REMOÇÃO DA COR VIA PEROXIDAÇÃO ASSISTIDA POR RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA (UV/H2O2) NO PÓS-TRATAMENTO DE EFLUENTE DE TINGIMENTO DE FLANELAS DE ALGODÃO
Resumo:No beneficiamento do algodão para produção de flanelas coloridas não só a geração de efluentes é elevada, mas a presença de diversos contaminantes como dispersantes, tensoativos e corantes, o que reveste esta linha de produção de importância para estudos ambientais. A remoção desses compostos é um dos grandes problemas ambientais enfrentados pelo setor têxtil, sobretudo considerando que os corantes não pertencem a uma mesma classe de compostos químicos, mas englobam diversas substâncias com grupos funcionais diferenciados, com grande variedade na reatividade, solubilidade, volatilidade, estabilidade etc. que, por sua vez, requerem métodos específicos para identificação, quantificação e degradação. Os Processos Oxidativos Avançados (POA) que incluem combinações de radiação ultravioleta (UV) e oxidantes químicos como UV/H2O2, vem apresentando resultados positivos e promissores em situações específicas estudadas por diversos pesquisadores. O mecanismo de destruição das moléculas orgânicas pelos POAs é baseado na formação de um poderoso e não seletivo oxidante, o radical hidroxila, que com um potencial de oxidação de 2,80V, pode oxidar uma grande variedade de compostos orgânicos. Diante do exposto, esta pesquisa se propõe a avaliar o desempenho da remoção de cor via peroxidação assistida por radiação ultravioleta (UV/H2O2) como opção de pós-tratamento de efluente de tratamento biológico por lodos ativados de uma típica indústria têxtil dedicada a produção de flanelas de algodão, visto que há uma vasta utilização de peróxido de hidrogênio na fase de alvejamento da indústria em questão. Para o presente trabalho, os principais materiais utilizados são: um reator fotocatalítico com quatro lâmpadas UV e um espectrofotômetro 752/752N UV. Inicialmente foi feita uma varredura de 250 a 700 nm, para amostras de efluente industrial filtrado e corante Laranja Direto 2GL 250% puro. Determinou-se assim, o melhor comprimento de absorção como sendo 420 nm. Após estes testes, foi feito uma curva com o padrão Cor ALPHA 500 e uma outra curva somente com o corante puro em diferentes concentrações, obtendo-se uma equação linear para a conversão de absorbância em concentração: C= 0,0253A + 0,006, sendo C concentração (ppm) e A absorbância (nm). Em seguida iniciou-se os testes catalíticos, avaliando a remoção de cor para 3 diferentes fatores: concentração de peróxido de hidrogênio, agitação da solução, tempo de exposição ao UV. Com os resultados, pôde-se perceber que a agitação não causa influência significativa no processo, e que com uma concentração de peróxido em 0,05M e um tempo de 60 minutos no reator, a remoção atingiu valores de até 16% no máximo. Com isso, viu-se a necessidade de um catalisador para a reação, e até o presente momento da pesquisa, foi avaliado o uso de Fe II e Fe III a 0,015 mg/L. Mantendo a concentração de peróxido e o tempo de UV, com ambas as soluções de catalisadores homogêneos, teve-se a remoção em cerca de 90%. Em suma, o trabalho ainda está em andamento, com cerca de seis meses de pesquisa. Posteriormente os testes com os catalisadores irão ser aprimorados e as remoções finais serão comparadas com a curva de calibração, convertidas em UC (unidade de cor) para consolidar o trabalho de acordo com a legislação vigente referente aos procedimentos 2120 do Standard Methods for the Examination of water and wastewater, 20th ed. Washington: (APHA,2001).
Referência 1:IC - REMOÇÃO DE COR VIA PEROXIDAÇÃO ASSISTIDA POR RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA (UV/H2O2) NO PÓS-TRATAMENTO DE EFLUENTE DE TINGIMENTO DE FLANELAS DE ALGODÃO