| Resumo: | Na Europa no tempo moderno, houve uma violenta luta de caça as feiticeiras, que em sua maioria eram mulheres, acusadas de possuírem pacto com o Diabo. Essa prática de perseguição a bruxaria existente desde a Idade Média, tomou maiores proporções na Idade Moderna com o advento da imprensa que tecia um discurso desmoralizante da mulher, assim como os demais setores dessa sociedade em especial a Igreja.
Em 1487 é publicado o Malleus Maleficarium um documento que se constituía como um manual para os inquisidores da época. Tal obra fora escrita em 1484 por Heinrich Kramer e James Sprenger em cumprimento a bula papal de Inocêncio VIII. Com a publicação do Malleus Maleficarium ocorrera uma mudança drástica que mudou completamente a maneira como a bruxaria era vista pela Igreja e pela população da época. A bruxaria passou a ser verdadeiramente um crime de fé que deveria ser caçado e punido pela Igreja e seus fiéis.
Dessa forma, tal projeto de pesquisa tem por definição dar continuidade à pesquisa executada por Bruna Auad Moreira Seixas, que em seu trabalho analisou o Malleus Maleficarium e como este influenciou nas relações sociais, religiosas e políticas do período.
Dando prosseguimento a pesquisa surgiu à necessidade de se buscar entender os pressupostos que ao longo dos tempos teceram uma visão da mulher como sempre mais predestinada para o maléfico que o homem. Tendo por objetivo entender as relações sociais, econômicas e políticas que serviram de alicerces para justificar a permanência desse olhar de um sexo feminino inferior. Para tal buscou-se abordar questões que acabaram por transformar o gênero feminino em um ser diabólico, que gerava ao mesmo tempo desejo e medo ao sexo oposto. |