ANÁLISE COGNITIVA DE OPÇÃO ALIMENTAR DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS DA ÁREA DA SAÚDE
Resumo:Introdução: atualmente, a transição nutricional impõe o tema da mudança de hábitos alimentares. Mais do que conhecer o que e quanto se come, é importante entender o porquê se come, pois a atitude do consumidor é fundamental para o desenho de políticas públicas saudáveis. O objetivo do projeto é construir os mapas cognitivos dos sujeitos e verificar a associação entre os resultados das avaliações dos alimentos e as variáveis acadêmicas e sociodemográficas. O projeto está em andamento e conta apenas com resultados parciais. Material e métodos: são usadas entrevistas estruturadas e uma técnica de análise cognitiva de opção alimentar [1]. Serão comparados dois grupos de alunos, um de primeiro período e outro de oitavo período dos cursos de Enfermagem, Farmácia e Nutrição da UNIFAL-MG. Uma lista de alimentos é avaliada segundo os critérios: prazer, saúde, conveniência, preço e tradição. Os mapas cognitivos são construídos a partir das médias da avaliação de cada critério para cada alimento transformadas em z-scores e plotados em diagramas. Os dados e a população-alvo serão caracterizados e analisados por estatística descritiva e analítica. Resultados e discussão: os resultados parciais referem-se a alguns aspectos dos mapas cognitivos, considerando os critérios prazer, saúde e conveniência. O posicionamento dos alimentos tem caráter relativístico. Foram destacadas as amostras de alimentos em “geral”; “verduras, frutas e grãos”; e os chamados “engordativos”. Entre os 3 cursos, para os alunos de Nutrição, considerando saúde / prazer, houve um maior número de alimentos duplamente negativos e “salgadinho de pacote” e “refrigerante” tiveram as piores avaliações. Considerando prazer e conveniência, para a Nutrição apenas 4 alimentos foram duplamente positivos; para a Enfermagem 16 e Farmácia 10. Destaca-se a banana como duplamente positiva para os 3 cursos. Em termos de engordativos e saúde / prazer, os 3 grupos de calouros apresentam a mais negativa posição de saúde para salgadinho, salgadinho de pacote e refrigerante e apenas para a Enfermagem o refrigerante é levemente positivo para prazer. Considerando verduras, frutas e grãos e saúde / prazer, aos calouros da Enfermagem associou-se um maior número de alimentos como duplamente positivos (8, comparados aos 6 da Farmácia e 5 da Nutrição). Apenas os resultados dos calouros da Nutrição posicionaram, para prazer, negativamente o arroz e o feijão, tendo apenas o feijão posição positiva para a saúde. De imediato, surge o necessário questionamento do conceito de “saudável” para cada grupo e o quanto ideias ortoréxicas estão presentes entre os estudantes. Conclusão: os resultados relativos aos calouros de Nutrição foram os menos positivos do ponto de vista de uma alimentação saudável. Entretanto, estes são resultados parciais e preliminares, sem o aprofundamento da análise estatística analítica, e nem foram controladas duas importantes variáveis que são gênero e renda, por exemplo. Outra limitação, também, foi que usou-se uma lista de alimentos e não “pratos” ou receitas.
Referência 1:IC - ANÁLISE COGNITIVA DE OPÇÃO ALIMENTAR DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS DA ÁREA DA SAÚDE