| Resumo: | A Leishmaniose é uma doença tropical negligenciada, causada por diferentes espécies do gênero Leishmania, que são extremamente comuns em países tropicais e subtropicais, apresentando um espectro de lesões que podem variar desde simples lesões cutâneas de cicatrização espontânea até as formas viscerais letais. O tratamento atual é baseado em compostos antimoniais pentavalentes, porém estes possuem alta toxicidade, graves efeitos colaterais, alto custo, dificuldades de administração, recusa dos pacientes ao tratamento e surgimento de cepas resistentes. Desta forma, é essencial a busca de novos agentes leishmanicidas utilizando modelos adequados de estudos. Os compostos a serem testados neste projeto são os derivados da Miltefosina (compostos 4 e 11). A miltefosina é utilizada em alguns países para o tratamento da leishmaniose visceral, com poucas informações sobre seu mecanismo de ação, justificando seu estudo. Para isto utilizamos a seguinte metologia: Fez-se o cultivo dos parasitas (formas promastigotas) de L. amazonensis e L. brasiliensis, em meio Schineider, pH 6.9, mantido em BOD (26°C) durante 10 dias. Após isso foi realizada a contagem em câmara de Neubauer e ajustado a concentração para 1x105 parasitas/mL. A cultura foi mantida a 37oC e 5% de CO2, meio Schneider ph: 5.5 por 5 dias. Essas são as condições necessárias para a conversão da forma promastigota para amastigota axênica. No 4º dia foi realizado o teste dos compostos, em placas de cultura de 24 poços. Os compostos testados foram solubilizados em dimetilsulfóxido (DMSO) e incubados em estufa de CO2 por 72 horas. Após a incubação, os parasitas sobreviventes foram contados em câmara de Neubauer e comparados com os controles para a determinação da concentração inibitória de 50% de crescimento (IC50). O DNA será extraído utilizando o kit de extração de DNA QIAamp Mini Kit (Qiagen), posteriormente será feita a extração de RNA usando kits de extração com posterior transformação em cDNA, que será amplificado em PCR em tempo real para a quantificação da carga parasitária. Com a execução deste trabalho espera–se padronizar o cultivo de amastigotas axênicos juntamente com a avaliação da atividade leishmanicida dos derivados da Miltefosina. Espera-se ainda avaliar a citotoxicidade dos compostos frente a células da linhagem J774 infectados com L.amazonensis e L. braziliensis. Até o presente momento conseguiu-se a conversão de promastigota para amastigota axênica (sem a utilização de macrófagos), fez-se o teste com o composto e a contagem de cada poço em câmara de Neubauer. |