ORQUÍDEAS NATIVAS BRASILEIRAS: BANCO DE GERMOPLASMA DA UNIFAL-MG

Apresentação
Nos poucos fragmentos de florestas que restaram na região, as coletas de orquídeas aumentam a pressão em cima das populações das plantas que conseguiram sobreviver, comprometendo sua conservação a longo prazo. No entanto, os aficionados e colecionadores possuem uma visão bastante distorcida sobre a real função das flores na natureza. As orquideas constituem excelentes bioindicadores, pois são sensíveis às interferências em matas primárias em virtude da ocupação de nichos especializados. Baseado nesses fatos pretendemos cultivar e reproduzir espécies de orquídeas nativas brasileiras, na condição in vitro e ex vitro, com a finalidade de educação ambiental e montar um banco de germoplasma. As atividades planejadas serão amplamente divulgadas com o intuído de conscientizar toda a comunidade em proporcionar uma Universidade voltada para o futuro, mas preocupada com as questões ambientais e preservação da flora e fauna nativas

Objetivos
i. Projetar e implantar um orquidario para cultivar as espécies nativas brasileiras para auxiliar na conservação e educação ambiental. ii. Organizar visitas guiadas e atividades específicas que promovam a compreensão e inserção do público interessado acerca destas especies. iii. Utilizar o orquidario como ferramenta didática para experiências de educação ambiental e percepção dos sentidos, principalmente: iv. Apresentar noções de cultivo consciente, expondo o problema do comércio de plantas nativas (retiradas do habitat) e com o uso de materiais alternativos, sem o uso de substratos extraídos de forma ilegal da natureza. v.Criar um banco de germoplasma de órquideas nativas, com o objetivo de conservar, produzir, viabilizar a troca de germoplasma de acessos nativos.

Justificativa
A construção de um orquidario na UNIFAL-MG será importante para apresentar e envolver os cidadãos as espécies que são nativas brasileiras e seu papel ecológico. Além disso, o orquidario será importante também para cultivar, conservar, reproduzir e abastecer o projeto de reintrodução dessas espécies nas escolas e em remanescentes da região. A Educação Ambiental é um tema muito discutido atualmente devido ao fato de se perceber a necessidade de uma melhoria do mundo em que vivemos, pois é facilmente notado que estamos regredindo cada vez mais em nossa qualidade de vida de um modo geral, nos deixando levar por nossas obrigações diárias (GUEDES, 2006). A escola é um espaço privilegiado para estabelecer conexões e informações, como uma das possibilidades para criar condições e alternativas que estimulem os alunos a terem concepções e posturas cidadãs, cientes de suas responsabilidades e, principalmente, perceberem-se como integrantes do meio ambiente. A educação formal continua sendo um espaço importante para o desenvolvimento de valores e atitudes comprometidas com a sustentabilidade ecológica e social (LIMA, 2004). Estima-se que a Floresta Atlântica abrigue algo em torno de 4.000 espécies de epífitas vasculares (KERSTEN, 2010; MYERS et al., 2000). As epífitas podem ser definidas como um grupo de plantas que utilizam outras plantas como suporte mecânico, desenvolvendo todo seu ciclo de vida ou parte dele sem nenhuma dependência física do solo (BENZING, 1990). Devido ao seu hábito ecológico e a falta de conexão com o solo, as epífitas são particularmente sensíveis a mudanças ambientais provocadas por atividades antrópicas, podendo sofrer severas limitações em seu crescimento, sobrevivência e persistência de populações em habitats secundários (KÖSTER et al., 2009). São, portanto, descritas como espécies indicadoras do estado de conservação florestal (ZOTZ; BADER, 2011). As orquídeas e bromélias, despertam grande interesse por parte de aficionados, no entanto, alguns possuem uma visão bastante distorcida sobre a real função das flores na natureza. Nos poucos fragmentos de florestas que restaram na região, as coletas de orquídeas e bromélias ilegais e indiscriminadas aumentam a pressão em cima das populações das plantas que conseguiram sobreviver, comprometendo sua conservação a longo prazo. Não há como recuperar e nem mesmo reparar o desaparecimento de uma espécie e os serviços ambientais oferecidos por ela. Em um bioma tão degradado quanto o da Mata Atlântica, a diversidade florística é essencial para manutenção do ecossistema, porém em muitos lugares, ela ainda é alvo constante de biopirataria e coleta predatória de plantas ornamentais (NATAL, 2008). Baseado nesses fatos pretendemos cultivar e reproduzir espécies de epífitas, principalmente orquídeas e bromélias nativas da região de Alfenas com a finalidade de educação. O projeto pretende realizar aulas de educação ambiental com escolas de ensino médio e fundamental da região. As atividades a serem realizadas serão amplamente divulgadas entre docentes, alunos e funcionários com o intuído de conscientizar toda a comunidade em proporcionar uma Universidade voltada para o futuro, mas preocupada com as questões ambientais e preservação da flora e fauna nativas.

Beneficiário
O projeto beneficiará principalmente as crianças e jovens de escolas públicas (estaduais e municipais) e privadas do município de Alfenas, assim como os discentes de graduação da UNIFAL-MG. Paralelamente, o orquidario poderá ser aberto a outros interessados se houver demanda.