aprendizagem não poderiam ser utilizadas com maior frequência para complementar e motivar a maneira tradicional de ensino? Uma proposta que responda a estas questões é um dos objetivos desta ação de extensão, assim como, contribuir de maneira significativa para a formação dos graduandos envolvidos no projeto.

Beneficiário
Os beneficiários serão especialmente alunos e visitantes que estarão diante de um ensino que priorize uma formação crítica, reflexiva e questionadora tão necessária nos dias atuais e também graduandos que atuarão no projeto com a possibilidade de estabelecer prática docente em espaços não formais.