CONVERSAS MATEMÁTICAS

Apresentação
Este projeto é uma continuidade do que está sendo desenvolvido desde 2017 com pessoas idosas. Nele, partimos da importância dos conhecimentos matemáticos para as tomadas de decisões diante de situações do dia a dia, para o estímulo do raciocínio e da memória e para a inclusão social. Nesta versão, continuaremos com a proposta de oficinas semanais e interações digitais por meio de um grupo do WhatsApp. A metodologia empregada nas oficinas será a proposição de diferentes atividades (jogos, materiais manipulativos, investigações matemáticas), a criação de materiais e jogos, e oficinas feitas pelos/as participantes sobre a matemática em seu dia a dia. Haverá reuniões semanais da equipe para discussões teóricas e elaboração e relato das atividades. Como resultado, espera-se que o projeto possa continuar favorecendo a troca de experiências entre os extensionistas e participantes, as discussões sobre matemática do ponto de vista da matemática e do cotidiano e o exercício do pensar.

Objetivos
1. Promover atividades que envolvam pessoas idosas em situações que requeiram a tomada de decisão com base em análise matemática. 2. Promover atividades lúdicas envolvendo desafios matemáticos. 3. Promover atividades envolvendo o raciocínio matemático. 4. Estimular oficinas pelas/os idosas/os sobre a matemática no dia a dia delas/es.

Justificativa
A população idosa do Brasil tem crescido e essa é a tendência para os próximos anos, pelas constantes divulgações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), como a notícia de que em 2012 a população idosa era de 11,3% em relação a população do Brasil, e que em 2021 passou para 14,7% (IBGE, 2022) O Estatuto da Pessoa Idosa prevê, em seu artigo 20º que “A pessoa idosa tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões, espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade“ (BRASIL, 2003), sendo que no artigo 25º é dito que “As instituições de educação superior ofertarão às pessoas idosas, na perspectiva da educação ao longo da vida, cursos e programas de extensão, presenciais ou a distância, constituídos por atividades formais e não formais.” (idib.). Nós, do projeto Conversas Matemáticas, nos inserimos nas políticas de desenvolvimento de ações educativas para e com pessoas idosas na perspectiva da educação não formal, mas com o objetivo de fomentar conversas que envolvam, de certo modo, matemática, que pode ser pensada como diferentes modos de produção de significados (LINS, 1999). Essas ações têm sido desenvolvidas por meio de diferentes estratégias como manipulação de materiais, investigações matemáticas e jogos. Ao longo dos anos temos produzido textos trazendo alguns resultados obtidos com o desenvolvimento do projeto. Em Silva, Silva e Julio (2019) e em Lopes et al. (2020) discutimos sobre o engajamento de idosas em algumas atividades (por exemplo, razão áurea, sequência de Fibonacci e poliminós) na qual temos visto o aceite delas em realizar investigações matemáticas. O desenvolvimento do projeto, em 2018 e em 2020 (durante a pandemia), e a avaliação dele pelas idosas foram discutidos em Julio e Silva (2019a, 2019b) e em Lopes et al. (2021). Mesmo sendo um projeto destinado a idosos/as, ele nos forma e é sobre esta formação inicial e continuada que discutimos em Julio e Silva (2022) e Silva, Silva e Julio (2021). No aspecto da formação, as atividades desenvolvidas com idosos/as tem influenciado participantes do projeto, como os ex-licenciandos, hoje professores, em suas práticas de sala de aula na Educação Básica, tendo em vista que elas foram elaboradas em um paradigma diferente do ensino tradicional vigente, baseado no ensino de conteúdos matemáticos e depois a realização de exercícios no modelo “calcule”. Todo esse trajeto evidencia a importância da continuidade do projeto. Mas, o que mais justifica a continuidade dele é o pedido das próprias idosas que se sentem pertencidas a um grupo que antes se reuniam todas as quartas-feiras e depois começaram a interagir em um grupo do WhatsApp, na qual podem se expressar, e se sentem ativas, pelas atividades que desenvolvemos. Outra justificativa é que essas atividades podem significar outro modo de trabalhar educação matemática por futuros professores, fomentando outros modos de ver matemática e a formação de professores para atuar com diferentes públicos com diferentes histórias de vida e visão de mundo.

Beneficiário
Pessoas idosas.